Civic LXS x City EXL
Os dois são bem-vistos pelo mercado e têm uma lista generosa de equipamentos. Mas qual é o melhor negócio?
O show room da Honda está repleto de novidades. A marca comercializa seis modelos no país – se destacarmos o Civic Si das versões tradicionais -, e quatro deles têm mudanças recentes. A mais fresquinha é a nova geração do City (avaliação publicada em outubro de 2014). Em comparação com o anterior, o sedã ficou maior e ganhou requinte e novos equipamentos.
Essas modificações o aproximaram do Civic, um veterano que não perde a pose, mas que já recorre à maquiagem para esconder os sinais da idade. Afinal, lá se vão nove gerações. Na metade do ano, trocou grade do radiador, faróis de milha e rodas para estrear a linha 2015. Ou seja, quase nada. E isso pode comprometer o sabor de quem aprecia o gostinho de carro novo. Você sabe que tem um zero-quilômetro, mas talvez seus vizinhos não notem o aroma diferente em sua garagem. É um mal que não acomete o City. Com um mês nas prateleiras, o médio remodelado subiu um degrau na escada social e dois na tabela de preços. Mais cara, a versão top (EXR) custa R$ 69 000. Esse valor aproximou o três-volumes do Civic LXS, que parte de R$ 71 500 (considerando o modelo equipado com câmbio automático – o manual custa R$ 68 400). Mas não é só o novo visual que favorece o sedã menor. Em porta-malas, o Civic perde feio. São 449 litros, ante 536 do City – sim, o médio tem maior capacidade que o irmão maior. Além disso, a Honda promoveu o aumento do bocal do bagageiro, facilitando o acesso de grandes volumes.
Na cabine, o interior claro e os bancos de tecido do modelo lançado em 2011 colaboram com a sensação de amplitude do ambiente, mas os números mostram que, sobretudo na traseira, novamente o City sai na frente: são 97 cm de espaço para as pernas, ante 92 do Civic. De ombro a ombro, são 138 contra 135 cm. Os dois têm assoalho plano e qualidade de plásticos acima da média.
O Civic custa mais no momento da compra, tem IPVA mais alto e seguro mais caro. Em nossa simulação, custou R$ 630 a mais. A longo prazo, considere um extra para manutenção: os pneus 205/55 R16 são ligeiramente mais caros que os 185/55 R16 do irmão menor.
O argumento mais forte do arquirrival do Corolla é o motor 1.8, que abandonou o tanquinho auxiliar de gasolina na linha 2015. Porém, na pista, seus 140/139 cv marcaram 11,7 segundos no teste de 0 a 100 km/h, resultado idêntico ao do City. Além disso, gastou mais: fez 13,9 km/l em ciclo rodoviário, com gasolina. O City marcou 16,7 km/l. Viajar com um carro 1.5 não chega a ser ruim, mas os 116/115 cv desse propulsor são incompatíveis com pouca paciência em retomadas. O Civic oferece outras vantagens mecânicas: suspensão independente na frente e na traseira (McPherson e multilink) e freio a disco nas quatro rodas. Na nova geração, o City trocou o disco traseiro pelo tambor – e isso aumentou suas distâncias de frenagem. Por fim, pasmem, ambos não têm controle de tração e de estabilidade nem como opcional.
A lista de série do City é mais generosa. Vem com airbags laterais (o Civic intermediário só oferece os frontais), faróis de neblina, controle de velocidade de cruzeiro e bancos de couro.
Considerando esses itens, é difícil argumentar a favor do Civic, apesar de o modelo ser bem-visto nas revendas. Mas, antes de fechar negócio, vale uma consideração: a versão ideal do City é a intermediária (EX), que custa R$ 66 700. No caso do Civic, a melhor opção é o LXR (R$ 75 900). Esse preço inclui sensor crepuscular, couro, piloto automático e, principalmente, o motor 2.0 de 155/150 cv.
Seja qual for sua escolha, é baixa a chance de fazer um negócio ruim ao optar por um ou outro. A pesquisa Os Eleitos, feita anualmente por QUATRO RODAS, revelou que Civic e City são queridinhos dos donos. Na ordem, ocuparam a segunda e terceira colocação do ranking deste ano. O Civic é um habitué da pesquisa (venceu a categoria no ano passado, com 99,9 pontos). O irmão
menor segue no mesmo caminho.
VEREDICTO
O City oferece mais, mas o motor 1.8 do Civic torna a escolha menos óbvia. E o sedã maior agrada pela solidez ao rodar e conforto da cabine. Ambos têm bom espaço interno, com vantagem para o City, cujo porta-malas é maior. Além disso, o motor 1.5 gasta menos combustível. Mas a versão ideal é a EX.
Confira o teste comparativo
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