Ford Mustang Mach-E: o que é legal e o que incomoda no SUV elétrico
A Ford escalou um Mustang para a briga com os elétricos da Tesla. Mas o Mach-E não é do tipo de Mustang que estamos acostumados a ver
Um SUV cupê. Elétrico. Que pesa mais de duas toneladas. O Mustang Mach-E é bem diferente de qualquer outro Mustang lançado nos últimos 55 anos.
Foi premeditado: a intenção da Ford é fazer com que seu primeiro elétrico produzido em larga escala também seja um objeto de desejo e capaz de despertar o interesse de um novo público.
No Mach-E, a conectividade, a autonomia e o número de portas USB tendem a ser mais valorizados que o tempo de aceleração.
Ainda assim, não faz feio: a versão de entrada, com 255 cv, chega aos 100 km/h em seis segundos.
A mais potente, com dois motores e 465 cv, faz tempo na casa dos 3 segundos, como um Mustang GT500, de US$ 72.900. Mas custará menos.
O Mach-E parte dos US$ 43.895 de um Mustang V8 5.0 e chega aos US$ 61.600 do Mustang Shelby GT350. A tendência é tratar o Mach-E como um carro à parte dentro da família Mustang.
Há detalhes que não convencem, mas outros ajudam a justificar o nome, como você pode ver abaixo.
O que é legal?
O design faz jus ao nome – Faróis estreitos, grade desenhada, para-lamas musculosos, caimento do teto e as três barras nas lanternas realmente remetem ao Mustang.
Não tem maçanetas – As portas podem destravar por aproximação de smartphone. No apertar de um botão na coluna, a porta abre um pouco. Depois é só puxar uma alça.
Porta-malas dianteiro – A frente longa não tem um propósito técnico, mas garantiu porta-malas extra de 139 litros vedado e com dreno, e que pode ser usado como cooler.
O que não é legal?
Não tem interior de Mustang – O painel se resume a saídas de ar e alto-falantes na forma de um soundbar. A tela de 15,5 polegadas lembra um Tesla, não um Ford Mustang.
É uma jogada de marketing – A Ford não quer convencer nenhum dono do Mustang tradicional a comprar o Mach-E, mas quer que novos clientes se sintam em um Mustang.
Tem tração integral – Há versões com tração traseira ou integral, estas com dois motores. O problema é que a versão GT, mais potente com 465 cv, está entre elas.