Chinesa GAC investe R$ 120 milhões para produzir motor híbrido flex no Brasil
Fabricante chegará ao país no 1º trimestre de 2025, lançando cinco carros por ano, com motores híbridos, elétricos e a combustão
Com um investimento de US$ 1 bilhão (R$ 5,99 bilhões), GAC prepara-se para entrar no mercado brasileiro de forma ambiciosa. A chinesa tem planos de ter uma fábrica e um centro de pesquisa e desenvolvimento, com a meta de lançar carros elétricos, híbridos e com motor a combustão. QUATRO RODAS apurou que o lançamento acontecerá entre o final de fevereiro e o começo de março, com a promessa de lançar cinco carros por ano.
A GAC (Guangzhou Automobile Group) é uma das maiores fabricantes de carros da China, com joint ventures com a Toyota e a Honda. Ainda não foi decidido se o nome da empresa usará a pronúncia das letras em inglês ou português, algo que será definido após uma pesquisa com os clientes. A empresa quer evitar uma pronúncia que pareça com JAC, por motivos óbvios.
Para iniciar a operação, já foram nomeados cerca de 20 concessionários, concentrados em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Este número subirá para 30 em meados de 2030 e 50 pontos de venda até o final da década.
Enquanto isto não acontece, a empresa anuncia uma nova parceria com três universidades brasileiras para fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias na área de motores. O anúncio foi feito por Wei Haigang, presidente da GAC International, com os reitores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trabalharão para criar motores flex, inclusive com um sistema híbrido, recebendo um investimento de R$ 120 milhões.
Mesmo chegando depois de diversas rivais como BYD e GWM, a GAC quer ser a primeira fabricante chinesa no país a ter uma linha de produção completa com um centro de pesquisa e desenvolvimento. Começará importando veículos enquanto finaliza os detalhes da fábrica, como o local, e inicia a construção. A segunda fase será uma montagem em CKD, para só então chegar à produção completa no Brasil, tudo isso ao longo dos próximos cinco anos.
Há anos que a GAC estuda investir no Brasil. Executivos da empresa fizeram uma reunião com o governo do Amapá, apresentando os carros que pretendia vender no país. O estado foi um dos vários locais sondados pela chinesa, que inclui a Bahia e o Espírito Santo. O local definitivo ainda não foi revelado.
Os slides da apresentação feita em 2023 mostravam quais modelos podem chegar ao Brasil, tanto elétricos quanto híbridos e a combustão. Três deles já foram flagrados nas ruas brasileiras, indicando qual será a estratégia.
Como toda fabricante chinesa, a GAC tem uma série de marcas com posicionamentos diferentes e algumas com nomes bem estranhos, como a Trumpchi ou Hyptec. Para resolver isso, deve adotar a mesma estratégia usada em outros países da América Latina, usando o nome GAC para os carros da linha Trumpchi, enquanto a marca Aion de elétricos deve funcionar como parte do nome dos modelos.
Os três carros avistados no país começam a desvendar como será o portfólio durante o lançamento. Um dos modelos será o Aion Y Plus, uma mistura de SUV compacto com minivan que irá disputar espaço com o BYD Yuan Plus. Totalmente elétrico, tem um motor de 204 cv e uma autonomia de 610 km pelo ciclo de testes chinês.
Também trará um sedã médio, o Aion S Plus, vendido no mercado global como Aion ES. Maior do que Toyota Corolla e BYD King, tem um único motor elétrico de 207 cv e baterias de 55,2 kWh, chegando a 610 km de autonomia.
O terceiro carro apareceu recentemente, como mostrado por QUATRO RODAS. O GS3 Emzoom é um SUV compacto com motor 1.5 turbo de 177 cv e um câmbio de dupla embreagem com sete marchas. Não conta com nenhuma eletrificação.
Um quarto veículo já foi confirmado. Trata-se do Aion Hyper HT, um SUV médio com ares de cupê e um posicionamento de esportivo. É vendido nas versões de 245 cv e 340 cv, enquanto a autonomia pode chegar a 825 km, se estiver equipado com um conjunto de baterias LFP de 83 kWh.