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Nissan faz aliança com Nasa e Microsoft para criar carro autônomo

Fabricante japonês crê que os automóveis capazes de andar sozinhos não poderão dispensar a ajuda humana em um futuro próximo

Por Ulisses Cavalcante, de Las Vegas (Eua)
Atualizado em 10 jan 2017, 16h58 - Publicado em 10 jan 2017, 16h31
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  • SAM é apresentado em Las Vegas, durante a CES 2017
    Tecnologia da Nissan, chamada SAM, é apresentada em Las Vegas, durante a CES 2017 (Divulgação/Nissan)

    A Nissan irá lançar seu primeiro carro autônomo em até três anos. Porém, a novidade chegará ao mercado em etapas. Atualmente, a minivan Serena já é capaz de seguir o tráfego em rodovias, sem intervenção do motorista, mas não consegue trocar de faixa de rolagem. Trata-se de uma tecnologia semelhante à da Tesla, cujo modelo elétrico também dispensa o condutor em situações restritas.

    Para a montadora japonesa, o carro autônomo não poderá abrir mão da ajuda humana em um futuro próximo. E a razão para isso é a falta de capacidade das máquinas em lidar com situações inesperadas ou que exijam a transgressão de regras, como ultrapassar um obstáculo sobre faixas contínuas em uma via de mão dupla. Por isso buscou a ajuda da Nasa para desenvolver seus automóveis.

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    Bloqueio de via é um exemplo de situação em que o carro autônomo tem dificuldade de enfrentar. Solução para o problema é inspirada no modelo usado pela Nasa. Operador analisa o problema e envia uma rota alternativa ao veículo, após estudar o ambiente (Nissan/Divulgação)

    A agência especial americana tem experiência em direção remota, tecnologia utilizada nos veículos utilizados em Marte. O Mars Rover recebia instruções da Terra para agir quando enfrentava obstáculos, após uma análise humana da situação.

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    Até 2020, a Nissan pretende lançar um veículo capaz de rodar sozinho em estradas, seguindo o tráfego e fazendo mudanças de faixa conforme a necessidade. A etapa seguinte é levar ao mercado um veículo que possa rodar em cidades e centros urbanos sem intervenção do motorista. Porém, não sem a ajuda humana.

     

    Um operador humano utiliza-se das câmeras, sensores e localização do veículo para analisar a situação e traçar uma nova rota para contornar o problema. Na sequencia, o carro é liberado para seguir viagem. A solução para o problema é enviada aos demais carros da região. Então, quando o segundo veículo se aproxima do mesmo obstáculo, já tem a “solução” para desviar sozinho.

    Na teoria, a ideia de integrar a direção autônoma com ajuda humana externa parece plausível. Mas ainda precisa de desenvolvimento. Na primeira apresentação pública da tecnologia, durante a feira de tecnologia CES, realizada em Las Vegas, o sistema falhou. Duas vezes. A apresentação teve de ser feita por meio de um teste gravado previamente. Outra consideração: os passageiros precisam ficar parados por até 15 segundos aguardando a solução de um problema. Talvez seja mais rápido alguém tomar o volante quando o carro não souber o que fazer.

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    Operador humano identifica uma situação inesperada e traça uma rota para o veículo seguir (Nissan)

    Além disso, a Nissan criou uma parceria com a Microsoft para desenvolver uma nova geração de veículos conectados. A ideia é utilizar uma assistente virtual chamada Cortana, integrando nossas tarefas e agenda. O sistema irá atuar como um auxiliar do dono, propondo rotas alternativas para evitar trânsito e atrasos, de acordo com a agenda registrada. Quando estiver dirigindo, o usuário pode receber avisos de reuniões e de compromissos, optando por tomar uma ação ou não.

    A Nissan, bem como outros fabricantes, tentam conectar seus modelos para superar os smartphones como assistentes pessoais, por ora os únicos dispositivos capazes de auxiliar o dono durante o dia. No momento, a utilidade dos veículos não vai além de sua função primária: ir de um ponto ao outro. Para convencer clientes no futuro a comprar carros, só isso não vai bastar.

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