As fabricantes buscam soluções para driblar a ainda presente crise. A recompra garantida é uma delas, que visa fidelizar o cliente ao assegurar boas condições na revenda de seu usado e na compra de um zero-quilômetro. No entanto, a prática não é tão simples e varia de acordo com alguns fatores.
A Toyota garante a recompra do veículo por meio do programa Ciclo Toyota, que consiste em uma entrada de 30% do carro novo, o parcelamento em até 36 vezes e uma parcela final que pode variar entre 20% e 50% do total.
Ao finalizar o pagamento das parcelas comuns, a concessionária paga 85% da tabela Fipe do modelo para quitar a parcela residual. O que sobrar desse valor é utilizado como entrada na troca pelo novo.
As vantagens são duas: primeiro, você tem a garantia (e a facilidade) de que seu usado será recomprado pela marca. Segundo, as parcelas intermediárias ficam mais leves, deixando o grosso para ser quitado justamente pelo valor da recompra.
“Para quem quer trocar de automóvel em um curto período, esse tipo de plano é vantajoso, principalmente por ter uma parcela mais acessível”, disse o consultor Paulo Garbossa em outra reportagem a respeito do assunto, quando fizemos uma tabela comparativa com diversos modelos.
Chevrolet, Hyundai, Nissan, Peugeot e VW, além das premium Audi, Mercedes-Benz e, mais recentemente, a Volvo, também têm seus programas de recompra – também chamado de financamento balão.
Mais que o pagamento, os programas têm outras regras a serem seguidas.
No Ciclo Toyota, por exemplo, há até manual disponível na web: o usado deve ter quilometragem inferior a 15.000 km por ano, riscos e amassados não podem passar de 5 cm, trincas em faróis e lanternas não são tolerados, a pintura deve ser original, a manutenções deve estar em dia, eventuais acessórios devem ser originais e o carro deve estar limpo no dia da avaliação, que deve ocorrer em, no máximo, dez dias antes do vencimento da parcela final.
A modalidade, portanto, demanda bastante cuidado com o carro. Se ele não cumprir os requisitos, o comprador terá de refinanciar o saldo devedor (que, lembrando, pode chegar a 50% do valor total) para quitar o financiamento, ou então vender o veículo por conta própria, caso ainda deseje trocá-lo.