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Clássicos: 365 GT 2+2, a subcelebridade da Ferrari

Embora menos famosa que suas irmãs de projeto, ela foi um dos modelos mais rentáveis da fabricante italiana

Por Felipe Bitu
Atualizado em 27 set 2018, 13h20 - Publicado em 27 set 2018, 13h15
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  • Ferrari 365 GT 2+2
    Com quase 5 metros, a 365 GT era grande até para os padrões americanos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Enzo Ferrari sabia que o sucesso nas pistas nem sempre paga contas. Maiores e mais pesados, os modelos artesanais da série America foram criados nos anos 50 para agradar o mercado americano, mas o fluxo de dólares para Maranello só se intensificou na década seguinte, com a produção em larga escala dos modelos 250 GTE 2+2, 330 GT 2+2 e 365 GT 2+2.

    Por mais herético que possa soar, o fato é que a Ferrari 250 GTE 2+2 foi uma evolução pouco refinada da 250 GT Coupé. A primeira Ferrari realmente comprometida com o conforto de quatro ocupantes foi a 330 GT 2+2, com 5 cm a mais de entre-eixos e um interior todo reconfigurado.

    Ferrari 365 GT 2+2
    Rádio, vidros elétricos e ar-condicionado na última Ferrari equipada com volante Nardi de madeira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Estrela do Salão de Paris de 1967, a 365 GT 2+2 representou a maturidade desse conceito. Ela sucedeu de uma só vez tanto a 330 GT 2+2 quanto a 500 Superfast, esta última famosa pelo enorme V12 5.0, bem ao gosto dos americanos.

    Foi a primeira Ferrari com direção hidráulica e ar-condicionado de série, além de bitolas alargadas para acomodar melhor o motorista e mais três passageiros.

    Ferrari 365 GT 2+2
    Quatro saídas de escape davam vazão aos 320 cv gerados pelos 12 cilindros e três carburadores Weber 40 (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    O cinzeiro no apoio de braço central eliminava qualquer dúvida: o banco traseiro era destinado a adultos, resolvendo a limitação da berlineta 330 GTC e seus dois lugares.

    O estilo de Aldo Brovarone seguia o mesmo padrão definido para a 500 Superfast e trazia elementos da 365 California, conversível, apresentada no Salão de Genebra de 1966.

    A fábrica Pininfarina em Grugliasco era responsável pela montagem da carroceria sobre o chassi tubular de aço.

    Só depois a 365 GT 2+2 retornava para instalação dos componentes mecânicos em Maranello. Motor e transmissão recebiam um cuidado especial na montagem, isolados da estrutura por coxins especiais.

    Ferrari 365 GT 2+2
    Farol coberto de acrílico na versão original (Christian Castanho/Quatro Rodas)
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    A tradição estava presente até no batismo: seu nome fazia alusão ao volume de 365 cm³ em cada cilindro do V12 desenvolvido por Gioacchino Colombo.

    Utilizava a mesma arquitetura empregada na 330 GT 2+2, mas com cilindros maiores, que elevaram a cilindrada para 4,4 litros, mas sem ganho expressivo de potência.

    Esse aumento tinha um objetivo claro: dirigibilidade em baixas rotações, ao gosto dos americanos.

    Mais rápida que a 250 GTE 2+2, só ficava atrás da 330 GT 2+2 em função do peso: os 42,5 mkgf a 5.000 rpm impulsionavam uma Ferrari com mais de 1,5 tonelada.

    A velocidade máxima era atingida em quinta marcha, pouco abaixo dos 320 cv a 6.600 rpm.

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    Ferrari 365 GT 2+2
    A velocidade máxima era atingida em quinta marcha, pouco abaixo dos 320 cv a 6.600 rpm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    O peso também sobrecarregava os discos de freio Girling ventilados, mas seu comportamento dinâmico era notável em função da suspensão por braços duplos assimétricos nos dois eixos.

    Desenvolvida pela Koni, a suspensão traseira tinha nivelamento automático por sistema hidropneumático para compensar o peso dos quatro ocupantes e sua bagagem.

    A imprensa especializada o colocava em paridade com a 330 GTC, exaltando o baixo nível de vibrações e o equilíbrio entre motor, direção e suspensão.

    As rodas de alumínio eram fornecidas pela Campagnolo, mas havia opção de rodas raiadas Borrani ou de magnésio Cromodora, sempre montadas em pneus radiais Pirelli Cinturato 205VR15 CN72.

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    Ferrari 365 GT 2+2
    As rodas de alumínio eram fornecidas pela Campagnolo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

    Os principais rivais eram Maserati México e Monteverdi High Speed 375L, com personalidades bem distintas. Ambos traziam motores V8 de baixa rotação e câmbio automático (item de série no Monteverdi).

    Outro contemporâneo era o Lamborghini Islero, um V12 produzido no quintal de Maranello mas sem o mesmo prestígio.

    Entre todas Ferrari, era a única vendida nos EUA, onde precisou se submeter ao crivo da Administração Nacional de Segurança de Tráfego nas Estradas (NHTSA) e Agência de Proteção Ambiental (EPA).

    Os limites de emissão de poluentes foram atingidos com a adição de um sistema de injeção secundária de ar fornecido pela General Motors.

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    Fabricado em 1967, este modelo integra o acervo da FBF Collezione. Encerrada em 1971, a produção da 356 GT 2+2 atingiu 800 unidades, metade de toda a produção de Maranello no período.

    Um número abaixo do conquistado pela 250 GTE 2+2 (957) e pela 330 GT 2+2 (1000), mas importante para amenizar a crise que assolou a Ferrari no final dos anos 1960.

    Ficha técnica – Ferrari 365 GT 2+2 1968

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