Venda de carros e picapes novos caiu em 2022; Onix se recupera e Argo cai

O ano de 2022 chegou ainda sentindo os efeitos da pandemia, que prejudicou muito o setor automotivo, principalmente no que diz respeito ao abastecimento de componentes. Além disso, a guerra entre Ucrânia e Rússia trouxe outras consequências, como falta de equipamentos, crise energética e aumento no preço dos combustíveis. Mesmo assim as vendas de carros novos cresceu quase o que se esperava.

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) previu, em julho do ano passado, um aumento de 5,5% nos emplacamentos nacionais. A previsão bateu na trave: o aumento nas vendas de veículos em 2022 frente a 2021 foi de 4,9%. No total, foram registrados 3.667.367 novos emplacamentos em 2022, contra 3.446.838 no ano anterior, levando em consideração todos os segmentos.

Apesar dos problemas, Andreta Jr., presidente da Fenabrave, diz que os resultados poderiam ser ainda melhores, em especial no segundo semestre. “O resultado só não foi melhor porque tivemos períodos que impactaram no movimento de público nas concessionárias, como foi o caso da Copa do Mundo”, explicou.

Mesmo com o impacto da Copa, a segunda metade do ano foi positiva e representou cerca de 55% do acumulado de 2022, o que ajudou a recuperar o mau desempenho do mercado no primeiro trimestre.

Ainda assim, a venda de automóveis e comerciais leves teve uma pequena queda de 0,85% em 2022 frente a 2021. Isso porque foram emplacados 1.957.669 unidades contra as 1.974.902 de 2021. Ouve melhora nas vendas de dezembro frente a novembro na ordem de 5,33%, com 202.176 emplacamentos no último mês do ano, mas isso não foi suficiente para garantir um crescimento no ano.

Os carros mais vendidos de 2022

Entre os automóveis e comerciais leves, dezembro teve alta em relação a novembro do mesmo ano (5,33%) e ao mesmo mês de 2021 (4,47%). Por outro lado, o segmento teve ligeira queda (-0,85%) em no acumulado de 2022 em relação ao ano passado, fechando o ano com um total de 1.957.699 emplacamentos.

O carro mais vendido de 2022 foi a Fiat Strada com 112.456 emplacamentos, seguida pelo Hyundai HB20 com 96.255 e o Chevrolet Onix com 85.252. Ano de recuperação para o carro mais barato da Chevrolet: em 2021 amargou um quinto lugar com 73.623 unidades emplacadas.

Entre os sedãs, o Onix Plus foi o destaque, conquistando o quarto lugar geral com 75.243 unidades vendidas. A quinta colocação foi do Fiat Mobi (72.756), único compacto entre os 10 colocados, seguido pelo ‘finado’ Volkswagen Gol (72.606).

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Logo atrás, vieram dois SUVs que disputaram uma batalha acirrada ao longo do ano. O Volkswagen T-Cross passou boa parte do ano como líder do segmento, mas fechou o ano atrás do Chevrolet Tracker, que teve 70.806 emplacamentos contra 65.341 do VW.

Fiat Argo (64.016) e Jeep Compass (63.564) fecham a lista dos dez carros e comerciais leves mais vendidos de 2022. Mau sinal para os dois: o Argo foi o terceiro mais vendido em 2021 (84.644 unidades) e o Compass havia sido o sexto (70.906 carros).

Falando apenas de picapes, a Fiat Toro fez uma dobradinha com a Strada e acumulou 49.567 emplacamentos. Pouco atrás ficou a Toyota Hilux com 48.606 unidades vendidas. Com uma grande diferença para as demais, Chevrolet S10 e Volkswagen Saveiro fecham o top cinco entre as picapes com 27.128 e 23.422 emplacamentos, respectivamente.

Os eletrificados também tiveram bom desempenho em 2022, superando 2021 em 40,83%. “No ano de 2022, foram quase 50 mil automóveis e comerciais leves eletrificados emplacados. É um nicho que registra bom crescimento e que já começa a se consolidar como um dos modelos de descarbonização do setor automotivo”, comentou Andreta Jr.

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Primeiras projeções para 2023

A FENABRAVE projeta um 2023 de melhoras, mas nada muito otimista. Na sua primeira projeção, a entidade espera que todos os segmentos juntos registrem um aumento de 3,3% em relação a 2022.

Quem puxa esse modesto crescimento é o segmento das motocicletas e ônibus, com previsão de aumento de 9% e 5%, respectivamente. Já entre os carros e comerciais leves, a tendência é que tudo siga mais ou menos como está, mantendo os emplacamentos na faixa de 1,96 milhão.