O Jeep Renegade pode estar vivendo seus últimos anos em nosso mercado. Isso porque, de acordo com a apuração do site Autos Segredos, a Stellantis pretende introduzir um substituto híbrido: o Jeep Avenger.
Há alguns meses, a Stellantis anunciou um grande investimento de R$ 30 bilhões no Brasil. Desse montante, ficou definido que R$ 14 bi seriam destinados à planta de Goiana (PE) onde são produzidos os modelos Jeep (Renegade, Compass e Commander), além das picapes Fiat Toro e Ram Rampage. Outros R$ 13 bi iriam para a fábrica de Betim (MG), onde é fabricada o resto da linha Fiat, com exceção do Cronos que vem importado da Argentina.
Ficaria então faltando R$ 3 bi não especificados. Ao que tudo indica, esse dinheiro — ou pelo menos uma parte dele, como informa o Autos Segredos — será destinado à fábrica de Porto Real, no Rio de Janeiro, para a chegada do Avenger, um novo SUV de entrada para a marca Jeep. Ele seria produzido ao lado dos modelos Citröen, C3, C3 Aircross e C4 Cactus.
Inicialmente, o Avenger estava cotado para ser produzido em Betim, mas a Stellantis decidiu apenas remanejar seu local de produção, o que faz sentido. Afinal, o SUV é o primeiro modelo Jeep feito sob a plataforma CMP, da antiga PSA. Logo, além de introduzir o novo modelo, o dinheiro também serviria para desenvolver a linha da Citröen no Brasil com sistemas híbridos.
Isso porque, o Avenger deve chegar apenas com motorização híbrida convencional. Ele será equipado com o motor 1.0 Turbo Flex T220, o mesmo do Pulse e do C3 Aircross, que desenvolve até 130 cv. Junto dele teremos um motor elétrico com potência entre 24 cv e 54 cv. Já a bateria terá capacidade entre 1 kWh e 2 kWh. O câmbio será do tipo CVT.
E com essa chegada, é provável que o Renegade perca espaço no Brasil. Além de ambos ocuparem a mesma categoria, o Renegade é feito na plataforma STLA, que em breve não comportará mais veículos do seu porte, sendo compatível apenas para modelos do tamanho do Compass em diante. Por esse motivo, a Stellantis está migrando todos os seus veículos menores para a plataforma CMP de origem francesa.
Em resumo, a próxima geração do Renegade só existiria se fosse adaptada para a plataforma CMP. Mas a Jeep já tem um carro à venda de mesmo porte para essa arquitetura.
Como é o Jeep Avenger?
Para quem está acostumado com o Renegade, saiba que o Avenger é um pouco mais compacto. Ele mede 4,08 m de comprimento (cerca de 22 cm menor que o Renegade), 1,78 m de largura (2 cm a menos), 1,53 m de altura (18 cm a menos) e 2,56 m de entre-eixos (1 cm a menos). Apesar disso, seu porta-malas é maior, tendo 380 litros contra 314 litros do modelo nacional.
No design, ele é um pouco menos quadrado que o Renegade, sendo um meio termo entre o compacto e o Compass. Enquanto isso, sua dianteira é bem mais parecida com a do ‘irmão maior’, apresentando faróis retangulares e divididos pela grade com sete fendas. Já o para-choque dianteiro é robusto e com uma grande abertura central.
A traseira, mais uma vez, se assemelha mais ao Compass. As luzes são um pouco menores e tem assinatura em forma de X. O para-choque, por outro lado, é mais elevado que o do SUV médio, dando um caráter mais aventureiro ao Avenger.
O interior segue um padrão diferente dos Jeep nacionais. O Avenger tem uma central multimídia retângular e flutuante, enquanto seu quadro de instrumentos é totalmente digital, sem nenhum mostrador analógico. No painel, há uma grande saída de ar que vai de uma ponta a outra. Os botões para o ar-condicionado e outras funções do carro são mais baixos, abrindo um espaço no meio do painel para um grande porta-objetos.
Na Europa, o Avenger é vendido com motor 1.2 turbo de 136 cv ou então combinado com um motor elétrico de 29 cv em uma versão híbrida leve. Recentemente, ele ganhou uma versão híbrida, com dois motores elétricos e tração integral. Há também a versão elétrica com bateria de 54 kWh e motor elétrico dianteiro de 156 cv.
Segundo o Autos Segredos, a previsão é que o Avenger comece a ser produzido e estreie no Brasil até o final do primeiro semestre de 2026.