Assine QUATRO RODAS por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Clássicos: Ford 1941, o último carro com toques do pai, do filho e do avô

Modelo dos anos 40 foi o único Ford a sofrer influência direta das três primeiras gerações no comando da marca: Henry, Edsel e Henry II

Por Felipe Btu
Atualizado em 3 dez 2018, 21h33 - Publicado em 3 dez 2018, 21h26
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Era o único na categoria com opção do motor V8 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Último modelo apresentado por Henry Ford, o Ford 1941 foi reformulado para resgatar a hegemonia do fabricante de Dearborn.

    Publicidade

    Notório pela genialidade e teimosia, o industrial não escondia duas insatisfações: a liderança do mercado nas mãos da Chevrolet e o crescimento da Plymouth, respectivamente divisões de entrada da General Motors e Chrysler Corporation.

    Publicidade
    Suspensão independente? Só em 1949 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    A queda nas vendas era sintoma do conflito entre Henry e o presidente da empresa, seu filho Edsel. A concorrência ousava com novas tecnologias, mas as incertezas da Segunda Guerra fizeram Henry manter-se fiel à concepção do Ford 1932, com eixo dianteiro rígido, molas transversais, transmissão por tubo de torque e o lendário motor V8 “cabeça chata”.

    Mas a última palavra no estilo era de Edsel e do designer Bob Gregorie. Maior e mais pesado, o Ford 1941 adotou o rígido chassi do Mercury Eight 1939 em seis configurações: picape, sedã de duas ou quatro portas, cupê, conversível e a perua com portas e laterais de madeira.

    Publicidade

    Mais larga, a carroceria quase eliminou os estribos laterais e a área envidraçada estava 22% maior. A grande novidade foi o motor de seis cilindros em linha e 3,7 litros, com a mesma potência do V8 (90 cv) e torque superior quando comparado ao seis cilindros Chevrolet.

    Continua após a publicidade
    Acabamento impecável era marca registrada (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Era o único motor disponível para a versão de entrada, Special, e foi uma concessão técnica, que gerou uma enorme discórdia entre Edsel e seu pai.

    Publicidade

    O favorito de Henry era o V8 de 3,6 litros, de série na De Luxe e Super De Luxe. O Ford 1941 era o carro mais espaçoso e confortável já feito pelo clã, com molas e amortecedores recalibrados e barra estabilizadora traseira. O baixo nível de ruído e vibrações indicavam o capricho no isolamento e na qualidade de construção.

    Continua após a publicidade
    O modelo também apresentava equipamentos como relógio e quebra-ventos acionados por manivelas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Simplificada, a versão Special trazia uma única lanterna traseira e limpador de para-brisa só para o motorista. O sedã ou cupê vinham sempre na cor cinza, mas o verde, o marrom, o preto e o azul eram cobrados à parte. A perua de quatro portas era oferecida a partir da versão intermediária, De Luxe, que tinha a grade cromada.

    Publicidade

    A carroceria conversível era exclusiva da versão mais cara, Super De Luxe, que recebia boa dose de frisos e cromados, além de equipamentos como relógio, quebra-ventos acionados por manivelas e revestimentos de melhor qualidade para o estofamento. A capota do conversível era dotada de acionamento elétrico.

    Continua após a publicidade
    O revestimento era feito com a melhor qualidade para o estofamento (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    As vendas cresceram, mas foram 691.455 Fords contra 1.008.976 Chevrolets em 1941. Reestilizado, o Ford 1942 recebeu suspensão mais baixa e macia, mas teve sua produção interrompida em fevereiro em função da Segunda Guerra. O racionamento de matérias-primas eliminou cromados e até pistões de alumínio nas poucas unidades produzidas.

    Publicidade

    Vitimado por um câncer, Edsel Ford morreu em 1943, fazendo a Ford Motor Company retornar ao comando do quase octogenário Henry. Transtornadas pela morte precoce de Edsel e preocupadas com o futuro da empresa, Clara (esposa de Henry) e Eleanor (sua nora) pressionam Henry Ford, que renuncia em favor de seu neto Henry II em 1945. 

    Continua após a publicidade
    O Ford tinha um raro motor seis cilindros de 90 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Sob nova direção, a empresa inicia uma ampla reforma administrativa e apresenta o novo Ford 1946, caracterizado pela larga grade horizontal e o V8 de 3,9 litros e 100 cv, até então exclusivo dos modelos da divisão intermediária Mercury. A versão Special deixa de existir e a nova estrela é o conversível Sportsman, penúltimo trabalho de Bob Gregorie para a Ford. 

    O Sportsman foi uma ideia atribuída ao jovem Henry Ford II, um veículo recreacional com portas e laterais de madeira e bancos de couro para ser usufruído em suas poucas horas de lazer no litoral de Long Island. Construído de maneira artesanal, a produção na fábrica de Iron Mountain ficou abaixo de 3.500 unidades.

    Continua após a publicidade
    Com três volumes definidos, o cupê era o modelo mais esportivo dentro da linhagem Ford (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Com modificações discretas, o modelo 1947 foi apresentado em fevereiro do mesmo ano, pouco antes da morte de Henry Ford. O último dessa geração foi o modelo 1948, como este cupê Super De Luxe, sob os cuidados da De Gennaro Classics.

    A salvação da empresa ficou a cargo de seu sucessor, responsável por reconquistar, enfim, a liderança do mercado em 1949.

    Ficha técnica – Ford Coupe De Luxe 1948

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.