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GWM tem preço fixo para todas as peças e estoque para 9 meses

Com monopólio sobre peças, GWM obriga que concessionárias sigam preços de tabela e evita empurroterapia; peças começarão a ser nacionalizadas

Por Lucas Parente
Atualizado em 24 jun 2024, 13h40 - Publicado em 24 jun 2024, 10h00

O carro pode ser bom e bonito, mas se tem uma coisa pela qual o brasileiro preza é por peças de reposição. Para marcas que estão se instalando no Brasil agora, mais ainda: é um pilar importante para construir a credibilidade da marca e impacta na qualidade do seu pós-venda e, posteriormente, no valor de revenda dos seus carros.

Mostrar o que vem sendo feito para atender aos seus clientes se tornou importante. Desta vez, quem abriu seus estoques para visitação foi a GWM, que desde antes de começar a operar no Brasil, há pouco mais de um ano, começou a estabelecer um Centro de Distribuição de Peças em Cajamar, na Grande São Paulo.

O armazém é operado em parceria com o provedor logístico DSV, que também atende BMW, Mini e Ducati. O local é importante para garantir a rápida disponibilidade de peças, mas a estrutura da marca inclui os dois armazéns na China, 15 fornecedores locais e 45 concessionárias, que também servem como armazéns.

CD CAJAMAR
(Reprodução/Internet)

QUATRO RODAS visitou o Centro de Distribuição de Peças da GWM, que é o principal centro logístico da empresa no Brasil. Por lá, a empresa tem 4.100 posições de pallet e o objetivo é alcançar 10.000 posições ainda este ano.

Há disponibilidade de 3.550 peças, sendo 2.200 tipos para os Haval H6 e 1.500 tipos para o Ora 03, com algumas comuns a ambos veículos. No total, são 523.193 peças em estoque, o que permitira atender a clientela por 9 meses. Todo esse inventário está avaliado em R$ 13,5 milhões.

CD GWM (7)
(Lucas Parente/Quatro Rodas)

Outra conta importante é que esse estoque permite que quase seja possível montar um carro por completo só com peças de reposição. Os Haval têm 96% das suas peças disponíveis no Brasil, enquanto o Ora tem 97% das peças. A média do mercado varia de 93% a 95%.

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Para efeito de comparação, em março, após lidar com um gargalo para envio de peças, a BYD abriu seu centro de peças no Espírito Santo. O galpão tem uma área de 5.000 m2 e 5.600 posições pallet, e estava sendo expandido para dobrar de tamanho até o fim de 2024. Na época, o estoque era de 370.000 peças, o que cobria 93% de componentes dos carros à venda pela BYD no Brasil àquela altura.

Operação de delivery

Um estoque robusto é fundamental para as fabricantes chinesas, justamente por causa do tempo de trânsito marítimo entre a China e o Brasil. A GWM fala em quatro meses desde a data do pedido até a entrega. Então o ideal é trabalhar quatro meses à frente. Em caso de urgência, porém, o transporte aéreo poderá solucionar uma eventual falta num prazo entre duas semanas e um mês.

 

CD GWM (3)
(Lucas Parente/Quatro Rodas)

As peças disponíveis são as mais variadas. Elas vão de componentes de alto giro, como itens de revisão e manutenção periódica, até itens de baixo giro, como baterias de alta voltagem dos modelos híbridos e elétricos, portas, para-choques, capôs e até módulos eletrônicos, sem esquecer dos parafusos e travas.

Não adianta, porém, ter as peças e não conseguir fazer com que cheguem ao carro que precisa. Esse é um outro desafio com estratégias de acordo com as prioridades.

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Os itens de baixo giro ficam concentrados em Cajamar. Dali, leva-se entre um e cinco dias para chegar a qualquer concessionária GWM no Brasil por via aérea, ou entre dois e 10 dias por via rodoviária – que seria o único meio para o transporte de uma bateria de alta tensão, por exemplo. Também é possível que a entrega seja feita de carro, para diminuir o prazo de entrega.

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CD GWM (6)
(Lucas Parente/Quatro Rodas)

Desde sua chegada ao Brasil, a GWM já vendeu cerca de 23.460 veículos. Deste total, 3.868 (16,5%) dos modelos já necessitaram de alguma peça, seja em revisão ou para serviços de funilaria. 55.575 peças foram utilizadas nessas trocas, com um nível de 98% de atendimento de pedidos a pronta entrega. De acordo com a marca, também é um número acima da média do mercado brasileiro, que estaria entre 90% e 95%.

Apesar da eficácia da atual forma de alimentação de estoque, a GWM pretende, nos próximos anos, nacionalizar muitas dessas peças aproveitando que começará a montar carros no Brasil no segundo semestre de 2025.

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Sem empurroterapia

De acordo com a GWM, seu objetivo principal está em prever a demanda por peças e uma concessionária que não seguir as determinações da fabricante torna-se um problema.

Há um sistema que integra todos os armazéns e estoques de concessionárias, atualizado semanalmente para indicar a demanda dos produtos, disponibilidade e quantidade atual em estoque. A reposição é automática, seguindo uma política inspirada no conceito just-in-time da Toyota.

CD GMW(08)
(Lucas Parente/Quatro Rodas)

Esse controle inibe a concessionária a vender peças que o cliente não precisa, até porque não há bonificação para as concessionárias que vendem mais peças ou uma meta mensal para compra de peças.

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Outra estratégia diferente do que está estabelecido no mercado é que a GWM só disponibiliza suas peças nas concessionárias, não vende a atacadistas, por exemplo. Mas usa esse monopólio para garantir que preço de todas as peças é sempre o mesmo, independente do estado ou do nível do estoque. Existe um acompanhamento das notas de venda por parte da fabricante para que não haja descontos ou sobrepreços nas lojas.

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