Visual retrô por dentro e por fora, comportamento esportivo (muitas vezes comparado a um kart de rua) e imagem jovem e premium acompanham os modelos da Mini desde que a marca inglesa – nas mãos do Grupo BMW a partir de 2000 – renasceu há 20 anos.
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Agora esses atributos maioritariamente emotivos se juntam, pela primeira vez, à funcionalidade e a um interior espaçoso. Não deixa de ser uma surpresa, considerando o sucesso que a Mini tem tido com este posicionamento das últimas duas décadas.
“O nosso objetivo foi mostrar às pessoas tudo o que poderão fazer com e no seu automóvel no futuro”, explica Oliver Heilmer, diretor de design da Mini, que destaca ainda a natureza singular deste projeto: “pela primeira vez, a equipe de design se deparou com a tarefa de criar um carro que não servisse principalmente para ser dirigido, mas que fosse um espaço que a ser usado como um habitat estendido”.
A primeira revolução está na forma da carroceria. É um monovolume com 4,6 m de comprimento, design purista, sem qualquer vinco na carroceria e com formas e proporções que podem fazer recordar carros que fizeram sucesso pelo espaço interno, como os Renault Twingo e Espace.
Na dianteira percebemos a natureza mutante desta visão de futuro. Faróis e lanternas exibem diferentes desenhos multicoloridos para se adequarem a cada momento, fornecendo também uma nova forma de comunicação entre o carro e o mundo exterior. Os faróis apenas se tornam visíveis quando o carro é ligado, estabelecendo um paralelo com os seres vivos que, quase sempre, abrem os olhos quando acordam.
Essa mesma “mutação” é vista nas rodas, transparentes e iluminadas por dentro, variando a sua aparência de acordo com o momento. Há três situações predefinidas: “Chill” (relaxar), “Wanderlust” (desejo de viajar) e “Vibe” (vibrante) – para estimular diferentes estados de espírito que podem marcar os momentos de condução e a bordo de um automóvel (fazendo variar o cheiro, a iluminação, a música e luz ambiente a bordo, além da configuração do espaço).
Estes vários “estados de alma” são selecionados através de um comando redondo (com aspecto e dimensão semelhante à de uma pedra polida de relaxamento), que tem diferentes pontos de fixação na mesa central, cada um acionando um “momento Mini” distinto.
O momento Chill transforma o carro numa espécie de retiro ou isolamento, um paraíso para relaxar – mas isolar também pode servir para trabalhar com total concentração – durante uma viagem. Wanderlust é o “momento de partir”, em que o motorista pode delegar as funções de condução autónoma ao Vision Urbanaut ou assumir o volante. Já o momento Mini Vibe coloca o tempo de outras pessoas no centro das atenções -, enquanto o carro se abre ao máximo. Há ainda um quarto momento “My Mini”, configurável. É, na prática, uma outra abordagem aos conhecidos modos de condução.
Também deram atenção à conectividade. O Mini Vision Urbanaut pode ser aberto através de um dispositivo smartphone e pode ser configurado para ser acessado por qualquer pessoa num círculo definido de familiares e amigos, que também podem enriquecer as playlists, audiobooks e podcasts, ou configurar o organizador da viagem, que vai mostrando dicas e pontos de interesse personalizados para cada indivíduo.
Há uma única porta corrediça para entrar no carro, do lado direito, que dá acesso à “sala de estar” pensada para ser usada por até quatro pessoas (ou mais, quando parado). E a área do motorista se converte em uma zona confortável de descanso quando o carro está parado, após o painel se converter em um sofá-cama. O para-brisas ainda se transforma em uma janela basculante, como as janelas safari da VW Kombi.
A inexistência de botões visíveis promove um efeito de “detox digital” e o uso unicamente de materiais sustentáveis (nada de cromados ou peles neste interior, mas ampla utilização de tecidos e cortiça) confirma a modernidade deste conceito. Há, porém, uma tela circular acima da mesa central para poder ser vista por todos e onde é possível exibir informações do carro e entretenimento.
E como quem não tem passado não tem futuro, no pilar traseiro, do lado do motorista, existe uma zona onde se podem fixar lembretes de lugares viajados, festivais ou outros eventos na forma de pins ou adesivos (como itens de colecionador, atrás de um vidro, como se estivessem em exposição).
A criatividade, que é uma ferramenta de trabalho imprescindível para qualquer designer, foi ainda mais necessária neste carro-conceito. Como produto dos nossos tempos, o confinamento da sociedade, que ocorreu em pleno processo de design, obrigou a que muito mais tarefas tivessem que acontecer virtualmente e numa espécie de realidade mista.
Claro que este Mini concept é movido de forma 100% elétrica e tem funções avançadas de condução autónoma (o volante e quadro de instrumentos digital desaparecem em modo robô), mas esses são elementos técnicos que, mais do que não terem sido revelados pela marca inglesa, não estão sequer totalmente definidos.
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