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Mitsubishi admite fraudes em testes de consumo de mais de 600 mil carros

625 mil minicarros feitos no Japão tiveram dados alterados para apresentar números melhores do que os reais

Por Diego Dias
Atualizado em 23 nov 2016, 20h56 - Publicado em 20 abr 2016, 17h10
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Mitsubishi Ek Wagon ()

Após o escândalo do “dieselgate” que envolveu veículos a diesel da Volkswagen em 2015, outra fraude foi descoberta no setor automotivo, mas dessa vez numa montadora japonesa: a Mitsubishi. A marca admitou nessa semana que alterou intencionalmente os testes de consumo de combustível para atingir números melhores do que os reais, uma fraude que envolve 625 mil unidades comercializadas na Ásia.

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Chamados popularmente de “kei cars” (minicarros japoneses), a adulteração atinge modelos no qual o atrativo é justamente o baixíssimo consumo de combustível. Segundo a marca, o problema atinge 157.000 unidades dos modelos Ek Wagon e Ek Space, além das 468.000 unidades do Dayz e Dayz Roxx, esses dois últimos produzidos pela Mitsubishi e vendidos pela Nissan. A fraude foi descoberta quando a Nissan aferiu os dados de consumo (que inclui dados de pressão aplicadas aos pneus), encontrando valores divergentes dos fornecidos pela Mitsubishi.

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Pequeno motor de 660cc do Mitsubishi Ek Wagon ()

Após o pedido de desculpas por meio de comunicado, o fato levou a Mitsubishi a instaurar uma investigação interna e parar a produção e a venda dos modelos afetados no Japão. A marca ainda investigará se outros modelos produzidos e exportados para o exterior possam estar envolvidos. Logo após o escândalo, as ações da Mitsubishi despencaram mais de 15% na bolsa de Tóquio, algo que pode representar uma perda de US$ 1,2 bilhão no valor da marca. 

Em nota oficial, a HPE Automotores do Brasil, representante da Mitsubishi Motors no Brasil, esclarece que: “Os modelos que apresentaram divergência nos testes realizados pela Mitsubishi Motors Corporation (MMC – Japão) nunca foram produzidos nem comercializados no Brasil e são exclusivos do mercado japonês. A HPE cumpre e sempre cumpriu 100% da regulamentação e das normas exigidas pelos órgãos brasileiros. As divergências que estão sendo investigadas dizem respeito apenas a produtos produzidos e comercializados no Japão, que seguem a regulamentação específica em vigor neste país. Os veículos comercializados pela HPE (importados ou produzidos localmente) são testados e homologados no Brasil conforme legislação vigente, não dependendo de testes realizados pela Mitsubishi do Japão.”

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