QR de junho: elencamos os carros novos com o Menor Custo de Uso do Brasil
Na edição 770 de QUATRO RODAS calculamos os custos recorrentes dos carros mais vendidos do Brasil em cinco categorias
A gramática do mercado não permite mais colocar as expressões “carro novo” e “barato” na mesma frase. A alta dos preços não poupou nenhum segmento nos últimos dois anos, e os aumentos ocorreram sempre com índices acima da inflação. Depois da compra, vieram os custos inflacionados de combustível, seguro e manutenção.
Calma. Se você está pensando em comprar um carro novo, nós vamos te ajudar fazendo essas contas. Nesta edição do Menor Custo de Uso calculamos os custos recorrentes dos modelos mais vendidos do Brasil em cinco categorias: hatches, sedãs, SUVs compactos, SUVs médios e picapes diesel (levando em conta as versões mais vendidas de cada um, para fazer os cálculos).
Consideramos as seguintes despesas, para o primeiro ano de vida dos carros: abastecimento, manutenção e seguro anual. No caso do consumo, a média urbana tem maior peso, por ser a situação mais comum de uso do automóvel.
Taxas de licenciamento e IPVA não entram nessas contas, pois as variações dos valores por estado da federação, tornaria impreciso o ranqueamento dos modelos dentro de cada categoria. A média de gastos mensais foi a base para definir as posições no ranking que estrela a capa da edição 770 de QUATRO RODAS.
E não para por aí!
HONDA CIVIC E:HEV X FORD MAVERICK HYBRID LARIAT – Pelo mesmo preço, você levaria o quê: um sedã ou uma picape? A chegada da Ford Maverick híbrida nos colocou essa questão, tanto pelo valor praticamente idêntico ao do Honda Civic quanto pelas semelhanças de ambos os modelos em diferentes aspectos (a carroceria, claro, não é um deles). Veja o que concluímos ao fazer este comparativo.
FIAT ARGO X TOYOTA YARIS – Seguidores de tendências, Fiat Argo e Toyota Yaris são as novidades no mercado, onde os automáticos já dominam as vendas, até mesmo nas faixas de preço menores. Mas quem leva a melhor em um duelo direto?
RAM 1500 LIMITED – De olho em Ford F-150 e Chevrolet Silverado, a Limited chega como versão mais luxuosa da Ram 1500, se tornando também a picape mais cara do Brasil
GWM HAVAL JOLION HEV – Aguardado no Brasil, o GWM Haval Jolion quer conquistar o público com um sistema híbrido competente e bom espaço interno, mas precisa melhorar em alguns aspectos
DACIA JOGGER HYBRID 140 – Ao usar a tecnologia híbrida do francês Renault Clio em sua perua, a Dacia sinaliza a entrada no segmento dos modelos eletrificados
Além disso: BMW i4 M50, Mercedes-Benz EQE SUV, Lexus RX 500h F-Sport…
A distribuição às bancas e assinantes de todo o Brasil começou hoje (2/6), mas o prazo de chegada pode variar dependendo da região.
Carta ao leitor: Ou isto ou aquilo
Eu e o editor de arte, Fabio Black, passamos um longo tempo pensando em como ilustrar a abertura da reportagem sobre emissões veiculares, Híbrido Flex ou Elétrico?, na página 70. A imagem mostrada abaixo representa tecnologias diferentes, em sentidos opostos, no caminho da descarbonização.
No dia seguinte, de manhã, enquanto escovava os dentes, imaginando como ficaria a foto, me veio à mente a conhecida imagem dos burros posicionados um de costas para o outro tendo montes de feno à frente. Essa imagem dos animais serve frequentemente para ilustrar o dilema de se fazer escolhas. Embora, em outras tantas vezes, seja usada com o propósito de causar riso.
Sem querer menosprezar a importância do tema, naquela hora de manhã, tive a impressão de que não poderíamos ter escolhido cena melhor, considerando a complexidade do tema. O clique coube ao fotógrafo Fernando Pires.
Apesar do consenso de que as emissões precisam ser reduzidas, e das imposições legais dos governos, à medida que o tempo passa, novos desafios se apresentam e, até agora, não existe uma solução definitiva.
Não à toa, o exaustivo estudo europeu citado na matéria, fala em 250 cenários possíveis para a mobilidade naquele continente. A Europa, que lidera a corrida da eletrificação, talvez seja a que mais sofre por falta de fontes de energia, por depender de gás e petróleo importados, por um lado; e não ter energia elétrica limpa, por outro, sendo uma região onde até a oferta de vento e luz solar é limitada e sazonal.
Em outros países, falta estrutura de eletropostos, incentivos fiscais, motoristas dispostos a enfrentar as novidades. Como a indústria, comparada a um transatlântico, já orientou seus lemes na direção dos elétricos, ninguém duvida que o futuro seja na direção da eletrificação. Porque, até mesmo as fábricas que defendem tecnologias híbridas seguem com projetos 100% elétricos, dentro de seu planejamento estratégico.
O desafio agora é prever quando esse futuro vai chegar e o que vamos fazer com ele. Como disse Cecília Meireles no poema Ou Isto ou Aquilo: “Mas não consegui entender ainda o que é melhor: se é isto ou aquilo”.
Boa leitura.
P/S: ainda sobre combustíveis, veja as matérias: Ciclo Virtuoso, feita pelo editor Henrique Rodriguez, na página 66; A Vez do Etanol, do colaborador Fernando Miragaya, na 82. E, sobre baterias, a seção Novas Tecnologias, na 86, obra do repórter Eduardo Passos.