Qual o resultado da união de marcas tão diversas quanto Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën? Desde sua criação, no final, de 2021, a Stellantis vem apostando pesado na unificação de componentes e estratégias de todas as fabricantes sob sua tutela, e as novas plataformas STLA levarão isso a outro nível.
Para seus futuros carros elétricos, o conglomerado apostará na modularidade: plataformas que compartilham peças e que se diferenciam, principalmente por tamanho. A primeira delas, a STLA Medium, foi apresentada hoje.
Irmã da STLA Small, Large e Frame (a única que não é monobloco), a STLA Medium é definida principalmente pelo tamanho: ela será usada em carros híbridos e elétricos com entre-eixos entre 2,7 e 2,9 m e comprimento total entre 4,3 e 4,9 m. É o caso do novo Jeep Compass, que já vem sendo desenvolvido com base nessa tecnologia, e do novo Peugeot 3008, que será lançado em breve.
Olhando a STLA Medium, é possível prever, de maneira geral, alguns pontos fortes dos futuros modelos da Stellantis. No caso da autonomia, por exemplo, esses SUVs médios superarão 700 km com uma única carga, com potência variando entre 217 e 387 cv e tração dianteira ou integral.
Ainda que o sistema elétrico funcione a 400 V (os mais modernos do mundo, como a E-GMP da Hyundai, são de 800 V), será possível realizar carregamentos a 285 kW, suficientes para levar as células de 20 a 80% de carga em 27 minutos.
A eficiência, explica o grupo, foi obtida através de otimizações que incluem o sistema de aquecimento e resfriamento da cabine, direção, assistência de frenagem e propulsão — sempre projetados para minimizar o consumo de energia.
Ao mesmo tempo, um quebra-cabeças complexo foi montado para enfiar o máximo de baterias dentro do espaço limitado. Engenheiros buscaram arranjo de elementos químicos que não leva em conta apenas as reações que ocorrem em escala microscópica, mas a disponibilidade de matéria-prima no mundo, considerando até mesmo questões geopolíticas.
Esse tipo de solução será aproveitado, certamente, nas outras versões da STLA. Ao mesmo tempo, teremos variações no entre-eixos e, claro, na autonomia, que será maior ou menos conforme o espaço disponível, variando entre 500 e 800 km. Outros itens compartilhados incluem sistemas de automação veicular e de atualizações over-the-air, capazes de melhorar os automóveis via internet.
No fim das contas, porém, tudo depende de preço. Fontes relatam que o compartilhamento de peças e a simplificação da linha de montagem pode fazer com que futuros elétricos da Stellantis custem 40% menos do que equivalentes de 2020. Ao mesmo tempo que a gigante vai tomando o jeito na fabricação de EVs, entretanto, várias outras marcas do mundo também vão. Nisso, espere veículos a bateria cada vez mais baratos.