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O que acontece ao atingir a faixa vermelha do conta-giros?

Ela indica que você já ultrapassou a faixa de rotação ideal para o funcionamento do motor. Entenda por que isso acontece

Por Henrique Rodriguez Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 11 jun 2017, 09h22 - Publicado em 6 jan 2017, 14h13
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  • Você já deve ter reparado que há uma faixa vermelha no conta-giros da maioria dos carros. Pode-se dizer que é uma herança dos tempos dos motores com carburador, pois indicava uma faixa de rotações em que o motor estaria mais sujeito a fadiga e desgaste prematuro das peças. 

    Uma das conseqüências seria a chamada “flutuação” das válvulas, quando as molas não possuem força suficiente para fechar completamente as válvulas antes que o eixo de comando uma volta completa e as abra novamente. Nesse caso, molas, válvulas e comando seriam danificados, correndo o risco de entortar, trincar e até quebrar.

    Por sorte, nos motores com injeção eletrônica isso não chega a acontecer: o módulo do motor simplesmente corta o fornecimento de combustível, a ignição ou mesmo as duas coisas, protegendo antes que o pior aconteça. É o chamado “corte de giro”, que, em geral, acontece no meio da faixa vermelha do conta-giros. 

    Cruze Sport6 LTZ
    No Cruze 1.4 Turbo a potência máxima surge a 5.200 rpm, bem antes da faixa vermelha (Divulgação)

    As montadoras também gostam de falar que seus motores foram projetados para funcionar em regimes ainda mais elevados do que eles alcançam.

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    Mesmo assim, não é porque o motor nada sofre que você vai sair por aí esticando marchas até o corte de giros. Não vale a pena: por uma série de fatores mecânicos, a partir do momento que o motor ultrapassa a rotação de potência máxima, ele sofre uma forte queda na potência gerada. E arruína sua média de consumo.

    O importante é ler o manual para saber qual a rotação do torque máximo, a rotação de potência máxima e também o limite de giros do motor do seu carro. Assim, você não corre o risco de ter uma surpresa desagradável em uma ultrapassagem, por exemplo. Às vezes, a rotação de potência máxima fica bem próxima do corte de giro. É o caso do Onix 1.0, que entrega seus 80 cv a elevados 6.400 rpm e limita o giro a 6.600 rpm.

    Um caso extremo era do antigo Honda Civic Si. Seu 2.0 i-VTEC aspirado entregava os 192 cv a 7.800 rpm, a faixa vermelha começava em 8.000 rpm e o corte da ignição acontecia em 8.400 rpm. A maioria dos conta-giros sequer passam dos 8.000 rpm…

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    Civic Si: apetite por giro alto
    Civic Si e seu tradicional apetite por giro alto (Marco de Bari)

    No caso dos motores turbinados mais recentes, como o 1.0 TSI do Up!, a coisa funciona de maneira diferente. Ele atinge sua potência máxima bem antes, a 5.000 rpm, enquanto a faixa vermelha começa em 6.000 rpm – o corte de giro ocorre a 6.500 rpm. E como já vimos aqui, andar acima da rotação que produz a maior potência nunca é um bom negócio.

    O ideal para extrair a melhor perfomance de um motor é mantê-lo dentro da chamada faixa útil, situada entre as rotações de toque máximo e de potência máxima. Voltando ao exemplo do Up! TSI, seu torque máximo é atingido a apenas 1.500 rpm. Portanto, sua faixa útil de utilização é entre 1.500 rpm e 5.000 rpm.

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