Anunciado como conceito em abril, o primeiro carro da nova família de elétricos da Toyota, a bZ (que significa Beyond Zero, ou “além do zero”), agora foi apresentado em sua versão de produção. O bZ4X será um SUV de porte médio projetado em parceria com a também japonesa, Subaru.
Assine Quatro Rodas por apenas R$ 12,90
Dentre as inovações, está a nova plataforma e-TNGA, primeira exclusivamente para BEVs da Toyota, que teve auxílio da Subaru na produção. Construída com foco no desempenho off-road, a plataforma oferece mais rigidez, tendo peças aprimoradas aumentar a proteção, principalmente, das áreas próximas à bateria, suspensão e radiador, além de um baixo centro de gravidade.
Outra vantagem da e-TNGA, segundo a Toyota, é a otimização do espaço interno. A montadora afirma que o bZ4x terá o maior espaço para pernas do segmento dos SUVs médios, com um espaço interno de 1,94 m de comprimento (4,69 m no geral), 1,51 m de largura (1,86 m no geral) e 1,16 m de altura (1,65 m no geral) e entre-eixos de 2,84 m.
Como foi anunciado em abril, a direção não tem conexão entre o volante e as rodas. O sistema chamado de steer-by-wire traz um bloqueio definido próximo aos 150 graus, o que diminui o esforço do motorista ao estacionar, fazer curvas sinuosas ou fazer uma meia volta. Mesmo sem conexão direta, o sistema também promete melhorar a sensação de dirigir, devido ao controle independente de torque de direção.
O steer-by-wire da Toyota também ajuda a filtrar os movimentos dos pneus, repassando ao condutor somente as vibrações necessárias, que ajudam a sentir as condições da estrada.
Outra vantagem é que o sistema melhora a estabilidade do carro ao passar por superfície irregulares, já que ele consegue controlar os movimentos dos pneus. O motorista pode alterar as características de direção alternando entre os modos disponíveis.
As baterias de íons de lítio e 355 volts consegue chegar aos 80% de carga em 30 minutos. O alcance varia, sendo próximo dos 500 km na versão com tração dianteira e dos 480 km na com tração integral, segundo o WLTP.
A montadora aposta na durabilidade da nova bateria. De acordo com a Toyota, mesmo depois de 10 anos de uso, ou 240.000 km rodados, a célula ainda terá 90% de sua carga máxima mantida.
A segurança também foi prioridade. Localizada abaixo do assoalho do veículo, ela fica em um ambiente livre de contaminação e temperatura controlada, com constante monitoramento da tensão e corrente. Um líquido de refrigeração de alta resistência ajuda a garantir total segurança em casos de acidentes.
Também anunciado anteriormente, o teto opcional com painel solar é outro trunfo do bZ4X, . Ele pode gerar o equivalente a 1.800 km de energia, além de quebrar um galho quando você estaciona em uma vaga sem carregador elétrico.
Assim como a picape Ford F-150 Lightning, o bZ4X também poderá servir como fonte de alimentação externa. Ou seja, ele pode se ligar à rede de energia da sua casa e alimentá-la com sua bateria em momentos de necessidade, como em desastres naturais.
Durante o dia, o painel solar pode gerar eletricidade para abastecer a residência e a energia excedente, armazenada no veículo, pode ser usada para continuar mantendo a casa após o anoitecer.
Passando para a motorização, temos duas variantes. A versão com tração dianteira, tem apenas um motor elétrico de 204 cv, acoplado às rodas da frente. Essa versão é capaz de fazer de 0 a 100 km/h em 8,4 segundos.
Já a versão AWD tem dois motores elétricos, um por eixo, gerando 109 cv cada. Com potência total de 218 cv, essa variante faz de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos, mesmo sendo mais pesada. Nesta versão, podemos ver mais alguns toques da Subaru, que forneceu o sistema de tração com as tecnologias X-Mode e Grip-Control.
Informações sobre a transmissão não foram reveladas. Já os freios serão de discos ventilados, na frente e atrás, em ambas as versões. Enquanto a suspensão tem molas helicoidais do tipo strut na dianteira e de triângulo dupla na traseira.
Por dentro, a Toyota quis trazer inovações, principalmente no painel. Agora, o cluster digital com medidores de velocidade e rotação, fica acima do volante.
Segundo a montadora, isso foi feito para reduzir o movimento dos olhos dos motoristas e deixar o ponto de foco mais distante. Também foi adotado o volante em forma de asa (além do convencional) que, segundo a Toyota, ajuda na orientação dos olhos das mãos para a tela. O formato assemelha-se ao do Tesla Model S Plaid, que segundo relatos dos motoristas, dificultava as balizas.
A central multimídia atualizada conta com atualizações pelo ar (wireless) e teve a função de reconhecimento por voz melhorada. Ela também recebe informações via nuvem do tráfego, mapas, vagas de estacionamento e estações de carregamento, além de reproduzir informações úteis, como suporte de direção e o alcance. Chaves digitais também estão disponíveis e podem ser acessadas e compartilhadas através de um aplicativo para smartphone.
A Toyota pretende se tornar totalmente neutra em carbono até 2050. Para isso, já prepara outros seis veículos da família bZ, que serão lançados até 2025. O primogênito, bZ4X, deve ser lançado mundialmente na metade de 2022.