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Último ‘bicudo’ do Brasil, Mercedes Atron se despede com série limitada

Saudosistas podem adquirir os últimos 'bicudos' do Brasil. Além do charme tradicional, há detalhes exclusivos à dezena final da linha Atron

Por Eduardo Passos
Atualizado em 1 abr 2024, 17h42 - Publicado em 8 dez 2020, 18h11
Mercedes Atron 1635 branco em foto frontal 3/4
Honrar o legado e fazer o 1635 puxar suas 50 toneladas de capacidade ou guardá-lo na garagem? Eis o dilema dos futuros compradores (Divulgação/Mercedes-Benz)

À medida que o tempo passa, tradições vão ficando para trás. Uma delas é ficar preso numa subida em faixa simples por conta de um Mercedes ‘bicudo’; algo cada vez mais raro dado que a fabricante anunciou, com direito a unidades especiais, o fim da clássica linha Atron.

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Desse modo, foram produzidas 12 unidades comemorativas do Atron 1635, celebrando a longeva carreira desse e outros modelos de cabine semiavançada da montadora. Após 30 anos de fabricação, a despedida será feita através de uma venda especial, já iniciada.

Trajetória até aqui

Lançado em 1988, o primeiro dos Atron seguia a nomenclatura padrão da Mercedes, sendo chamado de L-1618. Ou seja: tinha peso brutal total de aproximadamente 16 toneladas, motor com cerca de 180 cv de potência e estética da linha L, bem atualizada em relação aos também clássicos — e ainda comuns — 1113 e 1313.

O problema dos 'bicudos' é a legislação: quanto maior o comprimento, menor o peso máximo por eixo. E o 'bico' justamente aumentava esse comprimento. Ponto para os 'cara-chata'
O problema dos ‘bicudos’ é a legislação: quanto maior o comprimento, menor o peso máximo por eixo. E o ‘bico’ justamente aumentava esse comprimento. Ponto para os ‘cara-chata’ (Divulgação/Mercedes-Benz)

A união do motor OM-366 A com o design renovado logo caiu no gosto dos mais diversos transportadores: de cruzadores de longas distâncias a supermercados, passando também pela área militar e pelos depósitos de material de construção.

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Esse sucesso estimulou o crescimento da família, com destaque para os potentes L-1935 e LS-1941, entre outras variantes que são figurinhas carimbadas nas vias brasileiras. “Isso nos orgulha muito, daí a iniciativa de lançar uma série especial do Atron 1635 para uma despedida em grande estilo”, destacou o diretor de Vendas e Marketing de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Ari de Carvalho.

O LS-1935, de 1990, trouxe inovações como cabeçotes individuais com juntas metálicas e sistema Top Brake. Além de consolidar a Mercedes como 'player' no mercado de pesados, também conquistou corações com seus design e desempenho
O LS-1935, de 1990, trouxe inovações como cabeçotes individuais com juntas metálicas e sistema Top Brake. Além de consolidar a Mercedes como ‘player’ no mercado de pesados, também conquistou corações com seu design e desempenho (Divulgação/Mercedes-Benz)

Ainda ‘pau pra toda obra’, o Atron recebeu a atual nomenclatura em 2012, junto a um facelift, mudanças na motorização, maior controle de poluentes e interior renovado, com boleia mais confortável aos caminhoneiros.

Limitações de um projeto da década de 1980, entretanto, não foram páreo para modelos mais novos e a concorrência feroz, deixando os ‘bicudos’ como uma opção mais barata para serviços mais simples, mas fora da briga pelas rotas longas que compõem o grosso do transporte rodoviário.

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Mais eficientes, os 'cabeça chata' caíram no gosto do brasileiro
Mais eficientes, os ‘cara-chata’ caíram no gosto do brasileiro (Vitor Matsubara/Quatro Rodas)

Muito dessa desvantagem vem, justamente, do motor proeminente e a cabine recuada, que limitam a capacidade de carga do veículo. Os ‘cara-chata’, sem esse problema, também foram bem aceitos pelo mercado brasileiro, estimulando ainda mais modelos com cabine avançada.

O caminhão roda em velocidade sincronizada com a colheitadeira
A linha Atron passa o bastão para os Axor como esse 3131 autônomo que QUATRO RODAS testou (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Seguindo o fluxo natural do mercado, a Mercedes-Benz já anunciou os extrapesados Axor 2036 4×2 e 2536 6×2 como sucessores da linha Atron. Mais modernos em todos os aspectos, os Axor também trazem mais força e capacidade de carga: 188,6 kgfm de torque e PBT de 30 toneladas.

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Volkswagen/MAN, Scania, Volvo, Iveco, entre outras, tiraram a Mercedes da zona de conforto. A linha Axor busca alinhar bom preço a tecnologia e desempenho em resposta aos rivais
Volkswagen/MAN, Scania, Volvo, Iveco, entre outras, tiraram a Mercedes da zona de conforto. A linha Axor busca alinhar bom preço a tecnologia e desempenho em resposta aos rivais (Divulgação/Mercedes-Benz)

Curiosamente, o sistema de freios do caminhão é o mesmo Top Brake pelo LS-1935 ainda em 1990. Além disso, a linha Atego oferece opções para trabalhos médios e semipesados.

Os últimos dos bicudos

Quem quiser levar um Atron de colecionador para casa precisa correr, já que as vendas das 12 unidades começaram nesta terça-feira (8). Por R$ 340 mil, os sortudos terão à disposição um 1635 4×2 com motor OM 457 LA, de 345 cv e 147,86 kgfm. O câmbio ‘raiz’ é ZF 16S-1650, manual de 16 marchas.

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Se alguém duvidar que você comprou o último 'bicudo' do Brasil, há detalhes que ajudam a provar sua história
Se alguém duvidar que você comprou o último ‘bicudo’ do Brasil, há detalhes que ajudam a provar sua história (Divulgação/Mercedes-Benz)

Também há ‘mimos’ como rodas de alumínio, climatizador, geladeira portátil e rádio com entrada USB. Falando do que realmente importa nessa série única, os modelos trarão adesivos personalizados e certificado que identifica os últimos 12 ‘heróis’ produzidos.

Detalhes em dourado dão ainda mais charme à série
Detalhes em dourado dão ainda mais charme à série (Divulgação/Mercedes-Benz)

Interessados deverão se cadastrar no site da Mercedes, indicando intenção de compra. Daí, a empresa entrará em contato com os clientes para confirmar meios de pagamento e outros dados. Os doze primeiros aprovados nesse processo levam a relíquia para casa.

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São pouquíssimas unidades — literalmente
São pouquíssimas unidades — literalmente (Divulgação/Mercedes-Benz)

O fim da linha não significa que os ‘bicudos’ sairão de cena. O baixo custo de manutenção e aquisição faz com que esses sejam opção para muitos transportadores que não podem bancar modelos mais novos. Legislações ambientais e de segurança mais rígidas, entretanto, ameaçam a já longeva vida-útil desses veículos.

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