Há um grande número de esportivos no mercado, para todos os gostos e bolsos. Mas poucos oferecem conforto e performance a um preço tão competitivo quanto o Subaru Impreza WRX. A terceira geração do hatch (não confundir com o sedã, mais caro) foi vendida no Brasil de 2008 a 2012, aliando esportividade a conforto e docilidade.
Na época, a suspensão se manteve firme sem causar desconforto e o motor boxer 2.5 turbo de 230 cv e 32,6 mkgf foi retrabalhado para oferecer maior elasticidade.
Isso tudo faz do WRX um carro mais prático e versátil que os anteriores: pode ser conduzido tranquilamente no anda e para do trânsito e ainda fazer bonito nos track-days em autódromo. As quatro portas garantem acesso a cinco ocupantes, mas o porta-malas é apertado: são só 310 litros.
Outra tradição é a tração integral, responsável por aceleração e estabilidade excelentes. O WRX traz airbags, ABS, ESP e bancos concha, mas o acabamento peca pela simplicidade.
Na pista, no entanto, não decepciona: no teste de abril de 2008, ele foi de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, números que certamente poderiam ser melhores – a unidade testada tinha menos de 100 km no hodômetro.
A fama de inquebrável é a principal responsável pela fidelização dos clientes à marca, mas atrai também outro tipo de dono: quem deseja mais performance. Por isso, é comum encontrá-lo com modificações em motor, embreagem, freios e suspensão.
“Por mais robusto que ele seja, é preciso respeitar as especificações da fábrica”, diz Rafael Rizck, dono da Garage, oficina especializada em Subaru. “A garantia da fábrica era de cinco anos, mas foram tantos os problemas com carros modificados que o importador reduziu-a para dois.”
Segundo Rafael, quem não se contenta com 230 cv pode procurar pelo modelo fabricado a partir da segunda metade de 2009, com 270 cv, identificado pelo pneu mais largo (225/45) e teto solar. Em 2010, ele sofreu uma leve reestilização, mais agressiva.
Opção mais potente (e bem cara) é a STI, de 310 cv. A perda na elasticidade do motor é compensada pelo câmbio manual de seis marchas, diferencial central com três ajustes, suspensão mais firme e rodas BBS aro 18.
Fuja da roubada
Caia fora dos WRX modificados: boa parte das alterações em motor, suspensão e freios são irreversíveis, comprometem a vida útil dos componentes e denunciam abusos mecânicos.
A voz do dono
“Ele é pura satisfação: o 2.5 turbo é muito elástico e a tração integral proporciona acelerações fortes e estabilidade digna de modelo de corrida. Apesar do alto desempenho, o conforto é de carro de rua: pode ser guiado de modo tranquilo. Só acho que o porta-malas poderia ser maior e o consumo menor que os meus 7,4 km/l na cidade.” – Eduardo Furlanetto, empresário, São Caetano do Sul (SP).
O que eu adoro – “Custo-benefício imbatível: desempenho e estabilidade igual ao de carros que custam duas ou três vezes mais. Prático e confortável, é perfeito para o dia a dia.” – Érico Alves, 29 anos, empresário, Sorocaba (SP).
O que eu odeio – “O acabamento é muito simples, comum a qualquer carro japonês e incompatível com o preço do WRX. Também falta um ar-condicionado digital dual-zone.” – Christian Zaharic, publicitário, São Paulo (SP).
Nós dissemos…
Abril de 2008: “O Subaru Impreza WRX mudou – muito – na terceira geração. (…) Historicamente reconhecido pelo despojamento e pela esportividade, o carro ficou mais sofisticado e confortável. (…) A posição de dirigir continua esportiva, com volante e pedais alinhados e o banco concha apoiando bem o corpo. (…) Há mais espaço, uma vez que o entre-eixos aumentou 10 cm e a altura cresceu 3 cm. (…) A calibragem de molas e amortecedores ficou mais leve, porque o novo WRX roda com mais suavidade (…) na estrada, em velocidade de cruzeiro, o carro ficou muito gostoso de dirigir. (…) Houve redução do nível de ruído em todas as condições medidas por nós.”
Onde o bicho pega
Embreagem 1 – Bem cuidada, a embreagem pode chegar aos 90.000 km, mas sua troca implica a remoção do lacre do turbo. Sua ausência em um veículo de baixa quilometragem indica que o veículo foi maltratado ou que teve a embreagem trocada por uma de maior capacidade.
Embreagem 2 – A original do WRX é leve e sem trepidações. Acionamento pesado e vibrações denunciam embreagem de maior capacidade, que sobrecarrega a transmissão: em casos extremos, o volante do motor não suporta as altas temperaturas e trinca.
Câmbio – Outro problema causado por uma embreagem de maior capacidade é a quebra do câmbio, que custa até 35.000 reais na autorizada. Um sinal claro de que o câmbio já foi reparado é a presença de cola para vedação da carcaça, que a fábrica não utiliza.
Alinhamento – Como todo veículo de tração integral, o WRX exige cuidados extras no alinhamento. Carro puxando para um dos lados indica alinhamento incorreto, feito fora das especificações da fábrica.
Escapamento – A fumaça é relativamente comum em motores turbo, mas não no Impreza: sua presença é forte indício de falhas nos anéis de compressão, causadas por desgaste excessivo ou carbonização nas canaletas dos pistões. Na dúvida, não compre.
Faróis – Verifique se os esguichos de faróis funcionam. Delicados, quebram facilmente.
Preço médio dos usados (FIPE)
2008 | 2009 | 2010 | 2011 | 2012 | |
Impreza WRX 2.5 (230 a 270 cv) |
R$ 51.623 | R$ 55.721 | R$ 63.589 | R$ 77.036 | R$ 84.068 |
Impreza WRX STI 2.5 (310 cv) |
R$ 98.177 | R$ 103.080 | R$ 107.020 | R$ 110.940 | R$ 124.776 |