Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Gol GTi: como primeiro carro nacional com injeção ficou tão valorizado?

O esportivo já foi vendido por quase R$ 120.000 em leilão e é raro encontrar unidades de sua primeira geração por menos de R$ 70.000

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 14 set 2021, 17h04 - Publicado em 14 set 2021, 16h57

Mesmo após o fim dos esportivos V8, a década de 1980 foi um período muito interessante para quem gostava de carros esportivos. Foi justamente nessa época que surgiu um dos mais carismáticos e desejados da Volkswagen: o Gol GTI de primeira geração.

Apresentado em 1980, o Gol inaugurava a plataforma BX com estrutura monobloco e tração dianteira. Tinha a árdua missão de substituir o Fusca e a Brasília de uma só vez.

001_gol_gti_FLP7827
Nos primeiros anos, o VW Gol GTi só foi vendido na cor Azul Mônaco (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Gol era um paradoxo sobre rodas: o estilo arrojado inspirado no esportivo alemão Scirocco era incompatível com a anacrônica mecânica refrigerada a ar, com quase meio século de estrada.

Mas o ápice na história da primeira geração do Gol ficou reservado para a 15ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo: em outubro de 1988 era apresentado o Gol GTi, o primeiro automóvel nacional equipado com injeção eletrônica de combustível.

003_gol_gti_FLP7835
Rodas pingo d´agua equiparam as primeiras unidades (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A adoção do sistema Bosch LE-Jetronic foi um dos últimos trabalhos do engenheiro Philipp Schmidt. Com ele o torque do motor AP-2000 subia de 14,9 para 18,35 kgfm e a potência chegava a expressivos 120 cv.

Tratava-se, na verdade, de um sistema de gerenciamento com dois processadores que controlavam não apenas a injeção mas também a ignição, sempre de acordo com as condições atmosféricas e do comando do acelerador. Pela primeira vez um carro nacional dispensava o hoje esquecido afogador.

012_gol_gti_FLP7868
Motor AP-2000 recebia injeção eletrônica com dois processadores (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As respostas no pedal do acelerador eram imediatas, sem a hesitação ou os engasgos tão comuns nos carburadores. O GTI tinha uma personalidade completamente distinta do GTS, mais suave, progressiva e civilizada. O sensor de detonação implicou na uso de um cabeçote com tuchos hidráulicos, muito mais silencioso.

Continua após a publicidade
002_gol_gti_FLP7829
Os para-choques e apliques laterais eram pintados de prata (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A decoração externa exclusiva do GTI foi criada pelo designer Guenter Karl Hix: a carroceria era sempre pintada em Azul Mônaco metálico enquanto os para-choques e apliques laterais eram pintados de prata. A antena no teto lançou moda.

Por dentro, o acabamento em tons escuros deixava claro que se tratava de um esportivo. O volante revestido de couro era uma novidade. Os bancos Recaro com encostos de cabeça vazados, outra. O painel exibia grafismos vermelhos.

Continua após a publicidade
005_gol_gti_FLP7907
Bancos Recaro combinavam com a esportividade do carro (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Preço do Gol GTi

Em valores atuais um GTI 0km custava o equivalente a pouco mais de R$ 260.000,00, valor que justifica número relativamente baixo de unidades produzidas.

007_gol_gti_FLP7890
Nome da versão no quadro de instrumentos com conta-giros (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em meados de 2020 um GTI 1993 estabeleceu o recorde de R$ 119.000 em leilão de automóveis antigos do Brasil, fato que agitou as redes sociais e o mercado antigomobilista. Unidades em razoável estado de conservação não costumam ser negociadas por menos de R$ 70.000,00.

Continua após a publicidade
004_gol_gti_FLP7886
Volante “quatro bolas” é outro clássico (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Teste: Volkswagen Gol GTi em janeiro de 1989

  • Aceleração de 0 a 100 km/h – 10,4 s
  • Velocidade máxima – 174,3 km/h
  • Frenagem 80 km/h a 0 – 28,9 m
  • Consumo – 8,5 km/l (urbano) – a 13,3 km/l (rodoviário)
  • Preço: Janeiro de 1989 – Cz$ 19.300.000 | Atualizado –  R$ 225.546 (INPC/IBGE)

Ficha técnica

  • Motor: dianteiro, 4 cilindros, longitudinal, 1 984 cm3
  • Diâmetro x curso: 82,5 x 92,8 mm
  • Taxa de compressão: 10:1
  • Potência: 120 cv a 5.600 rpm Torque: 18,3 mkgf a 3.200 rpm Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
  • Dimensões: comprimento, 385 cm; largura, 160 cm; altura, 135 cm; entre-eixos, 236 cm; peso, 997 kg
  • Suspensão: dianteira, independente, McPherson; traseira, eixo de torção

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

Capa quatro rodas 748 agosto 2021

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 12,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.