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Aceita troca? Boeing 737 está à venda no Facebook pelo preço de um Ford

Ex-Southwest Airlines, modelo está localizado na Califórnia e pelo preço de um superesportivo — mas a pechincha exige atenção

Por Eduardo Passos
22 fev 2021, 13h17
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  • Boeing 737-300 da Southwest Airlines 2012
    Unidade à venda enquanto ainda operava pela Southwest Airlines, em 2012 (Eddie Maloney/Acervo pessoal)

    Se você acha que comunidades de revenda veicular são exclusivas ao mercado automotivo, o Boeing 737 da Southwest anunciado no Facebook mostra que não é bem assim.

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    Listado em um grupo de compra, venda e troca de aeronaves, o jato bimotor está a procura de um comprador pelo mesmo preço de um Ford GT  550.000 dólares, cerca de R$ 3 milhões.

    Por esse valor, o proprietário terá à disposição uma aeronave de 25 anos, único dono e com quase todas as condições de voo mantidas. O Boeing de matrícula N601WN transportou passageiros por 22 anos, antes de ser aposentado e dar lugar às versões mais novas da família 737.

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    O último voo do “Jack Vidal”, como a unidade era apelidada pela Southwest, ocorreu em setembro de 2017, quando decolou de Dallas rumo à cidade de Victorville, na Califórnia, onde se encontra até hoje.

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    Preço anunciado é semelhante à tabela do Ford GT: 550 mil dólares (Divulgação/Ford)

    A rota não foi à toa, já que em Victorville funciona o aeroporto logístico do sul da Califórnia, especializado em armazenar, com segurança, aviões enquanto procuram novos donos. Assim é possível evitar taxas elevadas de estacionamento em aeroportos movimentados e, ao mesmo tempo, aproveitar a baixa umidade do deserto de Mojave para conservar os aviões por longos períodos.

    Ao todo são quase 100 hectares de pátio, além de hangares para manutenção especial. Há capacidade para mais de 500 aeronaves, sendo que muitas acabam sucateadas ou canibalizadas após alguns anos.

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    Painel está funcionando, mas banco de dados de navegação não é atualizado desde 2017
    Painel está funcionando, mas banco de dados de navegação não é atualizado desde 2017 (Georgy Snezhko/Facebook)

    O anúncio mostra que o sistema elétrico do jato está em dia, com direito a fotos do painel aceso e das luzes externas funcionando normalmente. Apesar de antigo, o interior também está bem conservado e há proteção contra o sol e sujeira em todas as janelas e orifícios. Ainda de acordo com o anunciante, é possível voá-lo “imediatamente.

    Luzes funcionam e há winglets nas asas, ajudando a reduzir o consumo
    Luzes funcionam e há winglets nas asas, ajudando a reduzir o consumo (Georgy Snezhko/Facebook)

    A oferta fica ainda melhor quando comparada a outras unidades do 737-300, vendidas a quase R$ 16 milhões. E como a esmola muita faz o santo desconfiar, a justificativa está na ausência dos motores do avião, provavelmente reaproveitados em outras aeronaves da Southwest.

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    Não há motores no Boeing, apenas suas carenagens
    Não há motores no Boeing, apenas suas carenagens (Georgy Snezhko/Facebook)

    Assim, o futuro comprador também precisará correr atrás de dois motores CFM56-3B-1 ou 3C-1, com até 10 toneladas de empuxo e custo de R$ 3,2 milhões cada. Há também opção de alugá-los por cerca de R$ 15.000 ao dia.

    Se a ‘pegadinha’ afastou interessados é possível redirecionar o investimento a superesportivos como a Ferrari SF90 ou um Ford GT 0 km, que por R$ 2,7 milhões oferece 600 cv de potência, 76 kgfm de torque, muita história e design impecável. E com motores inclusos. 

    Ser híbrida como a SF90 não basta: Ferrari almeja um EV completo
    Ferrari SF90 Stradale é outra alternativa ao Boeing 737 (Divulgação/Ferrari)
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    Em termos de manutenção, o GT também traz vantagens, já que manter um Boeing 737-300 voando 450 horas por ano pode custar mais de R$ 20 milhões, ou um Renault Kwid (R$ 44.000) a cada 60 minutos.

    Renault Kwid foi um dos modelos que desbancaram o Ford Ka em maio
    O que você prefere: ter um Kwid ou operar um Boeing 737 por 60 minutos? (Fernando Pires/Quatro Rodas)

    O Ford GT também leva vantagem no consumo, atingindo até 7 km/l na estrada, enquanto um voo médio do Boeing rende pouco mais de 0,1 km/l. Em velocidade, entretanto, o avião chega aos 800 km/h e deixa para trás o esportivo, que só vai até a casa dos 300 km/h e carrega 70 vezes menos ocupantes.

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    (Arte/Quatro Rodas)
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