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BMW pode pagar R$ 600 milhões de indenização à família de cliente

Ação é movida pela viúva do cantor João Paulo. Ele morreu em um acidente em 1997 com um BMW 328i

Por Isadora Carvalho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 20 fev 2018, 22h18 - Publicado em 20 fev 2018, 19h30
Cantor João Paulo morreu em acidente com uma BMW 328 i
Cantor João Paulo morreu em acidente com uma BMW 328 i (Edilberto Acácio da Silva/Divulgação)

A BMW pode ter que pagar uma das maiores indenizações do setor automotivo em 2018 – rolo ainda maior é o caso das Amarok envolvidas no Dieselgate.

Esse valor pode ficar entre R$ 250 milhões e R$ 600 milhões.

O processo foi movido pela viúva do cantor João Paulo (que fazia dupla com o sertanejo Daniel), vítima fatal de um acidente em setembro de 1997 na rodovia dos Bandeirantes.

O artista estava a bordo de um modelo 328 i 1997. Segundo o advogado de defesa Edilberto Acácio da Silva, o carro tinha pouco mais de 1.000 km rodados no momento da tragédia.

O cantor João Paulo fazia dupla com Daniel
O cantor João Paulo fazia dupla com Daniel (Pisco Del Gaiso/Veja SP)
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A BMW foi condenada em primeira instância em outubro de 2013. E em segunda instância (novembro de 2014) a indenizar em R$ 300.000 os familiares do sertanejo, mais o pagamento de uma pensão mensal correspondente a 2/3 dos rendimentos mensais da vítima à época do acidente.

Até o momento, a empresa não realizou o pagamento de nenhuma quantia, pois o processo está em andamento e foi levado ao Superior Tribunal de Justiça.

Se for condenada, a quantia mínima de R$ 250 milhões deveria equivaler ao que João Paulo iria receber ao longo de sua carreira.

“Até agora a Justiça entendeu que ambas as partes têm culpa no acidente, condenando a BMW a pagar R$ 250 milhões. Porém, se a marca for considerada a única culpada, o valor deve subir para R$ 600 milhões”, afirma o advogado Acácio.

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O cálculo soma danos materiais e morais e só será confirmado no fim do processo. O valor estima quanto João Paulo poderia ter recebido desde 1997 se ainda estivesse vivo, e em quanto sua filha e a viúva deveriam receber por mês desde o acidente.

O Esvaziamento repentino do pneu dianteiro foi apontado como uma das causas do acidente

O BMW capotou quatro vezes e pegou fogo. De acordo com o laudo pericial, uma falha causou o esvaziamento repentino no pneu dianteiro direito e o incêndio foi provocado pelo contato do catalisador e do escapamento com a gasolina.

“Anexei aos autos a informação de que o pneu em questão, da marca Firestone, participava de um recall exatamente com essa falha”, diz o advogado de defesa.

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O carro capotou quatro vezes e logo depois pegou fogo
O carro capotou quatro vezes e logo depois pegou fogo (Edilberto Acácio da Silva/Divulgação)

Segundo a decisão em segunda instância pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, João Paulo também foi considerado culpado.

Dois dos três desembargadores levaram em conta a velocidade naquele instante – 133 km/h – e o fato de o cantor não estar usando o cinto de segurança – para concluir que ambas as partes tiveram culpa no acidente.

Procurada, a BMW se pronunciou por meio de nota oficial: “O BMW Group esclarece que a decisão referente ao caso do acidente envolvendo o cantor brasileiro José Henrique dos Reis (João Paulo – nome artístico) não é final.

O processo judicial ainda está em andamento e, como princípio, o BMW Group não compartilha detalhes sobre processos judiciais em curso.”

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