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Fórum Direções: carros elétricos são mais vantajosos do que carros a combustão?

Painel do Fórum Direções Quatro Rodas 2024 discute os principais problemas dos carros elétricos, desde estrutura de carregamento até desvalorização

Por Lucas Parente
Atualizado em 21 ago 2024, 15h19 - Publicado em 21 ago 2024, 15h18
Fórum Direções Quatro Rodas 2024
Fórum Direções Quatro Rodas 2024 (Flávio Santana/Quatro Rodas)
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Tecnologias inovadoras e inéditas são tão interessantes quanto assustadoras. Essa talvez seja a melhor forma de definir a troca de carros a combustão para carros elétricos. Estamos ainda conhecendo sobre o produto e aprendendo como utilizá-lo da melhor forma.

Durante o Fórum Direções Quatro Rodas 2024, discutimos sobre o mercado nacional de carros elétricos com especialistas do assunto. Os convidados foram: Francisco Scroffa, Head da Enel X Brasil, Ricardo Bastos, Diretor de Relações Institucionais da GWM, e Guilherme Galhardo, Head de Eletrificação da Volvo Brasil.

O custo do quilômetro rodado do carro elétrico é o principal argumento para a migração dos clientes dos carros a combustão para os elétricos. Porém, deve ser levado em conta uma eventual dificuldade no carregamento do carro, seja ele em postos públicos ocupados ou na dificuldade para instalar um carregador em casa, já que não é qualquer lugar que pode se colocar um wallbox, por exemplo.

Diversas casas e condomínios nem sequer possuem a estrutura necessária para a instalação de carregadores.

Carregadores domésticos consomem como um chuveiro elétrico
Carregadores domésticos consomem como um chuveiro elétrico, mas precisam da estrutura certa para serem instalados (Divulgação/Quatro Rodas)

Para o Head da Enel X do Brasil, Francisco Scoffra, não existe almoço de graça, portanto é necessário investir para melhorar a estrutura de carregamento nacional. E não há como não repassar o custo desse investimento. Segundo o executivo, a empresa planeja aumentar a sua quantidade de postos de abastecimento.

Ricardo Scroffa, Head da Enel X Brasil
Francisco Scroffa, Head da Enel X Brasil (Flávio Santana/Quatro Rodas)

No entanto, para Ricardo Bastos, mesmo com todo o investimento necessário para ter a estrutura de carregamento em casa (quando possível, claro), ainda assim será mais barato rodar com um carro elétrico do que com um carro a combustão.

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E, claro, ao longo dos anos, a estrutura e suporte para quem possui um carro elétrico vai melhorar. Mas sabemos que hoje já é um problema. Com a alta demanda de carros eletrificados, temos poucos carregadores rápidos públicos para suportar tal mudança.

Carregadores de carros elétrico da Volvo, eletroposto instalado no Brasil (3)
(Divulgação/Volvo)

Empresas como Enel X e Volvo têm investido em carregadores públicos. A empresa sueca começou a criar sua própria infraestrutura em 2018 e hoje possui milhares de unidades no Brasil, seja em postos ou em estabelecimentos comerciais como shoppings e lojas. A fabricante quer fechar o ano com 100 carregadores rápidos no Brasil e, destes, 55 já foram instalados. Mas admite que há problemas com infraestrutura no país.

Além de ser cara a instalação de carregadores elétricos, o Brasil passa por sérios problema de infraestrutura que quase inviabilizam a construção de carregadores.

Head de Eletrificação e Diretor Digital da Volvo Cars
Guilherme Galhardo, Head de Eletrificação e Diretor Digital da Volvo Cars (Flávio Santana/Quatro Rodas)

“É muito difícil disponibilizarmos carregadores rápidos, já que não temos disponibilidade de estrutura para isso. Há postos que não possuem nem transformador”, afirmou Guilherme Galhardo, Head da Volvo Brasil. Sem o transformador adequado, não há como utilizar toda a potência dos carregadores.

Não só em postos, mas também dentro das casas e condomínios é difícil até de instalar carregadores. Porém, segundo os executivos, isso será superado ao longo dos anos com a construção de uma melhor estrutura de carregamento e maior profissionalização no segmento. Inclusive, o ideal seria que os fabricantes acompanhassem o processo de instalação dos carregadores domésticos, seja como serviço ou por indicação de profissionais habilitados.

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Como lidar com as manutenções dos carros elétricos?

A manutenção de carros elétricos é um assunto polêmico desde a chegada dos veículos no Brasil. Se carros a combustão ainda ainda podem enfrentar problemas nas revisões, o que dizer da manutenção de sistema elétricos e módulos de bateria?

Para isso, marcas como a Volvo e a GWM possuem cursos de capacitação de manutenção de carros elétricos disponíveis no Senai. As empresas estão investindo para criação de mecânicos de carros elétricos.

“Qualquer um pode fazer a manutenção, contanto que ele tenha capacitação para tal. Exceto em casos de tecnologias inéditas”, afirmou Ricardo Bastos.

Diretor de Relações Institucionais da GWM
Ricardo Bastos, Diretor de Relações Institucionais da GWM (Flávio Santana/Quatro Rodas)

Guilherme Galhardo citou um exemplo de dentro da Volvo. No Brasil, temos o XC40 elétrico com a maior quilometragem do mundo. Segundo ele, a degradação e manutenção foram muito baixas. A bateria do carro ainda está com 90% da saúde.

E, realmente, a manutenção de um carro elétrico é muito mais “simples”, já que são menos peças e componentes que podem dar problema e os intervalos entre as paradas são maiores – normalmente, 20.000 km. O grande problema é quando há a necessidade de troca de módulo de bateria ou motor elétrico, que são dois componentes muito caros. Mas, segundo os executivos, a garantia e a baixa manutenção sobre os produtos viabilizam isso.

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volvo xc40 recharge plus
Volvo XC40 Recharge Plus (Fernando Pires/Quatro Rodas)

“A cada 1.000 carros elétricos da Volvo vendidos, apenas 0,8% necessitaram de alguma manutenção na bateria”, afirmou Guilherme.

Para os executivos, esta baixa manutenção foi um dos principais motivos para a fidelização dos clientes a marca.

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No caso da Volvo, Guilherme afirmou que os compradores da Volvo se fidelizaram ainda mais com a marca após a transformação total da frota em carros eletrificados.

“Com as revisões menos recorrentes, nossos clientes vão até as concessionárias apenas casualmente, para tomar café ou algo do tipo”, afirmou Guilherme.

Entretanto, a desvalorização ainda é um ponto que afasta as pessoas dos carros elétricos, por conta da grande perda de valor na hora de uma revenda.

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GWM ORA 3 GT
Carros da GWM que chegaram há pouco mais de um ano passarão por problemas de desvalorização, principlamente agora (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Segundo Ricardo Bastos, “temos que olhar com mais frieza e técnica quanto a desvalorização dos carros elétricos”.

Em comparação aos primeiros modelos que chegaram no Brasil, que sofreram fortemente com isso, as coisas já tem mudado um pouco. Os carros híbridos e elétricos mais recentes estão com um problema menor no quesito de desvalorização, mas ela ainda é alta. Cabe agora as montadoras um trabalho de pós venda para diminuir ainda mais.

“A hora que as pessoas descobrirem os benefícios do carro elétrico, não irão querer voltar atrás”, afirmou Francisco Scroffa.

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