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VW Passat GL Village já esteve entre os carros mais vendidos do Brasil

Ícone dos anos 1970, ele provou que tinha virtudes de sobra para continuar competitivo no mercado por quase 15 anos

Por Felipe Bitu Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
10 jul 2021, 07h25
VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
Inspirados nos Audi, os faróis recuados eram uma imposição da legislação norte–americana (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Quem tem menos de 40 anos dificilmente entenderá a mística que envolve a primeira geração do Passat, apresentada há quase 50 anos. O médio da VW estava tão à frente de seu tempo que manteve sua popularidade por mais de uma década.

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Novidade para 1984, o Passat LS Village ostentava o mesmo visual do ano anterior, com quatro faróis retangulares inspirados nos Audi exportados para os EUA. Era impulsionado pelo motor MD 270 de 1,6 litro e seus 82 cv chegavam às rodas dianteiras através do câmbio de quatro marchas: o escalonamento bem espaçado mascarava a falta da quinta.

“A relação final desse câmbio longo era satisfatória, mas o intervalo maior entre as marchas comprometia a agilidade natural do Passat”, recorda o jornalista Emílio Camanzi. “Era uma ideia muito boa, que funcionava, mas dava a impressão de improviso, numa época em que a quinta marcha era associada a uma pegada esportiva.

VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
O estilo original de Giorgetto Giugiaro resistiu bem ao passar dos anos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Seus principais concorrentes eram o revitalizado Ford Corcel II e o atualíssimo Chevrolet Monza, único a contar com motor na posição transversal. Mais leve que os dois, o Passat mostrava sua superioridade nas provas de consumo urbano e desempenho: percorria 8,46 km para cada litro de etanol, acelerando de 0 a 100 km/h em 14,6 segundos e com máxima de 155,8 km/h.

Avaliado por Ayrton Senna em março de 1984, o LS Village agradou pelo baixo nível de ruído e pelo comportamento dinâmico, com bom acerto das suspensões e freios eficientes. O interior também mereceu destaque: o jovem piloto elogiou o acabamento interno, mas criticou o painel de instrumentos.

VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
Volante com quase 40 cm melhorava a visualização dos instrumentos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Sua dirigibilidade era favorecida pela direção que, mesmo sem assistência, conseguia ser leve em manobras e precisa em altas velocidades. Entre os opcionais oferecidos havia desembaçador do vidro traseiro, rodas de liga leve e bancos Recaro com regulagem de altura, que colaboravam de maneira essencial para a ergonomia ao volante.

O modelo 1985 recebeu os últimos retoques externos na linha Passat: lanternas traseiras com frisos horizontais e para-choques envolventes de poliuretano. O rádio passou a ser instalado abaixo do painel, o novo painel de instrumentos era inspirado no do novíssimo Santana e vinha acompanhado de um enorme volante de quase 40 cm.

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VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
Bancos confortáveis e comandos de fácil acionamento (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A melhor alteração era de ordem técnica: o Passat finalmente recebeu um câmbio de cinco marchas. No modelo 1986, o motor MD-270 cedeu lugar ao AP-600 de 85 cv, também com cilindrada de 1,6 litro, mas muito superior em eficiência e suavidade, graças a bielas mais longas, pistões maiores e virabrequim de curso mais curto.

Os 85 cv trouxeram melhora sensível no rendimento: a aceleração de 0 a 100 km/h passou a ser realizada em apenas 11,8 segundos e a velocidade máxima saltou para 166 km/h. O Passat LS Village era tão veloz e ligeiramente mais rápido que o festejado VW Gol GT com motor de 1,8 litro e 99 cv do VW Santana.

VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
Toca-fitas é acessório de época (Fernando Pires/Quatro Rodas)

“O desempenho era tão bom que chegamos a suspeitar de um motor 1.8 colocado por engano”, conta o jornalista Douglas Mendonça, responsável pelo teste. O fato é que, meses mais tarde, a potência declarada subiu de 85 para 90 cv.

As virtudes do Passat faziam dele o terceiro automóvel mais vendido do país: a produção superava 6.000 unidades por mês, ficando atrás apenas de fenômenos de vendas como o Chevrolet Monza e o VW Gol. Seu notável comportamento dinâmico também era reconhecido nas pistas: o Passat conquistou o Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos por cinco anos consecutivos.

VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE
A nomenclatura GL foi uma das poucas novidades do modelo 1987. O álcool dominou o mercado até 1989 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em 1987, o Passat seguiu os passos da família Gol e mudou o nome de sua versão intermediária: tornou-se o GL Village. A popularidade inesperada atrapalhava o sucesso do irmão mais novo Santana: as últimas unidades receberam apenas novas rodas de liga leve antes de deixarem a fábrica de São Bernardo do Campo  (SP), em dezembro de 1988.

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Passat GL Village 1987

Teste QUATRO RODAS – Fevereiro de 1987
0 A 100 km/h 12,45 s
Velocidade máxima 159,4 km/h
Consumo Médio 11,77 km/l (álcool)
Preço (dezembro de 1972) Cz$ 150.922
Preço (atualizado) R$ 163.438

VOLKSWAGEN PASSAT LS VILLAGE/GL VILLAGE

Painel inspirado no do Santana surgiu em 1985. Câmbio de cinco marchas deu a agilidade que faltava ao Motor AP-600 de 1,6 litro, que rendia 90 cv

Ficha técnica
Motor long., 4 cil. em linha, 1.596 cm3, comando de válvulas simples no cabeçote, carburador de corpo duplo, 90 cv a 5.600 rpm; 13 kgfm a 2.600 rpm
Câmbio manual de 5 marchas, tração dianteira
Suspensão independente com barras de torção transversais em feixe (diant.) / independente, semi-eixos oscilantes, barras de torção(tras.)
Freios tambor nas 4 rodas
Pneus 175/70 SR 13
Dimensões comprimento, 426,2 cm; largura, 160 cm; altura, 135,5 cm; entre-
-eixos, 247 cm; peso, 950 kg

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