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F-1: sete carros que marcaram a história da Sauber

Equipe que já revelou talentos como Kimi Raikkonen e Felipe Massa foi vendida à investidores para se livrar da falência

Por Vitor Matsubara
Atualizado em 23 nov 2016, 21h24 - Publicado em 22 jul 2016, 20h31
Sauber - Primeira vitória na F-1
Mecânicos celebram a primeira (e até hoje única) vitória da Sauber na F-1 ()

A Sauber está prestes a entrar em uma nova fase de sua existência na Fórmula 1. Atolado em dívidas, o time suíço foi vendido a um grupo de investidores do mesmo país, que deve pelo menos assegurar uma sobrevida na maior categoria do automobilismo mundial.

Fundada há 23 anos por Peter Sauber, a escuderia que leva seu sobrenome era figura conhecida das provas de resistência com protótipos, mas nunca figurou entre as grandes equipes da F-1. Mesmo assim, a Sauber F1 Team conquistou alguns resultados expressivos para um time de médio porte. Sua estreia aconteceu na temporada de 1993. Desde então, a equipe deu oportunidade a jovens promessas, como Felipe Massa, Kimi Raikkonen e Sebastian Vettel. Atualmente, Felipe Nasr e Marcus Ericsson são os responsáveis por defender o time sediado em Hinwil.

Separamos abaixo sete dos carros mais emblemáticos da respeitável trajetória da Sauber na Fórmula 1.

C12 (1993):

Sauber C12-1993
Pintura inteiramente preta rendeu apelido de “Pantera Negra” ()

A primeira criação de Peter Sauber ostentava uma das pinturas mais belas e elegantes da história da categoria. Logo em sua primeira corrida, disputada em Kyalami, o C12 ganhou o apelido de “Pantera Negra”, fazendo com que os mecânicos da equipe providenciassem uma pantera de pelúcia para enfeitar o carro na prova seguinte, disputada no Brasil.

Embora sem o apoio da Mercedes-Benz (o que ocorreria apenas no ano seguinte), a Sauber não fez feio: movido por um motor V10 preparado pela Ilmor, o C12 conseguiu um impressionante quinto lugar na África do Sul. Os bons resultados não se repetiriam no resto da temporada, mas o saldo foi positivo: 12 pontos marcados pela dupla Karl Wendlinger e JJ Lehto e um sétimo lugar entre 14 equipes no Mundial de Construtores.

C14 (1995):

Sauber C14-1995
Nem o fraco desempenho do motor Ford impediu a Sauber de fazer um bom campeonato ()

Estabelecida na Fórmula 1 após duas temporadas, a Sauber assinou um acordo de patrocínio de 10 anos com a Red Bull, então uma desconhecida fabricante de bebidas energéticas. O ano começou com o retorno de Karl Wendlinger, formando dupla com Heinz-Harald Frentzen, mas o baixo aproveitamento do austríaco (que ainda se recuperava de um sério acidente no ano anterior) fez a equipe trocá-lo por Jean-Christophe Boullion.

Apesar do fraco rendimento do motor Ford e do desempenho decepcionante do novato Boullion (que ironicamente foi substituído por Wendlinger), a Sauber fechou a temporada de 1995 com respeitáveis 18 pontos.

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C18 (1999):

Sauber C18-1999
O ano de 1999 marcou a chegada de Pedro Paulo Diniz, primeiro brasileiro a defender a Sauber ()

Fortalecida pela parceria com a petrolífera malaia Petronas, a Sauber assinou um acordo de fornecimento de motores com a Ferrari. Mesmo assim, a equipe não conseguiu repetir os bons resultados dos anos anteriores em 1999. Para nós, o C18 é lembrado apenas por ter sido pilotado por um brasileiro: Pedro Paulo Diniz, herdeiro de Abilio Diniz, então fundador do grupo Pão de Açúcar.

Ao lado do experiente Jean Alesi, o paulistano (que acumulava passagens por Ligier e Arrows) teve como melhor resultado um sexto lugar no GP do Canadá, marcando apenas três pontos. Diniz ainda defenderia a Sauber na temporada seguinte antes de desistir das atividades de piloto e adquirir uma parte das ações da equipe Prost.

