No futuro, é possível que seu automóvel dedure quando você der aquela freada forte para evitar uma batida ou um atropelamento. Mas não se preocupe, ele fará isso para melhorar a sua vida – na verdade, de todos.
Uma mobilidade com mais qualidade apresentada pela Ford envolve o estudo do trânsito das grandes cidades usando dados produzidos pelos próprios automóveis da marca.
A solução foi apresentada durante a CES 2020, maior feira de tecnologia do mundo, que ocorre anualmente em Las Vegas, nos Estados Unidos.
“Usamos informações como frenagens intensas ou baixa velocidade média, cruzando com os dados de localização, para entender onde ficam os pontos mais críticos da cidade”, explica Bill Frykman, diretor de inovações em mobilidade da Ford.
O executivo destaca que essas informações são coletadas somente com autorização do cliente, e que elas são feitas de forma anônima, sem vincular os dados a quem os produziu.
Com isso a marca detectou diversos cruzamentos críticos no centro de Ann Arbor, cidade próxima a Detroit (ambas no estado de Michigan), onde ocorreram diversas frenagens bruscas e colisões de diferentes proporções.
Essas informações alimentaram programas de inteligência artificial, que também fizeram uma análise completa do tráfego da cidade antes, durante e após os horários de pico.
Isso permitiu à Ford desenvolver estratégias para, em parceria com a prefeitura local, tentar mitigar áreas mais críticas da cidade.
“Nossos estudos descobriram, inclusive, grandes áreas da cidade que não eram atendidas de forma adequada pelo transporte público”, conta Frykman.
Para amenizar a questão, a Ford firmou parcerias e passou a ofertar veículos elétricos para até seis pessoas que cobrem percursos normalmente não atendidos pelos ônibus locais.
Segundo a Ford, os primeiros testes em Michigan foram um sucesso e a plataforma de análise também será aplicada em Austin, Indianápolis, Pittsburgh e Detroit.
São Paulo tem versão tupiniquim
Não há como a empresa adotar o mesmo sistema no Brasil, já que os Ford do nosso mercado não possuem internet integrada ao sistema multimídia, um dos requisitos para alimentar a plataforma da companhia.
Por outro lado, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) paulistana já vem usando os dados do Waze para entender problemas pontuais da capital ou mesmo atender mais rapidamente a acidentes ou interferências no trânsito.
Como ocorre com os carros da Ford, a coleta de dados do usuário do Waze é feita de forma anônima e usa elementos como horários que o motorista mais roda, velocidade e localização.