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O cabuloso Marea 4×4 com motor de Gol, câmbio de Chevette e chassi Willys

Projeto feito por agricultor no Paraná e mistura motor de Volkswagen, transmissão de Chevrolet, chassi de Ford e carroceria de Fiat, sobre os pneus off-road

Por Renan Bandeira
3 jul 2020, 07h00
Carroceria da perua Marea havia acabado de ser fixada no chassi da antiga picape (Juliano Sapatini/Quatro Rodas)

O Fiat Marea é um dos maiores memes das redes sociais quando o assunto é carro. Nesta semana, o vídeo de uma Marea Weekend (a configuração perua) no estilo picape monster puxando um Rural Willys na trilha chamou a atenção.

Afinal, é comum vermos em circuitos off-road, picapes, jipes, quadriciclos, ou qualquer outro veículo que seja considerado robusto o suficiente para aguentar obstáculos. Mas um Marea? Difícil demais de acreditar.

QUATRO RODAS investigou o caso e descobriu que, na verdade, de Marea, o veículo carrega apenas a carroceria. O motor, por exemplo, é Volkswagen, o chassi é Ford e a transmissão, Chevrolet.

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O agricultor Juliano Cesar Sapatini, proprietário do veículo, afirmou que o projeto completa seis anos no próximo sábado (4).

Sapatini é de Cambira (PR) e participa de trilhas desde 1994. Iniciou com motos naquele ano, depois passou a praticar a modalidade com Fusca off-road em 2005, e cinco anos depois, mudou para o 4×4.

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A picape de Juliano era igual a essa da imagem, mas a carroceria era verde e o conjunto roda-pneus já eram para uso off-road (Acervo/Quatro Rodas)

A última mudança de categoria aconteceu após a morte de seu pai, Enivaldo, em 2010.

Juliano herdou a picape Ford Willys de 1975 utilizada por Enivaldo na propriedade rural da família, e colocou a picape nas aventuras fora de estrada.

Após participar de algumas trilhas, Sapatini percebeu que, por se tratar de um veículo antigo, a carroceria não era tão favorável e sofria com a torção durante os circuitos.

Devido à folga entre as peças, chegava até a bater as portas e a tampa do cofre do motor no meio das manobras. A saída, em princípio, seria substitui-la por uma mais nova.

Ele levou a picape até a oficina de um amigo em Arapongas (PR), em 2014, para a remoção da carroceria. Enquanto isso, negociava a compra da Marea Weekend.

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“Sabia que um amigo tinha uma Marea com motor fundido, e a comprei inteira. O pessoal costuma rebaixar a Marea, então, pensei: vamos erguer esta o máximo que der”, afirmou o proprietário.

Juliano comprou a perua e a levou até a oficina onde estava a Willys. Lá, a carroceria da Marea Weekend foi retirada do veículo original e instalada no chassi de longarina da picape. As partes foram fixadas usando coxins de uma Ford F4000.

A estrutura do veículo já estava montada e bastava recolocar os antigos componentes da picape para voltar às trilhas. Porém, do conjunto mecânico, apenas o sistema de tração (com opções 4×2 traseira, 4×4 e reduzida) foi mantido.

O projeto é mais alto que a VW Amarok que possui 1,83 m de altura (Juliano Sapatini/Quatro Rodas)

Os antigos motor e câmbio da picape não voltaram mais a equipar o projeto, por serem considerados fracos para trilha. Naquele momento, Juliano começou a pesquisar qual seria o propulsor ideal para projetos caseiros.

A solução encontrada foi um Volkswagen AP 1.8 alimentado por carburador mecânico (que equipou grande parte dos VW na década de 1980 e 90, como os Gol GT e GTS).

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Aliado a ele foi instalado um câmbio manual de cinco marchas do Chevrolet Chevette.

Naturalmente, o motor AP 1.8 “carburado” gera 96 cv e 15,2 kgfm de torque. No entanto, Juliano afirmou que o propulsor foi equipado com uma turbina 42/48 com regulagem de um quilo de pressão, para elevar o desempenho.

A modificação deu novo fôlego ao propulsor, mas o dono do projeto não soube informar os novos números de potência e torque veículo, já que não houve teste em dinamômetro para atualizar as especificações.

Após as modificações, a Marea 4×4 se jogou na lama (Juliano Sapatini/Quatro Rodas)

Ele afirmou que, após a adição da turbina, o veículo só pode ser abastecido com etanol, e não mais com gasolina.

Além disso, o carburador segue como responsável pela alimentação do motor, sem adição de qualquer central eletrônica para gerenciamento.

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Após a instalação do novo conjunto mecânico, a oficina não pôde seguir com o projeto. Juliano, então, levou o Marea 4×4 para Apucarana (PR), em uma oficina especializada em veículos off-road. Lá, o veículo enfim foi colocado para rodar.

Peso dos pneus foi responsável pela quebra do munhão do eixo dianteiro (Juliano Sapatini/Quatro Rodas)

Entre as mudanças feitas na nova oficina, Sapatini destaca a troca dos pneus. Antes, eram utilizados pneus de caminhão com recapagem de máquina agrícola.

Embora desse a aderência necessária para tracionar na lama, o conjunto era muito pesado para esterçar e sobrecarregava os componentes do veículo.

Para solucionar o problema, o Marea 4×4 recebeu um novo conjunto de pneus de 38 polegadas específicos para circuitos off-road.

Questionado sobre o custo até o momento, Juliano brinca dizendo que “se for para responder para a minha mulher, não gastei nada”, mas estima que o gasto total fica entre R$ 25 e R$ 30 mil. Menos que um Renault Kwid.

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Antes que você queira viajar a Cambira para tentar esbarrar com o Marea 4×4 na rua, saiba que as mudanças tornaram o modelo ilegal para rodar em vias públicas.

Juliano só usa mesmo o brinquedão em trilhas nas adjacências de seu sítio. Mas acha que o projeto está finalizado? Que nada: já há mais alguns ajustes previstos por aí.

Entre eles, os eixos originais da picape Willys deverão ser substituídos pelos de uma F-250. Ou seja: o projeto tem tudo para ficar ainda mais bruto e fazer ainda mais sucesso nos grupos de fãs de carro do WhatsApp.

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(Fernando Pires/Quatro Rodas)
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