A Ford surpreendeu ao anunciar a presença do SUV Territory no Salão do Automóvel, que aconteceu há um mês. O modelo médio é derivado do chinês Jiangling S330 e teria vindo ao Brasil para testar a receptividade do público.
Por aqui, ele seria posicionado como o anti-Compass da Ford. Apenas seria, pois fontes internas adiantam que o modelo não será vendido no Brasil. A decisão não se deve às reações do público ou à origem chinesa do projeto, mas pela falta de fábrica disponível.
A Ford nega as informações.
De acordo com nossas fontes, o objetivo inicial era da empresa era fabricar o Territory na linha de produção do Focus (que deixará de ser feito em maio de 2019), mas a unidade na Argentina será usada para construir as novas gerações da Ranger e da Amarok.
Uma alternativa seria usar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP), de onde saem o Fiesta e os caminhões da marca. Contudo, adaptar a linha de montagem, além do custo produção mais alto, inviabilizariam o SUV.
Com essa decisão, a Ford não lançará nenhum modelo fabricado localmente por pelo menos dois anos.
Situação complicada
Hoje, os principais produtos da Ford são o Ka, que vende bem tanto na versão hatch como na sedã, e o EcoSport, que tem se esforçado para aparecer entre os SUVs mais vendidos. Com isso, a Ford já não consegue sustentar com tanta facilidade o posto de quarto maior fabricante do Brasil.
Em novembro foram emplacados 18.655 veículos da marca, contra 20.299 unidades da Renault, que superou a empresa norte-americana pela segunda vez em três meses.
A Renault, por sua vez, tem números de vendas bem distribuídos, com destaque para Kwid, Sandero e Captur. A marca ainda prepara para 2019 a reestilização de Sandero e Logan, além da nova geração do Duster e do SUV cupê Arkana. Ultrapassar a Ford de forma definitiva é apenas questão de tempo.