A pressão global para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e acelerar a transição para formas mais limpas de mobilidade tem feito muitas fabricantes buscarem alternativas ao diesel e a gasolina. Para a Cummins, fabricante de motores para veículos pesados, uma alternativa poderia ser um motor que queime hidrogênio.
Vale um parênteses. Veículos a hidrogênio podem funcionar de duas maneiras. É possível usar o hidrogênio tanto para gerar eletricidade em células de combustível, que alimentará motores elétricos, como ter motores a combustão que queimem hidrogênio. A Toyota, por exemplo, usa células de combustível no Mirai enquanto um protótipo de corrida do Yaris queima o combustível limpo.
A Cummins aposta na segunda opção como alternativa limpa e de baixo custo para veículos pesados e já tem duas frentes. O Em julho de 2021, a empresa anunciou seus primeiros testes de motores de combustão interna movidos a hidrogênio, com um protótipo com motor 6.7 que alcançou 290 cv de potência e foi instalado em um Mercedes Atego, como uma proposta para caminhões entre 10 a 26 toneladas.
A meta, porém, é desenvolver 500 cv, número equivalente ao de um motor diesel. Para isso, aposta em uma versão do motor X15H, com 15 litros e que faz parte de uma nova plataforma independente de combustível da Cummins. Esta versão tem a produção prevista para 2027.
A intenção é usar hidrogênio limpo para manter motores a combustão com emissão zero de carbono, garantindo que motores de combustão interna não sejam largados na próxima década. Esse motor será importante para preencher uma lacuna crítica na transição para uma mobilidade mais sustentável em veículos que hoje usam diesel.
Os veículos de transporte pesado enfrentam desafios únicos em relação à eletrificação. As limitações das baterias em termos de capacidade e peso tornam o hidrogênio uma alternativa atraente.
Os motores a hidrogênio ainda permitem o uso das mesmas transmissões e pacotes de refrigeração de um motor a diesel, sendo que é mais silencioso. Apesar disso, o armazenamento eficiente de hidrogênio e as complexidades do transporte e armazenamento desse combustível ainda representam um enorme desafio a ser superado.
Como a tecnologia para os motores está relativamente madura, tem baixo custo inicial, permite uma grande autonomia e abastecimento rápido, claras vantagens frente aos caminhões elétricos, é possível que o interesse nesses motores alavanque a infraestrutura de hidrogênio para o futuro.