O que acontece com os carros em miniatura recebidos pela presidência?
Presente comum em encontros com fabricantes de automóveis, todas as miniaturas são devidamente catalogadas como se fizessem parte de uma coleção

É normal que o Presidente da República receba presentes de outros chefes de Estado, cidadãos comuns, entidades e empresas. Há regras bastante específicas de acordo com a natureza do objeto e aqueles recebidos em cerimônias oficiais são considerados patrimônio da União. Mas o que acontece com as miniaturas de carros?
Sim, elas existem e são muitas. Não são raros os encontros entre o Presidente da República ou o Vice-presidente com líderes de fabricantes de automóveis, que não raro dão miniaturas dos seus carros de presente.

A visita de lula a Pequim nesta semana, inclusive, garantiu novas miniaturas para o acervo presidencial. A comitiva brasileira se encontrou o fundador e chairman da GWM, Jack Wei, de quem recebeu uma miniatura do Haval H6 GT. Há cerca de um ano, Wei já havia presenteado o vice-presidente Geraldo Alckmin com uma miniatura idêntica.

Durante o encontro com o presidente do Grupo GAC, Feng Xingya, onde foi anunciado que a fabricante utilizará a fábrica da HPE, em Goiás, para montar seus carros no Brasil, a miniatura de um carro-conceito esteve sobre a mesa. Depois, todos posaram com esta miniatura e mais uma, do supercarro conceitual Aion Hyper SSR. A GAC começará a vender carros no Brasil no final deste mês.

A audiência com Lei Zhang, presidente da Envision, uma fabricante de usinas eólicas, também terminou com uma foto com a miniatura de um carro da Fórmula E que a empresa patrocina.

Questionamos o Palácio do Planalto, via Lei de Acesso à Informação, a respeito do destino de miniaturas recebidas anteriormente pelo vice-presidente. Além do Haval H6 GT, há registros de Lula e Alckmin com um Tank 300 e de miniaturas da BYD, presenteadas em 2023 durante o anúncio da fábrica da BYD na Bahia.
Estas miniaturas foram catalogadas como brindes e receberam um valor simbólico de R$ 100, por não serem consideradas de valor comercial, e encontram-se nas dependências da Vice-Presidência da República.

Se ficam sobre um móvel ou protegidas em uma estante, não sabemos. As novas terão, provavelmente, o mesmo tratamento – ainda que sejam detalhadas o suficiente para valerem mais de R$ 100.