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Maserati Bora / Merak

Primeiro carro da marca com motor central, a traseira mudava para mostrar se ele usava o V6 ou o V8

Por Fabiano Pereira / Fotos: Marco de Bari
Atualizado em 9 nov 2016, 14h45 - Publicado em 24 nov 2015, 19h33
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No fim dos anos 60 houve uma febre de esportivos com motor central na Itália. A Ferrari tinha lançado a Dino em 1965, a Lamborghini criou o Miura e a De Tomaso entrou na disputa com o Mangusta. A Maserati começou a conceber o seu logo após a Citroën adquirir a maioria das ações da marca italiana em 1968. A apresentação se deu no Salão de Genebra de 1971.

O nome do modelo vinha de uma brisa ligeira da costa leste do mar Adriático: Bora. Desenhado por Giorgio Giugiaro, que acabara de fundar seu estúdio Italdesign, o cupê parecia um hatchback, com vidro em todas as janelas traseiras, sob as quais ficava o motor V8 de 4,7 litros. Tinha bloco de liga leve, quatro carburadores Weber e quatro comandos nos cabeçotes, o que levava o Bora a mais de 260 km/h. Era a primeira vez que um carro de passeio da marca tinha motor central traseiro.

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Sobre uma estrutura monobloco, os traços mais retos da carroceria se harmonizavam com a curvatura da linha da cintura para evidenciar seu desenho mais aerodinâmico, aproveitando melhor seus 310 cv. O teto vinha na cor prateada das chapas de aço escovadas, assim como as colunas dianteiras.

Um câmbio manual de cinco velocidades vinha montado em um subchassi junto à suspensão traseira, independente de braços duplos, com molas helicoidais e barra estabilizadora. Usava o mesmo sistema da suspensão dianteira, algo inédito entre os Maserati. Os freios a disco ventilados nas quatro rodas eram operados pelo sistema hidráulico de alta pressão da Citroën, que também agia nos pedais, na regulagem do assento do motorista e na abertura dos faróis escamoteáveis.

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Um ano depois do Bora, no Salão de Paris, surgiu o Merak, nome de uma estrela que brilha a 72 anos-luz da Terra. Olhando rápido, parecia o mesmo carro. Prestando atenção, notava-se que ele era todo pintado, que havia pequenas alterações na frente e que as janelas traseiras não estavam lá, só as colunas – e com um desenho próprio, também obra de Giugiaro.

Mais que visuais, as diferenças se estendiam à mecânica. O chassi foi simplificado. Desenvolvido a partir do motor usado no cupê Citroën SM, seu V6 de 3 litros e 190 cv com três carburadores Weber era maior e mais potente que o 2.6 de 170 cv do modelo francês. Os dois cilindros a menos possibilitaram ao Merak mais espaço interno, numa configuração 2+2.

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Em 1974 o Bora passou a adotar um V8 de 4,9 litros e 300 cv para o mercado americano. Ele seria vendido também na Europa a partir de 1977, mas com 320 cv que o faziam atingir 273 km/h. A evolução do Merak teve mais intervenções na mecânica, acompanhando o aumento nas vendas. A versão SS de 1975 era mais leve e usava carburadores maiores. A potência saltava para 220 cv.

Em 1974, a Citroën – falida – foi comprada pela Peugeot, que revendeu a Maserati a Alessandro De Tomaso. Agora sob nova direção, o Merak 2000 GT ganharia um motor de 2 litros em 1976, para fugir da taxação italiana, maior em carros com cilindrada acima desse valor. Se o preço era mais competitivo, o desempenho saía prejudicado pelos 170 cv – o que seria reduzido em 11 cv em exemplares posteriores. Ainda assim, o Merak chegava a 220 km/h.

Em 1976, todos os componentes Citroën foram retirados do Bora e do Merak. Sinal dos tempos de gasolina cara, em 1979 a potência do SS seria reduzida a 208 cv. Considerando que havia o V8 do Bora, parecia que o desempenho não era a prioridade dos compradores desses esportivos. Popular inclusive com as mulheres motoristas, o Merak superou de longe as vendas do irmão, com 1 809 unidades produzidas até 1983, contra 524 do Bora, que saiu de linha antes, em 1979. Nunca desde então houve outro Maserati com um motor entre os passageiros e o eixo de trás. A febre por esse tipo de esportivo já havia cedido.

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FICHA TÉCNICA

Motor: V8, 4,7 litros (Bora 1971) / V6, 3 litros (Merak 1972)

Potência: 310 cv a 6 000 rpm (Bora 1971) / 190 cv a 6 000 rpm (Merak 1972)

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Câmbio: manual de 5 velocidades

Carroceria: cupê de 2 portas

Dimensões: comprimento, 433 cm; largura, 177 cm; altura, 113/149 cm; entreeixos, 260 cm

Aceleração: 0 a 96 km/h, 7,1s (Bora 1971)/ 8,7s (Merak 1972)

Velocidade máxima: 262 km/h (Bora 1971), 217 km/h (Merak 1972)

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