Eles são os menores e mais acessíveis que se pode comprar. Mas isso não quer dizer que os carros populares serão, obrigatoriamente, os mais vendidos.
Tanto o mercado quanto os fabricantes estão gradativamente perdendo o interesse em veículos baratos.
Em 2004, os modelos de entrada representavam 46% das vendas de automóveis no Brasil, de acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Cinco anos depois, em 2009, esse número já havia caído para 36% e seguiu em queda até os 17% em 2018 (veja gráfico acima). No primeiro semestre, apenas 12% dos carros de passeio vendidos eram espartanos compactos de entrada.
Um dos motivos é a proximidade de preços entre carros populares, como Fiat Mobi, Renault Kwid e Volkswagen Gol, dos hatches de segmentos superiores, caso de Argo, Sandero e Polo.
Compradores dos dois exigem os mesmos equipamentos básicos (ar-condicionado, direção assistida, vidros elétricos e rádio), o que termina nivelando seus preços. Se a diferença é pequena, acaba-se optando pelo modelo maior.
A crise econômica também influencia nisso. Quem tem crédito para financiar um automóvel novo parte para modelos melhores e mais completos.
Para as montadoras, isso é ótimo: carros de segmentos superiores têm maior valor agregado, o que resulta em maior lucro. É por isso, também, que poucos fabricantes ainda investem nos populares: não há nenhum lançamento previsto para o segmento.