O mercado europeu faz o que pode para tentar manter vivas as peruas. A Mercedes-Benz prova isso com a estreia da nova Classe E Estate, perua média derivada do novo Classe E, recém-apresentado ao mundo. Com espaço interno de sobra, a perua, que dificilmente sairá da Europa, chega com uma gama de versões totalmente eletrificada.
Espaço nunca faltou para a perua do Classe E, mas a Mercedes resolveu ir além. No entre-eixos, a E Estate cresceu 2,2 cm, enquanto na largura, foram 2,8 cm, totalizando assim, 2,96 m e 1,88 m, respectivamente. No comprimento, a perua ganhou apenas 0,4 cm e agora chega aos 4,95 m; na altura, o aumento foi ainda menor, de apenas 0,1 cm, chegando aos 1,47 m.
Isso resulta em maior espaço para pernas e ombros, de acordo com a marca. Mas o melhor é no volume do porta-malas, que chega a bons 615 litros nos modelos MHEV (híbridos leve). Se não for suficiente, é possível rebater o banco traseiro para aumentar a capacidade para 1.830 litros.
Por conta da bateria de lítio de 25,4 kWh, o espaço interno fica um pouco comprometido nos modelos PHEV (híbridas plug-in). Mesmo assim, o Classe E Estate ainda oferece uma boa capacidade de carga, com 460 litros ou 1.675 l, dependendo da posição do banco traseiro.
Por falar nas motorizações, o Classe E Estate de entrada será equipado com motor 2.0 turbo diesel de 44,9 kgfm. Acima dele está a versão E 200 Estate, que traz motor 2.0 turbo a gasolina de 204 cv e 32,6 kgfm. Como dito, essas duas versões são híbridas leve e recebem sistema elétrico de 48 volts, que auxilia na entrega de torque e na redução de emissões.
Quem ocupa o topo da gama é a cacofônica E 300 e Estate. Ela combina o motor a gasolina da versão MHEV com outro elétrico de 129 cv e 44,86 kgfm, totalizando 302 cv e 56 kgfm. Nessa configuração, a perua pode fazer de 0 a 100 km/h em 6,5 s e tem alcance elétrico máximo próximo aos 113 km, segundo a Mercedes. Em todos os casos, a tração é traseira e o câmbio é automático de nove marchas.
O design não teve grandes mudanças em relação ao sedã, com o óbvio acréscimo de uma cabine maior, por ser uma perua.
A dianteira é idêntica à do “irmão” de três volumes. A grade tem dimensões avantajadas, com o logotipo da Mercedes-Benz destacado e “sustentado” por frisos laterais, trama pontilhada e bordas em prata e preto brilhante. Os faróis, full led, têm formato irregular e, o para-choque, tem grandes aberturas.
A traseira é igualmente sóbria, como no sedã, e tem lanternas idênticas – a única diferenciação está no recorte entre as peças que ficam na tampa do porta-malas e as que vão nas extremidades, mais diagonal no sedã e vertical na perua. As lanternas são onduladas e interligadas, e têm assinatura luminosa triangular, que reproduz a estrela de três pontas da marca ao centro.
Por dentro, além do conforto, também há bastante luxo, sem deixar de se preocupar com o meio ambiente. Para isso, a Mercedes optou por usar materiais reciclados ou matérias-primas renováveis. Um exemplo é o estofamento do banco, feito com uma combinação de lã de alpaca não tingida com outro material reciclado e certificado.
Outro destaque da cabine é a conectividade e tecnologia. De série o E 300 Estate vem com duas telas: uma para o quadro de instrumentos e outra central. Mas o comprador pode adquirir uma terceira tela opcional, que fica disponível para o carona, como já acontece nos elétricos da marca.
O sistema MBUX foi atualizado e agora pode receber aplicativos de terceiros, assim como o sedã. Em outras palavras, agora é possível usar o Tik Tok, Zoom ou então jogar Angry Birds dentro do carro. Para uso dos aplicativos, a Mercedes instalou uma câmera de selfie, que permite ao condutor participar de videochamadas, tirar fotos ou gravar vídeos quando o carro estiver parado.
A nova E 300 Estate ainda não tem preço definido, mas começará a ser vendida na Europa no a partir do último quadrimestre deste ano. Além das três versões anunciadas, a Mercedes também irá lançar modelos com tração integral, assim como uma possível variante híbrida plug-in AMG, com motor elétrico e combinado com um V8. Não devemos contar com ela no Brasil.