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Clássicos: Citroën AX foi esportivo barato com desempenho do Sandero R.S.

Leve e aerodinâmico, o pequeno hatch surpreendia pelo baixo consumo de gasolina, diesel ou energia elétrica

Por Felipe Bitu
29 out 2022, 11h23
Citroën AX GTI
Citroën AX GTI foi importado oficialmente na década de 1990 (Fernando Pires/Quatro Rodas)
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O industrial francês André Citroën sempre acreditou que o avanço tecnológico era fundamental para o sucesso de uma fabricante de carros. A partir desse princípio, a marca que leva seu sobrenome desenvolveu modelos de grande relevância histórica, como o sofisticado Traction Avant, o popular 2 CV, o revolucionário DS e o eficiente AX.

Apresentado no Salão de Paris de 1986, o AX foi desenvolvido a partir de diretrizes econômicas estabelecidas pelo governo francês após a crise energética de 1979. Além do foco no baixo consumo de combustível, o compacto tinha a missão de suceder os modelos LNA (variação do Peugeot 104) e Visa, além do malfadado Axel.

CITROËN AX
Versão esportiva tem 100 cv, rodas de liga leve aro 13 e adesivo na lateral (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O novo hatch media 3,52 metros de comprimento, 1,55 m de largura e 1,35 m de altura. Seu coeficiente aerodinâmico (cx) de 0,31 era favorecido pela pequena área frontal. Havia também vidros rentes à carroceria, maçanetas embutidas e rodas traseiras parcialmente cobertas. A versão básica pesava apenas 640 quilos devido à profusão de partes plásticas na carroceria.

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Despojado ao extremo, o AX mais simples era identificado pela falta de calotas e de espelho retrovisor no lado direito. Os bancos dianteiros perdiam o reclinador e os encostos de cabeça, enquanto a suspensão não trazia barras estabilizadoras.

CITROËN AX
Traseira traz o nome do carro e a versão. De uma ponta a outra, há apenas 3,52 m (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Cada centavo contava em um segmento que era disputado por Peugeot 205, Renault 5, Ford Fiesta, Opel Corsa, Volkswagen Polo, Fiat Uno e Nissan Micra. As versões mais requintadas traziam opcionais como vidros elétricos, alarme, banco traseiro bipartido, rodas de liga leve e até teto solar.

A carroceria de cinco portas surgiu em 1987, com notável ângulo de abertura. Limitado pelos 2,28 m entre os eixos, o espaço interno era adequado para dois adultos e duas crianças. Impulsionar o AX era uma tarefa fácil para os motores de quatro cilindros 1.0 (45 cv), 1.1 (54 cv) e 1.4 (65 cv), alimentados por carburador.

CITROËN AX
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Em 1987, surgiu a versão Sport, equipada com o motor de 1,3 litro do Peugeot 205 Rallye. Comando de válvulas agressivo e dois carburadores Solex resultavam em 95 cv a 6.800 rpm.

O AX Sport foi um dos melhores hot hatches do período. Chapas reforçadas em zonas críticas de torção garantiam a rigidez do monobloco, e a suspensão traseira independente colaborava para um comportamento bastante neutro, com sobresterço induzido pelo alívio do acelerador.

Mais equipada, a versão GT recebia um único carburador para render 85 cv a 6.400 rpm.

CITROËN AX
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

A versão 1.4 a diesel (54 cv) estreou em 1988 e, no ano seguinte, entrou para o Guinness Book após cravar o consumo médio de 21,7 km/l entre as cidades de Dover (Inglaterra) e Barcelona (Espanha).

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O milionésimo AX foi produzido em janeiro de 1990. Neste mesmo ano, o compacto se tornou o modelo de entrada da Citroën, que encerrava os 42 anos de produção do carismático 2 CV.

CITROËN AX
Volante de três raios e quadro de instrumentos equipado com conta-giros mostram se tratar de um AX dos mais brabos, com motor de 100 cv. (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Reestilizado em 1991, o AX ganhou fôlego para encarar novos concorrentes, como os patrícios Renault Clio e Peugeot 106. Destaque para a versão Piste Rouge, com suspensão elevada e tração integral, que fez relativo sucesso em países com grande incidência de neve.

Nessa época, a injeção eletrônica tornou-se item de série devido a novos limites europeus de emissões.

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CITROËN AX
(Fernando Pires/Quatro Rodas)

Foi o momento em que o AX Sport tornou-se GTI. Com injeção Bosch Motronic, o arisco motorzinho 1.4 a gasolina chegava aos 100 cv, suficientes para acelerar de 0 a 100 km/h em 9 segundos, com máxima beirando os 190 km/h.

O exemplar das fotos é uma das raras unidades importadas oficialmente pela marca francesa.

Em 1993, a Citroën iniciou a produção do AX Electrique. Alimentado por uma bateria, tinha potência nominal de 11 kW (15 cv) e potência máxima de 20 kW (27 cv). O torque máximo de 12,9 kgfm o fazia acelerar de 0 a 50 km/h em 8,3 s, com máxima de 91 km/h e autonomia urbana de 75 km.

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CITROËN AX
Forração de tecido cinza com detalhes em vermelho é característica de seu tempo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

No total, pouco mais de 2,4 milhões de unidades do AX foram produzidas entre 1986 e 1998 em cinco países diferentes: França, Espanha, Portugal, antiga Iugoslávia e Malásia. Foi o bastante para tornar-se o segundo Citroën mais vendido da história, logo atrás do 2 CV. Seu posto foi ocupado pelo Saxo, variação do Peugeot 106 que não repetiu o mesmo sucesso.

Ficha Técnica – Citroën AX GTI 1994

CITROËN AX d

Motor: transversal, 4 cilindros em linha, 1.361 cm3, alimentação por injeção eletrônica
Potência: 100 cv a 6.800 rpm
Torque: 12,5 kgfm a 4.200 rpm
Câmbio: manual de 5 marchas, tração dianteira
Carroceria: hatch, 3 portas, 5 lugares
Dimensões: comprimento, 352 cm; largura, 159 cm; altura, 134 cm; entre-eixos, 228 cm; peso, 820 kg; pneus, 185/60 R13

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