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BMW M3 E36: o carro de competição que se consagrou nas ruas

O BMW M3 surgiu para dominar as pistas, mas foi fora delas que conquistou uma legião de fãs

Por Felipe Bitu
Atualizado em 21 ago 2021, 10h34 - Publicado em 14 jul 2017, 19h09
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  • A geração E63 foi a mais discreta: rodas grandes, asa pequena atrás
    A geração E36 foi a mais discreta: rodas grandes, asa pequena atrás (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Burocracia é um prenúncio de aborrecimentos. Essa realidade imutável vale para o mundo todo. Mas foi um livro de regras que permitiu o nascimento do M3, o automóvel mais emblemático da BMW.

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    De olho nas competições do Grupo A (carros de turismo modificados), a empresa lançou o cupê para atender ao regulamento da FIA em 1985.

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    Segundo a regra, a empresa deveria produzir pelo menos 5.000 unidades ao ano para homologar um modelo. À época, o orçamento da marca garantia apenas a produção daquele limite. Então, a alemã teve de se reestruturar para atender a uma demanda surpreendente: chegou a cerca de 16.000 unidades.

    Isso consagrou o M3 e fomentou o surgimento de uma legião de fãs para a marca bávara.

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    A E63 é a versão mais comum no Brasil
    A E36 é a versão mais comum no Brasil (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Em 1992, a segunda geração libertou o M3 dos regulamentos. Como a demanda já existia, a E36 não precisou se ater às especificações do carro de pista. Ficou maior, mais confortável, mais potente e mais forte em comparação à antecessora (E30).

    Tinha um caráter sóbrio e refinado. Discreto, o M3 E36 abandonou a asa traseira e os para-lamas abaulados, limitando sua caracterização às rodas de 17 polegadas com enormes pneus 235/40. Visualmente, se destacavam o defletor dianteiro, as saias laterais e os retrovisores com suportes vazados.

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    O interior ostentava um requinte presente apenas nas variações mais completas do antigo M3. Os bancos envolventes poderiam ser revestidos em couro de bisão, com aquecimento e regulagens elétricas.

    Pedais deslocados e enorme túnel central eram resultado do posicionamento dianteiro-central do motor
    Pedais deslocados e enorme túnel central eram resultado do posicionamento dianteiro-central do motor (Christian Castanho/Quatro Rodas)
    Os bancos de couro são envolventes e confortáveis
    Os bancos de couro são envolventes e confortáveis (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Completa, a instrumentação trazia termômetro de óleo e computador de bordo. O volante de quatro raios denunciava o airbag (eram três, sem o equipamento).

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    O desempenho também melhorava: o impetuoso motor S14 de quatro cilindros, 2,3 litros e 200 cv deu lugar ao dócil S50 de seis cilindros, 3 litros e 286 cv.

    O torque saltou de 24,5 mkgf a 4.750 rpm para assustadores 32,6 mkgf a 3.900 rpm, com um funcionamento livre de vibrações.

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    Sua performance era espantosa: 6,8 segundos para ir de 0 a 100 km/h, com máxima de 250 km/h, limitada eletronicamente. A essência do M3, porém, era a forma como entregava tanto.

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    Quando o modelo era equipado com airbag o volante era de quatro raios
    Quando o modelo era equipado com airbag o volante era de quatro raios (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O comando variável Vanos e o corte de giros a 7.250 rpm davam uma demonstração de torque e potência aparentemente sem limites.

    Dessa forma, o M3 trocou o reinado das pistas pela supremacia nas ruas e estradas, rivalizando com Porsche e Ferrari nas Autobahns alemãs.

    Atendendo aos apelos dos clientes americanos, a BMW desenvolveu uma versão mais mansa para os EUA, com 240 cv e 31,1 mkgf em rotações mais baixas – havia até transmissão automática como opcional.

    Comando dos vidros elétricos é no console central
    Comando dos vidros elétricos é no console central (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Mais baixo e firme que o Série 3 convencional, o M3 mantinha as suspensões McPherson (dianteira) e multilink (traseira), configuração que eliminava as saídas de traseira ao aliviar o acelerador em curvas – característica da primeira geração.

    A dinâmica era favorecida pela distribuição de peso equilibrada (50%/50%) entre os eixos e pelos discos de freio ventilados nas quatro rodas com ABS.

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    Em 1994 surgiram duas novas carrocerias: o conversível e o sedã de quatro portas, idealizado para suprir a lacuna deixada pelo BMW M5 entre 1995 e 1998.

    Também se destacaram o M3 Lightweight e o M3 GT, versões de pista que eliminavam diversos equipamentos com o intuito de reduzir peso. Ambos chamavam atenção pela adoção do aerofólio traseiro.

    O motor S50 acelera de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos
    O motor S50 acelera de 0 a 100 km/h em 5,4 segundos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O motor S50 aumentou para 3,2 litros no modelo 1996, recebendo a tecnologia Vanos também nas válvulas de escapamento, acoplado à nova transmissão manual de seis velocidades.

    O mercado norte-americano mantinha as transmissões de cinco velocidades, mas ganhava um polêmico controle de tração. Entre as alterações estéticas estavam os piscas brancos e rodas de cinco raios.

    Denominado Evolution, o novo M3 acelerava de 0 a 100 km /h em 5,4 segundos, porém ainda com a velocidade máxima limitada aos 250 km/h.

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    Esses dados eram o resultado esperado de seus 321 cv a 7.400 rpm e 35,7 mkgf a 3.250 rpm. No ano-modelo seguinte viria a transmissão automatizada SMG, com funcionamento sequencial, que eliminava o pedal de embreagem.

    De 1982 a dezembro de 1999, 71.242 E36 foram produzidos – na conta estão os cupês, sedãs e conversíveis. Naquele mês, o último modelo deixou a fábrica bávara de Regensburg.

    Seu legado foi mantido na terceira geração (E46), caracterizada por aliar o motor de seis cilindros em linha a elementos de estilo da primeira geração. Hoje, o nome M3 está restrito apenas ao três volumes.

    Ficha técnica – BMW M3 1994

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