O Polo Sedan foi lançado no final de 2002 (já modelo 2003), pegando carona no sucesso do Polo Hatch, cuja principal virtude era ter um projeto inteiramente novo, igual ao do europeu. A prova é que não houve similar na Europa: ele foi o primeiro VW brasileiro exportado para lá.
No Brasil, foi a arma da marca no crescente mercado de sedãs compactos, mas coube a ele também a missão (ainda que implícita) de substituir o decano Santana.
Apesar do porte inferior ao do velho sedã, ele tinha mais porta-malas (432 litros contra 413) e era muito superior na qualidade de construção e no acabamento, além de oferecer um generoso pacote de itens de série: tinha direção eletro-hidráulica e ar-condicionado, tanto no 1.6 (101,5 cv) quanto no 2.0 (116 cv).
A versão Highline acrescia computador de bordo, porta-copos retrátil, frisos e maçanetas pintados, entre outros detalhes. Ar-condicionado automático, faróis de neblina, trio elétrico e ABS eram opcionais, bem como airbags (de série no 2.0) e rodas de liga (aro 14 de série na Highline e aro 15 de série na 2.0).
Esse nível superior de equipamentos encareceu demais o modelo, que logo pegou fama de “ruim de mercado”. Para barateá-lo, a Volks suprimiu alguns detalhes a partir de 2004: a direção virou hidráulica, o capô perdeu as molas a gás e as portas ficaram sem as luzes de cortesia.
Mas vieram pequenos aperfeiçoamentos: a transmissão foi alongada, melhorando o consumo e diminuindo o nível de ruído na estrada. Em 2004 a versão Highline passa a ser Comfortline e chega o 1.6 flex (101/103 cv).
A primeira reestilização ocorre em 2007, deixando-o de novo como o alemão. Roda de aro 15 e sensor de ré passam a ser de série. Em 2009 o 2.0 torna-se flex (116/120 cv) e o motor 1.6 é denominado VHT, que ganha 8% de torque, realizando um belo casamento com o câmbio alongado.
O câmbio automatizado (de embreagem simples) passou a equipar as versões I-Motion, enquanto a E-Flex estreou no Brasil o sistema de partida a frio sem tanquinho auxiliar de gasolina.
Em 2012 veio a segunda atualização. A grade em V foi substituída por uma bem parecida com a do Jetta, e os faróis, lanternas e para-choques sofreram leve reestilização. Airbags e freios ABS tornaram-se de série em todas as versões.
Se as mudanças visuais e na lista de equipamentos não foram suficientes para popularizá-lo, não maculou suas qualidades: o estilo sóbrio, a dirigibilidade excelente e o bom desempenho, que cativaram uma legião de fãs. Por isso um usado conserva bom valor de revenda. Na compra, prefira a versão 1.6, que agrada a 90% do seu público e tem consumo mais comedido.
A VOZ DO DONO
“O que mais agrada é o design e o espaço. O desempenho é ótimo sem prejudicar o consumo. Também gosto da elevada altura do solo. É um carro valente, que não fica raspando em lombadas e saídas de garagem. O acabamento é bom, a única ressalva fica para o plástico entre a porta e o banco traseiro, muito rígido e que risca com facilidade. De resto é só alegria.” – Erika Vanessa Campregher, 32 anos, advogada, São Vicente (SP).
O QUE EU ADORO
“O desempenho do meu Polo 1.6 é muito bom tanto na cidade como na estrada. O motor garante ótimo arranque e é muito econômico. O porta-malas é bem espaçoso.” – Julio Furlan, 30 anos, servidor público, Brasília (DF).
O QUE EU ODEIO
“O carro apresenta barulhos no acabamento interno e na suspensão dianteira. Também tive problemas com formação de borra no motor.” – Henrique Sotere, 53 anos, corretor de seguros, São Bernardo do Campo (SP).
NÓS DISSEMOS…
Outubro de 2006: “Alguns compradores tradicionais de Ford e Chevrolet podem dizer que a suspensão do Polo é dura. Mas o que se perde em conforto se ganha em dirigibilidade. O Polo mergulha e empina um pouco a dianteira, nas frenagens e arrancadas mais bruscas, mas é bastante neutro nas curvas e, no limite, tende a sair de frente, característica bem mais fácil de corrigir do que se escapasse a traseira, que não sai nem quando é convidada. (…) A direção não faz por menos e transmite segurança com respostas rápidas e exatas, assim como os engates curtos e precisosdo câmbio.”
ONDE O BICHO PEGA
Transmissão – Fique atento a qualquer ruído anormal em velocidades constantes: o “ronco” do câmbio é sinal de folga excessiva nas engrenagens – em geral as planetárias e satélites do diferencial.
Direção eletro-hidráulica – Oferecida até 2004, foi substituída pela hidráulica para diminuir o custo de produção. Defeitos crônicos não são conhecidos, mas em caso de avaria não é fácil encontrar peças de reposição.
Coxim do motor – Vibrações e ressonâncias na cabine à medida que o motor ganha rotação são um indício de coxins quebrados ou gastos (a troca sai por 500 reais). Dificuldade no engate das marchas é outro sintoma.
Suspensão dianteira – Ela é conhecida pelos ruídos que apresenta em virtude das grandes buchas, que mantêm o acerto firme de suspensão. Rangidos podem ser eliminados com o reaperto do subchassi dianteiro.
Dobradiças pantográficas – São um excelente recurso para articular a tampa do porta-malas sem roubar espaço ou amassar a bagagem. Mas são mais delicadas e qualquer esforço anormal acaba por prejudicar o alinhamento da tampa.
Infiltração de água – Pode indicar uma trinca no assoalho, relativamente comum nas unidades fabricadas no primeiro semestre de produção. O cheiro de mofo é inconfundível.
2007 | 2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | 2013 | 2014 | |
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1.6 Flex M/T | R$ 20.169 | R$ 22.152 | R$ 23.234 | R$ 25.229 | R$ 27.590 | R$ 29.029 | R$ 32.373 | R$ 36.360 |
1.6 Comfortline Flex M/T | R$ 21.197 | R$ 22.184 | R$ 24.568 | R$ 26.014 | R$ 28.097 | R$ 30.410 | R$ 32.989 | R$ 37.537 |
1.6 Comfortline Flex iMotion | – | – | – | R$ 26.928 | R$ 28.223 | R$ 30.510 | R$ 33.120 | R$ 38.573 |