Baidu cria carro autônomo de aplicativo que tem até ‘lojinha’ dentro
O modelo já acumula 32 milhões de quilômetros em testes para rodar nas ruas chinesas sem motorista
Na China, a Baidu é uma gigante da tecnologia equivalente ao Google (que é bloquado por lá) e faz muito mais do que aquele antivírus que sempre dava um jeito de se instalar em nossos computadores. Seus negócios vão além da informática e, atualmente, a empresa atua até mesmo no ramo da mobilidade.
No ano passado, a Baidu lançou o Apollo Go, primeiro serviço de táxi autônomo da China e que já opera em mais de 10 cidades no país asiático.
Para complementar a oferta, agora a empresa apresenta seu primeiro veículo totalmente desenvolvido para a plataforma, o Apollo RT6. Anteriormente, os modelos eram carros adaptados para condução autônoma e funcionavam através do 5G, podendo ser controlados de maneira remota em caso de emergência.
A proposta é semelhante a do BYD D1, apresentado aqui no Brasil para funcionar carro de aplicativo. A diferença é que a tecnologia do RT6 é muito maior, dispensando motorista e trazendo diversos recursos para proporcionar o conforto dos passageiros, como uma mesa ou uma máquina de vendas automática.
O monovolume tem forma semelhante a de uma minivan e foi feito para garantir um bom espaço para os tripulantes. Ele tem um centímetro a mais de comprimento que o Audi Q5, totalizando 4,76 m. O assoalho é plano e, como o volante é opcional, assim como o assento do motorista, pode haver muito espaço para as pernas.
De acordo com a Baidu, o sistema de pilotagem autônoma do RT6 funciona por meio da informação obtida por 8 lidares (uma espécie de radar baseado em sinais de laser), 12 câmeras e 38 sensores que fazem o carro identificar o trânsito de maneira precisa e com longo alcance. Além disso, todos os sistemas estão bem integrados ao visual do veículo, sendo praticamente invisíveis.
Apesar de tudo isso, a Baidu crê que o principal trunfo do seu veículo será o preço. Cada unidade do Apollo RT6 custará o equivalente a 203.260 reais, em conversão direta, deixando o aplicativo mais acessível para as pessoas. O CEO da Baidu, Robin Li, afirma que o modelo é o primeiro passo para um futuro onde pegar um carro autônomo será mais barato do que um carro de aplicativo convencional.
E se o antigo antivírus da empresa não era muito confiável, Zhenyu Li, vice-presidente corporativo da Baidu, afirma que o sistema dirige tão bem quanto um motorista com 20 anos de experiência. Isso é resultado, também, das informações obtidas de uma série de testes, que já acumulam 32 milhões de quilômetros rodados.