Em linha por 15 anos, o Chevrolet Celta só teve airbags por dois anos: de abril de 2013 até sair de linha, em abril de 2015. Mas o equipamento, produzido pela japonesa Takata, pode dar origem a um recall. E quem está cobrando é o Ministério da Justiça.
O caso veio à tona quando a polícia de Sergipe, após meses de investigação, apontou que fragmentos do airbag de um Celta 2014 causaram a morte do seu motorista.
O acidente ocorreu em janeiro, em Aracaju, e chamou a atenção dos policiais o fato de o acidente ter sido uma colisão com a traseira de outro veículo a cerca de 40 km/h, velocidade baixa para uma fatalidade por ferimentos. As informações são do G1.
Os airbags da Takata motivaram o maior recall da história. O problema afeta mais de 100 milhões de veículos globalmente, produzidos entre o fim dos anos 90 e meados da década de 2010.
Em um acidente, quando a bolsa inflável deveria se deflagrar para evitar o choque de motorista e passageiro contra o painel, um defeito de projeto leva o insuflador a se estilhaçar, projetando fragmentos contra os ocupantes do carro a uma velocidade aproximada de 300 km/h. Os ferimentos podem ser fatais.
No mundo, pelo menos 25 mortes e 300 feridos estão relacionados à falha, de acordo com agência Reuters. No Brasil, a Honda comunicou a primeira morte oficial registrada devido aos airbags Takata em fevereiro.
Só no Brasil o defeito levou a convocação de recall para mais de 3,5 milhões de veículos de diversas marcas. A própria Chevrolet chegou a convocar recall para troca das bolsas de Agile, Montana, Sonic, Cruze e Tracker fabricados entre 2012 e 2018, totalizando 291.619 veículos, de acordo com o Procon-SP.
Ao G1 a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça confirmou que não há registro de convocação de recall por defeito nos airbags do Celta.
A Senacom notificou a Chevrolet para apresentar esclarecimentos e formalizar o recall do veículo afetado.
Em caso de recall confirmado, a fabricante precisará se explicar ao Ministério da Justiça e estará sujeita à abertura de um processo administrativo.
Caso seja comprovado que a fabricante tem algum tipo de culpa, poderá ser multada em até R$ 10 milhões.
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