Em meio à correria de sua vida, Osmir Pinheiro tinha como válvula de escape a dedicação aos carros antigos. Numa de suas viagens à Califórnia (EUA), em 1993, em busca de peças, encantou-se com um teto solar corrediço de lona, que os americanos chamam de rag top.
Resolveu levar o equipamento para instalar em um Fusca 1969. “Quatro anos depois, adquiri um outro Fusca 1969 e fui até a Califórnia para comprar o tal teto. Só que a fábrica tinha fechado”, diz Pinheiro, que acabou trazendo um rag top usado para instalar no VW.
Ao rodar com o novo brinquedo, ele era parado a cada esquina para receber elogios e perguntas sobre onde encontrou aquele tipo de teto solar.
“Depois de tantos pedidos, resolvi investir em ferramentas para produzir o equipamento”, afirma Pinheiro, que após meses de pesquisa encontrou as máquinas na Inglaterra.
“Em 2004 consegui montar uma fábrica e hoje já tenho no currículo mais de 3.000 carros adaptados.”
Os amantes de Fusca foram os primeiros a aderir ao novo estilo de teto e hoje representam 90% da clientela.
“O rag top é um estilo de vida. Quem tem um carro com esse teto nunca mais quer outra coisa. Você enxerga o mundo literalmente de outra maneira”, diz Pinheiro, que também equipa outros clássicos como Kombi, Brasilia e Variant, ou modernos como Uno, PT Cruiser, Ka e New Beetle.
Um dos clientes mais fiéis é o taxista Jairo Bastos. Com dois modelos equipados com o teto, um Fusca 1986 e uma Kombi 1994, ele não anda mais em carros fechados.
“Acredito que qualquer um que viva a experiência de ter o carro com teto nunca mais vai querer outra coisa”, afirma Bastos.
Atualmente, o ex-publicitário tem filiais da loja Rag Top no Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e já comercializa o produto fora do país – e pensa em abrir lojas no exterior. Pinheiro admite que ter largado a carreira foi a melhor decisão da sua vida.