Fracassada no Brasil, Seres supera Mercedes e BMW em vendas na China
Com carros à venda em lojas da Huawei, a Seres tem os carros de luxo mais vendidos da China

A Seres não conseguiu completar nem um ano no mercado brasileiro antes de iniciar um processo de reestruturação que deveria durar três meses, mas que já se arrasta por 10 meses. No entanto, na China, ela é um exemplo de marcas jovens que estão dando certo. Tão certo que já superou a Mercedes-Benz e a BMW nas vendas.
Na China, os carros da Seres são vendidos sob a marca Aito, que surgiu há apenas quatro anos quando a fabricante de smartphones Huawei se uniu ao Seres Group, a antiga Sokon, que até 2022 tinha joint-venture com a Dongfeng. Nesse período, deixaram de fabricar apenas utilitários e carros baratos para fabricar elétricos bastante tecnológicos.

A parceria improvável entre uma marca sem experiência com carros de luxo e outra especializada em eletrônicos deu certo. A Aito concorre com XPeng, Xiaomi e Nio, e vem tendo sucesso nisso a ponto de as vendas totais do Seres Group triplicarem em três anos, chegando a 427.000 unidades em 2024. Só dos Aito foram 151.000.

O ponto em questão é que são 151.000 carros cujo custo médio é de 69.000 dólares (ou R$ 394.000, na conversão direta). Com estes números, a Aito se tornou a marca de luxo mais popular na China em 2024, superando a BMW e suas 145.000 unidades comercializadas e também a Mercedes-Benz, que somou 127.000 carros.
Esse é apenas o começo para a Aito, que tem o SUV grande M9 como carro topo de linha (que chegou a ser anunciado para o Brasil como Seres 9) e que neste ano está lançando uma versão apenas 4 cm mais curta, o M8. O carro de entrada da marca é o Aito 5, que foi vendido no Brasil como Seres 5. Eles são elétricos, mas também têm versões com extensor de autonomia – um motor-gerador a gasolina.

Na China, os carros da Aito são expostos e vendidos dentro das lojas de eletrônicos da Huawei.
O mercado automotivo chinês é bastante volátil, por conta da guerra de preços e de tecnologia no mercado de luxo local. Mas, aparentemente, a Seres e a Huawei encontraram o caminho para seu negócio, o que a Seres não conseguiu no Brasil com seus importadores.