Governo Bolsonaro teria danificado Rolls-Royce presidencial, diz Janja
Segundo primeira-dama eleita, problemas no modelo histórico podem torná-lo inapropriado para o desfile da posse de Lula, em 1º de janeiro
O famoso Rolls-Royce Silver Wraith presidencial pode não ser o carro que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, usará durante sua posse no dia 1º de janeiro de 2023. Segundo sua esposa e organizadora da cerimônia, Rosângela “Janja” da Silva, o veículo teria sido danificado durante o mandato do atual presidente, Jair Bolsonaro.
Janja não descreveu com exatidão o problema, mas relatou que, possivelmente, o carro estaria com um defeito no banco. Caso realmente esteja incapacitado, o Rolls-Royce será substituído por outro modelo aberto, “conforme o protocolo”, afirmou a futura primeira-dama.
O Silver Wraith completou 70 anos em 2022. Fabricado em 1952 na Inglaterra, ele chegou ao Rio de Janeiro um ano depois para aposentar o Lincoln K 1935, usado até então. Nesse mesmo ano, o Rolls-Royce estreou como veículo presidencial nas comemorações do Dia do Trabalho, levando o então presidente Getúlio Vargas pelas ruas de Volta Redonda (RJ).
Três anos mais tarde, o Rolls-Royce participou de sua primeira cerimônia de posse, servindo de transporte ao ex-presidente Juscelino Kubitschek, ainda no Rio de Janeiro. De lá pra cá, o veículo foi usado em todas as trocas de faixa.
Além dos presidentes, o veículo também já transportou personalidades e autoridades mundiais, como o cosmonauta Iuri Gagarin, primeiro ser humano a viajar para o espaço, e a rainha Elizabeth 2ª da Inglaterra, que supostamente teria dado o Rolls-Royce de presente ao governo brasileiro. Porém, a história foi desmentida pelo historiador e escritor Lira Neto em sua trilogia “Getúlio”.
A última grande restauração do Silver Wraith foi feita em 2001, mas segue uma rotina para manter o motor seis cilindros 4.6 ‘em forma’. O veículo presidencial passa por manutenções regulares de uma a duas vezes por ano e é dirigido por cerca de 20 minutos todos os dias. No total, o carro já soma mais de 30 mil quilômetros rodados.
QUATRO RODAS entrou em contato com a equipe que organiza a transição entre o governo do presidente derrotado e o presidente eleito, mas ainda não obteve retorno sobre os supostos danos ao veículo clássico.