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Seu carro tem peças de desgaste que não estão inclusas no preço da revisão

Veja os componentes que não estão previstos nas revisões com preço fixo das montadoras, mas que você deve fazer na concessionária

Por Fernando Miragaya
Atualizado em 22 jun 2023, 12h27 - Publicado em 22 jun 2023, 12h26
Mauro Souza
 (Mauro Souza/Quatro Rodas)
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Um dos grandes avanços no pós-vendas das montadoras se deu na questão das revisões com preço fixo. A maioria das marcas tem planos de manutenção para seus veículos com valores predefinidos. Para o consumidor, uma transparência e até mais um critério na hora de escolher o modelo. Porém, na prática, a vida não ficou tão simples assim.

Bom lembrar que as revisões são requisitos para usufruir da garantia prevista pela montadora (normalmente de três a cinco anos nas marcas generalistas). A maioria das visitas tem intervalos de 10.000 km ou um ano, o que ocorrer primeiro. Quem não respeita esses prazos corre o risco de perder a cobertura da fabricante.

“As montadoras costumam padronizar a manutenção em tabelas que seguem tempos, quilometragens, serviços e conjuntos de peças predefinidas. Entendendo exatamente qual será a rotina de uso do automóvel, o comprador terá condições de escolher, além da marca/modelo, quais manutenções serão adequadas e deverão ampliar o escopo básico sugerido pela montadora”, afirma o engenheiro João Pedro, sócio da empresa AutoInsp.

Só que as fabricantes estabelecem revisões com preço fixo que incluem trocas de itens meio que dentro de um padrão. Entenda como funciona: a maioria das manutenções obrigatórias prevê a checagem de várias partes do carro. São mais de 30, desde motor, câmbio e freios a pneus e amortecedores.

Contudo, os componentes que serão substituídos dentro daquele orçamento fixo da revisão são bem específicos. Em todas as visitas estão previstas a troca de óleo lubrificante, filtro e anel do bujão de cárter.

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Strada Longa Duração
Nossa Fiat Strada de Longa Duração já chegou à oitava revisão (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

A lista é extensa 

Filtros de ar (elemento e cabine) e de combustível, fluido do freio e velas de ignição também estão na cesta de peças que serão repostas dentro do valor predefinido, conforme a montadora e o modelo. O intervalo de troca destes componentes vai variar de acordo com a fabricante e o modelo do carro.

Acontece que o veículo tem outros itens de desgaste natural que são checados e não estão previstos dentro do orçamento fixo. Basta voltar à lista do que é checado: pastilhas e discos de freio, sistema elétrico, pneus e rodas, amortecedores e componentes da suspensão e sistema de arrefecimento são só algumas partes do checklist.

É aí que a conta pode ficar mais salgada. Pelas regras da maioria das fábricas, qualquer troca de componente tem de ser feita com peças originais e dentro da rede de distribuidores oficiais. E tais serviços e peças têm um custo extra, obviamente.

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Oficina Volkswagen
(divulgação/Volkswagen)

“Todo veículo tem torques específicos, características de montagem e peculiaridades de fábrica. Às vezes, um aperto errado em uma porca em uma oficina independente faz a peça soltar e ela cai no meio do habitáculo do motor e faz um estrago muito maior”, exemplifica Camilo Adas, conselheiro em Tecnologia e Transição Energética e para Tecnologia e Inovação da SAE Brasil.

“O Código de Defesa do Consumidor determina que a obrigação de realizar reparos em caso de vícios de qualidade ou disponibilizar peças de reposição é dos próprios fornecedores. Nesse sentido, presume-se que as empresas podem exigir que todos os serviços realizados nos produtos sejam feitos com a própria autorizada, sob pena de perda da garantia”, explica Adriano Fonseca, advogado da Proteste.

Leia o Manual 

Por isso é importante ver no Manual do Proprietário quais os deveres do consumidor no que diz respeito à manutenção do automóvel. Verificar, inclusive, os prazos para as revisões e o que tem de ser feito obrigatoriamente na concessionária – e o que pode ser feito fora da rede autorizada.

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Mesmo itens como pneus e amortecedores e serviços correlatos merecem atenção. “Geralmente, peças que se desgastam naturalmente, como amortecedores, baterias, pneus, estão fora dessa garantia, assim o consumidor pode trocar onde quiser. Mas ele deve sempre observar os itens que são inclusos neste termo de garantia”, observa Dino Lameira, especialista da Proteste.

Itens que normalmente são checados nas revisões

• Motor e transmissão
• Guarnições e  protetores de pó
• Óleo da transmissão
• Pastilhas e disco de freio
• Freio de estacionamento
• Pneus e Rodas
• Cintos de segurança
• Sistema elétrico
• Equipamentos de iluminação e sinalização
• Limpador e lavador do para-brisa
• Sistema de arrefecimento
• Amortecedores
• Fluido de freio
• Semieixo e protetor da articulação
• Carroceria e chassi

Mesmo no caso de baterias, vale o bom senso e trocar na revenda para não ter surpresas. Já os pneus normalmente podem ser substituídos em lojas especializadas, assim como serviço de alinhamento e balanceamento. Porém, antes de qualquer coisa, vale checar no manual e no contrato de compra do carro.

“No caso do pneu, vai depender do tipo de falha. Um furo ou avaria, em função de uso normal, não creio que esteja incluído na garantia. Já uma falha estrutural ou de qualidade está, portanto é melhor ir à concessionária”, pondera Camilo Adas, da SAE Brasil.

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Por esta razão, mais uma vez é importante saber o que está escrito no manual. Além disso, o consumidor pode conferir, antes mesmo de comprar o carro zero-km, o programa de manutenção, inclusive o custo fixo e o que ele abrange nas revisões, nos sites das fabricantes.

Itens que geralmente são trocados dentro do preço fixo das revisões*

• Óleo do motor
• Filtro de óleo
• Filtro de combustível
• Anel bujão do cárter
• Fluido de freio
• Filtro de ar (cabine)
• Filtro de ar (elemento)
• Velas de ignição

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