A BMW impressionou, hoje, ao apresentar uma nova tecnologia que permite modificar a cor de seus carros. A “tinta eletrônica”, chamada de E Ink, utiliza corrente elétrica para alterar a pintura da carroceria e foi apresentada na CES, feira de tecnologia que acontece anualmente em Las Vegas, nos Estados Unidos.
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A função, chamada de coloração eletroforética, utiliza a mesma tecnologia de leitores eletrônicos como o Kindle. A camada de pintura do carro contém milhões de microcápsulas com o diâmetro equivalente a um fio de cabelo humano. Dentro delas, há pigmentos brancos (com carga negativa) e pretos (com carga positiva).
Logo, basta que uma corrente elétrica gere um campo que interaja com as diferentes partes da carroceria. Esse campo elétrico, então, faz com que a cor desejada suba à superfície, sendo a pintura visível externamente.
Muito além do visual
De acordo com a fabricante, a tecnologia será ampliada e desenvolvida para que novas cores estejam disponíveis. “Similar à moda ou redes sociais, o veículo se torna uma expressão de diferentes humores e circunstâncias da vida diária”, disse Stella Clarke, que comandou o desenvolvimento do BMW iX — SUV elétrico que serviu de “cobaia” da E Ink na CES e já está com vendas confirmadas no Brasil ainda no primeiro semestre.
A fabricante também ressaltou que a tecnologia servirá para questões práticas como ar-condicionado e aquecimento. Assim, em dias frios o carro assumiria tons escuros que absorvem mais a luz solar, enquanto em dias quentes o branco, mais reflexivo, permitiria que a refrigeração funcionasse de maneira mais eficiente. Como a energia só é gasta para alterar a cor, não para mantê-la, a BMW classifica a E Ink como “extremamente eficiente”.
Isso, porém, não significa que ela é livre de limitações, e relatos de jornalistas presentes na apresentação do carro dão conta de que a mudança de cor é sensível a temperaturas muito altas ou muito baixas. Segundo a marca, durante a mudança de cor é necessário que a carroceria seja brevemente aquecida, a fim de garantir uma transição uniforme. Tem tudo para dar certo no Brasil, portanto.
A marca não detalhou prazos e custos da tecnologia.