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Ford vs Ferrari é um filme de arrepiar quem ama carros e competições

Baseado na clássica batalha pela vitória de 66 em Le Mans, filme é obrigatório para quem quer conhecer o universo das competições automobilísticas

Por Paulo Campo Grande
Atualizado em 10 fev 2020, 17h12 - Publicado em 14 nov 2019, 07h00
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  • Cartaz do filme que mostra a disputa entre as marcas na prova de Le Mans (Fox/Divulgação)

    Baseado em uma das mais memoráveis histórias da indústria automobilística, o filme Ford vs Ferrari marcou pela sua qualidade. Tanto é que recebeu duas estatuetas no Oscar nas categorias Melhor Edição e Melhor Edição de Som. É o primeiro filme ligado ao automobilismo premiado desde Grand Prix (1966).

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    Como o título diz, o filme fala da passagem em que as fábricas Ford e Ferrari se enfrentaram em uma disputa cheia de lances nas pistas e fora delas com ataques pessoais, ironias e orgulhos feridos.

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    O confronto não foi no mercado porque essas duas marcas sempre atuaram em segmentos diferentes.

    A Ford desenvolveu o GT-40 para enfrentar a Ferrari (Ford/Divulgação)

    A narrativa se passa precisamente em 1966, ano em que a Ford estabeleceu como meta encerrar o domínio da Ferrari na 24 Horas de Le Mans, a mais antiga e tradicional competição do automobilismo.

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    A Ferrari era a grande vendedora do momento mantendo uma sequência de seis vitórias consecutivas, 60, 61, 62, 63, 64 e 65, na prova de resistência de carros e pilotos que ocorre no circuito misto de autódromo com vias públicas na cidade de Le Mans, na França.

    A história de Ford vs Ferrari é conhecida e, no filme, ela é contada de forma bastante fiel embora o roteiro não perca as oportunidades de envolver os expectadores com cenas romanceadas do bem contra o mal e heróis.

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    O filme é dirigido pelo americano James Mangold e tem como protagonistas principais os premiados Matt Damon, no papel do corredor e construtor americano Carroll Shelby, e Christian Bale, que vive o piloto inglês Ken Miles.

    A Ferrari entrou na prova com a 330 P3 (Ferrari/Divulgação)

    Quem sabe como tudo aconteceu vai gostar de ver a história encenada. Quem não sabe vai gostar de conhecer a trama da forma como é contada.

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    Mangold declarou que sua intenção não era fazer apenas um filme sobre corridas, mas queria também produzir uma fita que falasse sobre os personagens que povoam o universo das pistas.

    “Mais do que carros incríveis e velocidade, acho que esse é um filme sobre a família, sobrevivência, e sobre como as pessoas precisam aprender a confiar em seus amigos com sua vida se quiserem transcender”, afirmou.

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    Christian Bale vive o papel do piloto inglês Ken Miles (Fox/Divulgação)

    Não dá para saber qual parcela do público sairá do cinema com reflexões como as que pretende o diretor, mas, entre os que gostam de carros e de corridas, muitos sairão como se tivessem presenciado a prova de Le Mans de 1966, seja torcendo ou, no caso dos mais empolgados, se sentindo o próprio Ken Miles.

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    Logo no começo da fita, há uma cena que parece gravada com miniaturas de plástico – e podem até ter sido mesmo.

    Em um primeiro momento, isso é meio frustrante para o expectador, mas como é uma cena em flashback, talvez o diretor quisesse causar esse efeito menos real. E, felizmente, ele não se repete mais.

    Todas as demais ações são bem realistas e deixam claro que quem escreveu o roteiro (os roteiristas são Jez Butterworth, John-Henry Butterworth e Jason Keller) sabia do que estava falando.

    Matt Damon é o americano Carroll Shelby (Fox/Divulgação)

    As esticadas de marchas e as trocas rápidas com a câmera mostrando o movimento dos pés pressionando os pedais e da mão deslocando a alavanca do câmbio são muito realistas.

    Mas o diretor poderia ter mostrado também as freadas, tão importantes quanto as acelerações para um traçado eficiente. Não se vê um punta-taco sequer. Quando fala dos freios, o diretor prefere mostrar os discos incandescentes.

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    Filme mostra os bastidores das pistas e das fábricas de automóveis (Fox/Divulgação)

    Faltou veracidade em momentos como o de uma tomada interna que mostrava o carro se aproximando de uma curva em alta velocidade, como se o piloto retardasse a frenagem.

    E, já a cena seguinte, de um ponto de vista externo, o carro cumpria a trajetória de forma perfeita, sem qualquer desvio.

    Há apenas um momento (que eu lembre) em que a câmera externa mostra o carro saindo de traseira e, quando corta para a câmera interna, o piloto está acabando de fazer uma correção com o volante. Puro êxtase para os aficionados que a essa altura já podem estar segurando um volante ou pressionando um acelerador imaginário.

    Essa é uma situação muito rápida que poderia ser repetida para deixar os entusiastas da plateia com (ainda mais) adrenalina nas veias.

    Os aficionados também terão prazer em acompanhar o desenvolvimento do carro em um tempo em que não havia tanta tecnologia, como telemetria e túneis de vento, e pilotos com conhecimento e sensibilidade eram colaboradores de vital importância para os engenheiros.

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    As tomadas dos carros na pista, com a variedade de protótipos de diferentes marcas, e os modelos protagonistas disputando os espaços na pista também são motivos de deleite.

    Na corrida de Le Mans de 1966, havia Porsche, Alpine, Matra e Austin-Healey, além, é claro, do Ford GT 40 e da Ferrari 330 P3, retratados no filme.

    O GT-40 era equipado com motor V8 7.0 (Ford/Divulgação)

    Os carros das equipes de fábrica, que foram os principais contendores da prova, estavam o Ford GT40 MkII da dupla Ken Miles e Denny Hulme que era equipado com motor V8 7.0 e a Ferrari 330 P3 de Lorenzo Bandini e Jean Ghichet com motor V8 4.0.

    O Ford GT40 MkII tinha motor V8 7.0 e a Ferrari 330 P3 contava com um V8 4.0.

    Apesar da história ter a marca americana como principal protagonista, afinal foi a Ford que desafiou a hegemonia da Ferrari, o roteiro não diminui a importância histórica da italiana tanto na trama como na História de fato, com H maiúsculo.

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    O filme mostra também os bastidores das provas, com as trapaças que sempre existiam durante as provas e as disputas internas entre os executivos das fábricas.

    Ferrari 330 P3 tinha motor V8 4.0 (Ferrari/Divulgação)

    Duas cenas interessantes de ver são as que mostram as sedes das empresas. De um lado, o enorme e moderno prédio da Ford, em Dearborn, em Michigan, nos Estados Unidos, conhecido como Glass House, inaugurado 10 anos antes, em 1956.

    De outro, a pequena e antiga fábrica da Ferrari em Marenello erguida no início dos anos de 1940 com o estilo de propriedade rural da região da Emília Romagna, na Itália.

    Ford vs Ferrari é um daqueles filmes obrigatórios para quem gosta de competições.

    Tanto quanto Grand Prix (1966), que fala da Fórmula 1 dos anos de 1960; 24 Horas de Le Mans (1971), com Steve McQueem; Rush (2013), sobre a rivalidade entre dos pilotos da F-1, James Hunt e Niki Lauda, nos anos 70; 500 Milhas de Indianápolis (1969), com Paul Newman, e Dias de Trovão (1999), sobre a Nascar, com Ton Cruise, entre outros.

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