Imagina acordar e ver que o seu carro elétrico simplesmente começou a pegar fogo. Foi o que aconteceu no dia primeiro de maio, na cidade de Ashburn, no estado americano da Virgínia. O veículo em questão era um Chevrolet Bolt, e felizmente ninguém ficou gravemente ferido.
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Embora a causa do incêndio não tenha sido confirmada, é quase certeza que ele começou por conta de um problema nas células de bateria, que levou a GM a anunciar o recall dos modelos Bolt fabricados entre 2017 e 2019 em novembro do ano passado. Ironicamente, uma semana antes do acidente na Virgínia, a montadora anunciou a solução para o defeito.
As investigações no Bolt começaram no final do ano passado, após cinco casos de veículos do modelo começarem a pegar fogo enquanto estavam estacionados. A GM então percebeu um padrão: os problemas ocorriam apenas nos modelos fabricados entre 2017 e 2019 e que possuíam células de alta tensão produzidas na fábrica da LG Chem localizada em Ochang, Coréia do Sul.
Em novembro, 68.667 unidades foram recolhidas para um recall de emergência.Como a GM ainda não havia descoberto qual era o defeito, um software de segurança, que limitava a carga máxima da bateria para 90%, foi instalado nos veículos recolhidos.
Na última semana de abril os engenheiros, enfim, conseguiram solucionar o problema. Em comunicado, a montadora de Detroit convocou os donos de Bolt para um novo recall, onde os veículos passariam por um diagnóstico e, se necessário, teriam as células de bateria substituídas.
Além disso, um novo e mais avançado software de diagnóstico seria instalado, que entre outras coisas, consegue detectar potenciais problemas relacionados à mudanças no desempenho do módulo de bateria antes que se desenvolvam.
Os primeiros a serem atendidos pelo segundo recall foram os veículos de 2019, que puderam solicitar os serviços a partir do dia 29 de abril. Já para os modelos 2017 e 2018, o recall valerá somente a partir do final do mês de maio.
Após o incidente na Virgínia, Jesse Ortega, engenheiro chefe da GM, divulgou uma nota para os donos dos modelos mais antigos, explicando como reduzir os riscos de incêndio até que os reparos sejam feitos: “Se você tem um Bolt 2017 ou 2018, deve usar o modo Hilltop Reserve até que haja uma correção”, disse Ortega. Ele ainda acrescentou dizendo que é aconselhável deixar o veículo fora da garagem.
Casos como esse são estatisticamente raros em carros elétricos, mas não é a primeira vez que acontecem. Além da Chevrolet, em 2019 a Audi recolheu 1.644 unidades do e-tron nos EUA, por uma falha no isolamento das baterias. Esse ano, a Hyundai também anunciou o recall de cerca de 82.000 veículos em todo mundo para troca de bateria, após 15 relatos de incêndios.
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