C20 (2001):

Sauber C20-2001
Nick Heidfeld e Kimi Raikkonen formaram uma das duplas mais fortes da história do time ()

Todos os funcionários da Sauber lembram com orgulho da temporada de 2001. O início não parecia animador: um de seus pilotos era Nick Heidfeld, um jovem que vinha de resultados frustrantes na Prost. O outro era um jovem desconhecido de 18 anos com apenas 23 corridas em sua carreira de piloto profissional, que obteve a Superlicença da FIA sob muitas críticas.

Contrariando todas as expectativas, Kimi Raikkonen marcou seu primeiro ponto na F-1 logo em sua estreia, com um sexto lugar no GP da Austrália. No fim do ano, o finlandês marcou 10 dos 21 pontos conquistados pelo time, que fechou o Mundial de Construtores daquele ano em um honroso quarto lugar.

C21 (2002):

Sauber C21-2002
Sem Kimi, a Sauber correu atrás de outra jovem promessa. E assim Felipe Massa chegou ? escuderia ()

Impressionada com seu desempenho no ano anterior, a McLaren contratou Raikkonen para a temporada de 2002. Sem seu jovem prodígio, a Sauber correu atrás de outro novato para formar dupla com Nick Heidfeld. Era a chance de ouro para Felipe Massa na F-1.

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Apesar de rápido, o brasileiro cometeu alguns erros infantis durante o ano, fazendo com que a equipe optasse pela experiência de Frentzen para seu lugar. Após passar um ano como piloto de testes da Ferrari (parceira de longa data da Sauber), Massa voltaria ao time suíço em 2004, onde permaneceu até o ano seguinte.  

F108 (2008):

Sauber F108 2008
O veloz Robert Kubica e Nick Heidfeld quase levaram a BMW Sauber ao título ()

Ao fim da temporada 2005, a BMW adquiriu as ações anteriormente pertencentes à Credit Suisse, renomeando a equipe como BMW Sauber F1 Team. Foram nos anos de 2007 e 2008 que a escuderia viveu seus melhores momentos, com um projeto bem acertado e uma dupla de pilotos velozes, formada por Nick Heidfeld e o jovem Robert Kubica.

A temporada de 2008 foi marcada por várias conquistas, como a primeira pole-position da história da Sauber (Kubica, no Bahrein) e a primeira dobradinha (3º e 4º lugares, no mesmo GP). A primeira vitória da equipe seria conquistada no GP do Canadá, representando um momento de superação para o polonês Kubica, já que o piloto havia sofrido um grave acidente no mesmo autódromo no ano anterior.

A equipe, que liderava o Mundial de Construtores após o GP do Canadá, só não contava com uma drástica queda de rendimento na segunda metade do campeonato, quando foi superada por rivais como Renault, Toyota e até Toro Rosso. Mesmo assim, a BMW Sauber fechou o ano com 135 pontos, suficientes para deixá-los na terceira posição.

C31 (2012):

Sauber C31 2012
Com apoio da gigante Claro e uma dupla veloz de pilotos, a Sauber fez um bom ano em 2012 ()

O ano de 2012 foi a melhor temporada da escuderia na era pós-BMW. A equipe manteve a dupla Kamui Kobayashi e Sérgio Pérez, que começou o ano emplacando sexto e oitavo lugares, respectivamente. No GP da Itália, o time marcou 20 pontos, graças ao segundo lugar de Pérez e a nona colocação de Kobayashi. Na temporada inteira, o mexicano conquistou dois pódios (Canadá e Itália) e o japonês, um – justamente em sua terra natal. Foram 126 pontos marcados e o sexto lugar no Mundial de Construtores.

A única má notícia ficou por conta da saída do fundador Peter Sauber do comando da escuderia – que continuou como presidente até a notícia da venda da equipe, nesta semana. Em seu lugar, assumiu Monisha Kaltenborn, que deverá continuar como chefe de equipe em 2017.

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