A idade média da frota de veículos no Brasil, incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, já é a maior desde 1995, chegando aos 10 anos e 3 meses.
Os dados são de 2021, os mais recentes divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores, o Sindipeças.
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Os números revelam uma constância no processo de envelhecimento da frota brasileira desde 2014, mas com agravamento desde 2020 pelas sequelas econômicas e produtivas deixadas pela pandemia da Covid-19, além de um enfraquecimento no poder de compra da população. De 2013 a 2021, a média de idade dos carros aumentou em 1 ano e 10 meses.
No último ano, a maioria dos veículos em circulação (18,4 dos 46 milhões totais) tinha entre 4 e 10 anos, menos do que os 19,4 milhões com a mesma idade em 2020. Por outro lado, cresceram os que têm mais de 11 anos.
De 2020 para 2021, veículos com mais de 20 anos passaram de 2,5 para 3,6 milhões (eram 1,7 milhão em 2014).
Entre os segmentos, os comerciais leves têm a menor idade média, com 8 anos e 7 meses, seguidos pelos automóveis, com 10 anos e 5 meses. Os ônibus e caminhões têm as frotas mais antigas, com 11 anos e 1 mês e 11 anos e 11 meses, respectivamente.
Apesar disso, os caminhões foram os únicos a verem aumento entre unidades mais novas, passando de 256,7 mil em 2020 para 305,1 mil em 2021. Isso se deve, segundo o sindicato, graças aos bons resultados do agronegócio, mineração, exportação e construção civil, além do crescimento das entregas de e-commerce, que exigiram reforços nas frotas desde o início da pandemia.
Para o Sindipeças, a reversão do quadro de envelhecimento depende, entre outros, de políticas públicas para renovação de frota, incluindo a exigência da retirada de circulação de unidades mais antigas. Um programa de reciclagem veicular também está em discussão pelo governo federal junto a entidades setoriais e transportadores de cargas.