Esta é a primeira vez que um modelo de origem chinesa tem quadro de instrumentos digital, freio de estacionamento eletrônico, câmbio automático de seis marchas, retrovisor eletrocrômico e rodas aro 19″ no Brasil.
Em compensação, também é a primeira vez que um carro de passeio chinês (neste caso, montado no Uruguai) rompe a barreira dos R$ 100.000.
Não foi por pouco: o Lifan X80 custa R$ 129.777.
A Lifan se justifica. Seu presidente, Johnny Fang, diz que a empresa quer conquistar imagem mais premium, deixando de lado a imagem de marca que vende carros “mais ou menos”. Para isso, levaram a estratégia de entregar mais por menos a um novo patamar.
A meta da empresa é vender até 120 unidades do modelo por mês no Brasil.
O Lifan X80 é um SUV grande (maior que um Hyundai Santa Fe ou Kia Sorento) com sete lugares. São 4,82 m de comprimento, 1,93 m de largura, 1,76 m de altura e 2,79 m de entreeixos.
Hoje o modelo mais barato neste segmento é o Volkswagen Tiguan Comfortline, de R$ 149.990, e o mais caro é o Hyundai Santa Fe, de R$ 197.000.
A marca chinesa joga com a lista de equipamentos embaixo do braço. Há outros equipamentos que chamam atenção e não estão em alguns concorrentes, como bancos dianteiros com ajuste elétrico, teto solar, chave presencial, bancos com revestimento tipo couro e saídas de ar-condicionado traseiras.
Mas o ar-condicionado é um caso a parte. Automático, tem uma zona na frente e outra para a parte de trás, onde as saídas são posicionadas no teto, tanto para a segunda quanto para a terceira fileira.
A central multimídia com tela de 8″ polegadas é anunciada com Apple Carplay, Android Auto e espelhamento de tela. Contudo, QUATRO RODAS não conseguiu ativar o Android Auto durante o test drive.
O motor chama atenção. É um 2.0 turbo com injeção direta (pela primeira vez em um chinês), que a Lifan nomeou como 2.0 TSI – como a Volks. Gera 184 cv a 5.000 rpm e 28,6 mkgf entre 1.600 e 3.600 rpm.
O câmbio é automático de seis marchas com opção de trocas sequenciais pela alavanca. Ele é produzido pela DSI, empresa australiana que desde 2009 pertence à chinesa Geely (também conhecida como dona da Volvo), e é fabricado na China. A tração é dianteira.
Na prática, porém, o conjunto não empolga. Há força nas saídas, mas as relações longas do câmbio acabam por limitar a escalada de velocidade em acelerações ou retomadas.
A direção não chega a ser direta, mas é adequada à proposta familiar. Elétrica, ela ganha peso conforme a velocidade aumenta. Mas aqui o maior destaque é ter ajuste de profundidade para o volante, algo raríssimo em carros de origem chinesa.
Mas o acerto da suspensão não esconde a origem. O X80 não precisa de muita velocidade para rolar nas curvas e, mesmo assim, qualquer irregularidade percebida pelo conjunto é repassada aos ocupantes.
Onde cabe um, cabem sete
Como carro familiar o Lifan X80 vai bem. Tanto a segunda como a terceira fileira têm assoalho totalmente plano.
Na segunda, há ajuste de inclinação do encosto e de distância para o banco da frente, o que libera espaço para levar adultos na terceira fileira sem o risco de bater a cabeça no teto. Ainda há uma entrada USB ali atrás.
Desarmando a terceira fileira, a capacidade do porta-malas passa de 200 para 900 litros (até o teto).
A lista de equipamentos de segurança contempla seis airbags (com laterais que cobrem as três fileiras), Isofix para fixação de cadeirinhas, cintos de segurança de 3 pontos e encosto de cabeça para todos os 7 passageiros.
Controles de estabilidade e tração e assistente de partida em rampa também estão inclusos.
O modelo ainda tem sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, luzes diurnas de leds e lanternas de leds.
A garantia do X80 é de três anos. Ele está disponível em apenas três cores: preto, branco e vermelho.