Abril Day: Revista em casa a partir de 9,90

Carros elétricos ficam mais ‘limpos’ com motores sem imãs e baterias recicladas

Empresas buscam driblar a extração de materiais raros para reduzir os custos e o impacto ambiental dos carros elétricos

Por Nicolas Tavares
20 Maio 2025, 11h05
Motor I²SM
Motor I²SM não usa imãs de terras raras (Divulgação/ZF)
Continua após publicidade

No uso diário, os carros elétricos são bem mais limpos do que os veículos equipados com motores a combustão, ainda que considerando a geração de energia por fontes sujas, como usinas de carvão. O mesmo não pode ser dito do processo de produção. Tanto os motores quanto as baterias utilizam materiais cuja extração é prejudicial ao meio ambiente.

Os motores elétricos utilizam ímãs permanentes, feitos com terras raras como térbio, disprósio, praseodímio e neodímio. Como a denominação desses materiais diz, são metais muito raros de encontrar na quantidade necessária, com a China respondendo por entre 70 e 80% da mineração e do processamento no mundo. A extração utiliza componentes químicos altamente tóxicos, que podem contaminar o solo e a água.

Já as baterias, em sua maioria, utilizam outro material complicado, o lítio. Sua mineração também é extremamente prejudicial, precisando de 2,1 milhões de litros de água para refinar 1 tonelada. Além do consumo de água, causa a degradação do solo e contamina o lençol freático e o ar pelo processo de evaporação dos minerais.

Complexo de beneficiamento de lítio Grota do Cirilo da Sigma, em Araçuaí (MG) (4)
Operação de extração de lítio: comprar lítio “limpo” pode render bilhões em créditos de carbonos para as montadoras (Divulgação/Sigma)

Para reduzir os impactos em todos os planos, há um grande esforço em diversas frentes para realizar uma extração mais limpa, diminuir o uso de materiais raros e aumentar a reciclagem das matérias-primas. Duas delas mostradas aqui são um motor elétrico feito pela ZF que dispensa o uso de ímãs, eliminando a necessidade de terras raras; e o processo de reciclagem de baterias da BMW, reaproveitando até 98% dos materiais.

Motor sem Ímã

Criado pela alemã ZF, o motor I²SM (Motor Síncrono Indutivo-Excitado no Rotor) deixou de lado o ímã permanente para usar um gerador de indução posicionado dentro do eixo do motor, prometendo o mesmo desempenho e reduzindo a pegada de CO² em até 50%.

Continua após a publicidade

Pegando leve

Os motores normais utilizam ímãs para gerar dois campos magnéticos, provocando o movimento do motor. O I²SM cria o campo magnético por meio de uma corrente elétrica nas bobinas, porém sem a necessidade de componentes como escovas e anéis coletores, que normalmente causam desgaste e perda da força do motor.

Novas Motor Elétrico
(Divulgação/Quatro Rodas)

Frio e eficiente

Em comparação a um motor normal com bobinas, a nova tecnologia da ZF conta com resfriamento a óleo, reduzindo a perda para a transmissão de energia em 15%, deixando-o tão eficiente quanto um motor elétrico com ímã permanente, além de trabalhar com arquiteturas de 400 volts ou 800 volts.

Cabe em todo lugar

Devido às peças deslizantes e às escovas, um motor elétrico com bobina ocupa cerca de 90 milímetros mais de espaço axial em comparação a um propulsor com ímãs. O I²SM é bem mais compacto.

Continua após a publicidade

Reaproveitando tudo

Para ter baterias suficientes, a BMW tem investido na reciclagem, fazendo parcerias com diversas empresas em vários países, inclusive no Brasil, onde participa de um projeto com o Senai Paraná e a Tupy.

Reciclagem BMW
(Divulgação/Quatro Rodas)

Nova vida para baterias

Reciclar matérias-primas como lítio, cobalto, grafite, níquel e manganês reduzirá consideravelmente os custos de produção das células de bateria. E, ainda, diminui a necessidade de extrair mais componentes, reduzindo a poluição gerada durante esses processos.

Reciclagem BMW
(Divulgação/Quatro Rodas)
Continua após a publicidade

De volta à linha

A reciclagem tem uma vantagem na produção das baterias por não reverter os materiais para sua forma original, eliminando a necessidade de um novo processamento químico ou térmico, o que gasta muita energia. O componente está pronto para ser usado novamente em uma segunda bateria.

Processo rápido

Quando estiver pronto, o Centro de Competência de Reciclagem de Células da BMW em Kirchroth-Nord (Alemanha) será capaz de reciclar cerca de 10 toneladas de materiais de células de baterias por ano. E trabalhará em conjunto com outro Centro de Competência, este localizado em Parsdorf, recebendo as sobras da produção para serem reaproveitadas, além de reciclar as baterias antigas.

Economia circular

A estimativa da BMW é de que consiga reaproveitar todo o material das baterias, principalmente lítio, níquel e cobalto. Isto dará nova utilidade às baterias de veículos mais antigos, como i3, garantindo um suprimento de componentes
a longo prazo.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*
ABRILDAY

Revista em Casa + Digital Completo

Receba Quatro Rodas impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 9,90/mês*

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.