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A pesquisa prévia que é preciso fazer antes de comprar um carro

Seguro, manutenção, desvalorização, pneus... Há tanta coisa que se deve verificar antes de comprar um carro, mas que muitos acabam esquecendo

Por Gustavo Henrique Ruffo
10 mar 2017, 13h15
Auto-serviço – pesquisa prévia
(Leonardo Alvez de Azevedo/Quatro Rodas)

A novela da compra de um carro, seja ele novo ou usado, geralmente segue o mesmo roteiro. O sujeito está em dúvida entre dois modelos, faz um test-drive, compara preços do veículo e dos equipamentos, checa as condições de pagamento e pronto!

Mas acaba se esquecendo de pesquisar outras informações que são importantes e pesarão no bolso alguns meses depois. Diante disso, levantamos os itens que devem ser avaliados antes de você escolher entre dois candidatos a sua garagem.

Seguro

A empolgação de trocar de automóvel é tão grande que a maioria nem se lembra de pedir ao corretor uma cotação de seguro quando está optando por um novo carro. “Pesquise bem esse item, pois alguns modelos podem ser baratos na hora da compra, mas o valor do seguro deles…”, alerta Julian Semple, consultor sênior da Carcon Automotive.

É o que acontece com importados de luxo que saíram de linha. Enquanto eles desvalorizam, suas peças de reposição continuam caras. Mas nem é preciso ir tão longe. Veja o exemplo de duas picapes nacionais equivalentes.

Segundo a Bidu Corretora, o seguro da Renault Duster Oroch Expression 1.6 (R$ 69.990) sai por R$ 3.975 (morador de São Paulo, 35 anos), enquanto o da VW Saveiro CD 1.6 Cross (R$ 73.790) custa R$ 7.002, ou seja, 76% a mais. Já imaginou estar na dúvida entre ambas e descobrir essa informação só após a compra?

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Assistência técnica

Preço acessível, bem equipado, seguro camarada… Ainda assim, há outro risco a ser considerado para evitar uma surpresa na primeira visita à oficina. Hoje há variações expressivas no preço de revisões. Mesmo nos sedãs médios, onde os valores costumam ser parelhos.

O serviço total até os 60.000 km do Honda Civic EX custa R$ 4.306, frente aos R$ 3.105 do Toyota Corolla XEi – ou 39% mais caro. E pode ser bem pior: um Dodge Journey (R$ 142.900) pede R$ 9.180 para as seis revisões, contra os R$ 3.870 de um Jeep Compass Longitude diesel (R$ 134.990), ou 137% a mais.

E se as revisões forem de seis em seis meses (algo que a maior parte das marcas já aboliu, mas comuns em modelo usados), você terá trabalho dobrado para conservar a cobertura.

“Para quem mora em cidades pequenas, é bom checar se a marca tem um serviço autorizado de pós-venda na região. Ter de rodar 100 km para levar o carro à revisão ou ao conserto é pedir muito”, diz Semple.

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Caso você esteja de olho num automóvel novo, preste atenção na nossa pesquisa Os Eleitos, que mostra as marcas que oferecem o melhor pós-venda. Por falar nisso, olho vivo no tempo de garantia. Apesar de a média do mercado hoje ser de três anos, algumas dão cinco (Hyundai, Subaru, Lifan) ou seis (Jac Motors), enquanto outras apenas dois (Audi, BMW, Mitsubishi).

Pneus

Você é apaixonado por utilitários esportivos e não vê a hora de trocar seu sedã por um SUV de preço equivalente? Provavelmente já está avisado de que esses modelos gastam mais combustível do que carros comuns de tamanho parecido, mas é aos pneus que você deve ficar atento – especialmente no veículo usado.

Pneus de SUVs (os chamados pneus de uso misto) podem custar mais que o dobro da média. Pegue o exemplo do Ford Fiesta e seu SUV, o EcoSport. O Fiesta usa pneu 195/55 R15 Kumho e o Eco, 205/65 R15 Pirelli. O primeiro custa R$ 259,90 na KD Pneus. O segundo, R$ 415,90 na mesma loja, cerca de 60% mais.

Atenção aos automóveis de luxo, pois eles podem ser equipados com pneus do tipo run flat, que dispensam o uso de estepe. Danos que em pneus comuns seriam facilmente reparados às vezes exigem a substituição desses modelos. E eles são bem mais caros: um 205/55 R16 da Continental sai por R$ 295,90 na KD Pneus. O run flat, da mesma marca, custa R$ 699,90, uma diferença de 136,5%.

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“O mais importante é prestar atenção aos itens mais comuns num seminovo ou usado, como câmbio, embreagem, estado dos pneus, freios, suspensão, amortecedores etc. Esses são os itens que costumam apresentar custos mais expressivos para reparos em qualquer tipo e ano de um veículo”, diz Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores).

Auto-serviço – pesquisa prévia
(Leonardo Alvez de Azevedo)

Reparabilidade

Sabia que o custo de consertar a mesma batida em carros de mesmo segmento pode ser totalmente diferente? Hoje você pode descobrir qual é esse risco graças ao índice de reparabilidade calculado pelo Cesvi Brasil. O instituto mostra que um VW Up! tem uma nota de 10, enquanto um Fiat Palio 1.0 Evo atinge 50; portanto, cinco vezes mais caro.

Desvalorização

Bom seria se o Brasil não fosse um mercado que ainda vê carro como investimento. Por isso, é bom estar ciente de o quanto vai perder após tirar seu automóvel novo da concessionária, se o comprador faz parte desse time mais conservador (você encontra essa informação mensalmente na QUATRO RODAS, na seção Tabela de Preços).

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Há modelos que perderam apenas 4,5% de seu valor nos últimos 12 meses, como o Honda HR-V, segundo a agência AutoInforme. No entanto, seu concorrente Ford EcoSport desvalorizou 13,2% no período.

Na média do mercado, os que menos depreciam não perdem mais de 15%. Os que desvalorizam mais passam dos 20%, como é o caso do Citroën C3 Picasso, que perdeu 22,2% de seu valor em 2016. Se em um ano isso parece pouco, coloque dois ou três anos de uso na conta para entender por que essa pesquisa pode ser importante.

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