O governo federal publicou na última sexta-feira (25) decreto que reduz as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, eletrodomésticos, celulares e outros produtos industrializados.
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A maior parte dos produtos tiveram redução de 25% na alíquota do IPI, mas alguns tipos de automóveis tiveram redução menor na alíquota, de 18,5%. Na prática, porém, a redução no imposto poderá alcançar os 25% dependendo da classificação de cada veículo.
Vale enfatizar que a redução é na alíquota do IPI, que varia entre 7% para veículos com motor 1.0 flex ou 25% no caso de automóveis com motores 2.0 a gasolina. E, também, o efeito dessa redução não será notável por muito tempo.
Embora o decreto já esteja valendo e não tenha data para expirar, o impacto no preço dos carros novos não é tão grande.
Tomemos o Renault Kwid Zen, que parte dos R$ 59.890 pagando de 7% de IPI, como exemplo. Com o decreto, a alíquota para carros flex até 1.000 cm³, como o Kwid, cai para 5,7%. Se antes o IPI representava R$ 4.192 do preço compacto da Renault, agora representa R$ 3.413: a redução no preço é de R$ 779, ou apenas 1,3% sobre o preço.
Consideremos então um carro com motor maior. Para carros flex com motores entre 1.0 e 1.5 a alíquota do IPI caiu de 11% para 8,96%. É o a alíquota que incide na venda do novo Jeep Renegade 1.3 turbo, que parte dos R$ 123.990. Em vez de R$ 13.638, passa a pagar R$ 11.097 de IPI, uma diferença de R$ 2.531 que corresponde a redução de 2% no preço do SUV compacto, para R$ 121.459.
É muito pouco. Considerando que, em média, o reajuste mensal aplicado pelas fabricantes fica ao redor de 1 e 2,5%, a medida do governo é um paliativo que vai conter a alta no preço dos carros novos por muito pouco tempo.
Para automóveis com motores entre 1.5 e 3.0 a redução da alíquota foi de 18% para 14,67%. Para SUVs e picapes 4×4 a redução no IPI foi de 15% para 12,25%.
Agora, para híbridos e híbridos plug-in a alíquota do IPI varia entre 7,33% ( menos de 1.400 kg e 1,10 MJ/km) e 16,3% (mais de 1,68 MJ/km e 1.700 kg) de acordo com o peso e as emissões dos veículos. Pra elétricos, a variação é entre 5,7% (até 1.400 kg) e 14,67% (mais de 1.700 kg e 1,35 MJ/km).
Ainda assim, a expectativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) é que a tendência de redução dos preços dos produtos industriais como um todo impactem na inflação, já que os preços do segmento representam 23,3% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).