Sempre é necessário trocar os amortecedores do carro aos pares?
Trocar em par e por amortecedores de mesma marca é a única garantia de manter o bom comportamento do carro
Thiago Oliveira, São José dos Campos (SP)
O ideal é optar pela troca do conjunto todo, mesmo que os demais amortecedores ainda estejam em condições de uso. Assim, o usuário terá a certeza de que todos os amortecedores estão trabalhando nas mesmas condições e dentro dos mesmos prazos de troca.
Também é importante optar pela mesma marca e linha de amortecedores, uma vez que eles são desenvolvidos sempre considerando o uso em conjunto nas suspensões dianteira e traseira. Amortecedores de marcas diferentes podem apresentar características distintas de funcionamento, mesmo que sejam destinados ao mesmo modelo de veículo.
E quando se fala em trocar o par de amortecedores, é trocar por eixo: ambos os amortecedores dianteiros e ambos os amortecedores traseiros.
“Se o consumidor optar por realizar a troca apenas do par afetado, deve-se levar em consideração a diferença da vida útil que existe entre os dois pares de amortecedores e lembrar-se de realizar as revisões com maior frequência para evitar situações de risco”, alerta o supervisor de treinamento da Monroe, Juliano Caretta.
Nesse caso, realizar as revisões dos amortecedores de acordo com o prazo estipulado no manual do veículo, mas considerando as diferenças de uso entre eles. Na dúvida, considere o período dos amortecedores mais antigos para as revisões.
Como saber se está na hora de trocar os amortecedores?
O desgaste dos componentes internos dos amortecedores– válvulas, haste, selo retentor e óleo hidráulico – se dá conforme o uso do carro (tipo de piso, carga etc.). E é justamente o modo de utilização do veículo que vai implicar diretamente na duração do amortecedor. Dessa forma, não existe uma data de validade definitiva para o componente.
O jeito de dirigir, por onde o automóvel trafega, entre outros fatores é que vão determinar quando o amortecedor deixará de desempenhar suas funções plenamente. Quanto mais cuidadoso ao dirigir, menor o desgaste do amortecedor e maior o aumento da durabilidade de todos os elementos da suspensão.
O ideal é checar os amortecedores da suspensão a cada 10.000 km ou em intervalos de 5.000 km, quando o carro já tiver mais de cinco anos de uso. As peças dão sinais de desgaste, embora por vezes não sejam perceptíveis.
“Muitas vezes um dos amortecedores apresenta falhas e os outros três da suspensão compensam essa falha e o motorista não consegue perceber”, atenta Álvaro, da SAE Brasil.
Sinais de que amortecedores estão ruins
- Carroceria com oscilação em excesso ao passar por lombadas, quebra-molas, valetas e buracos
- Rodas que perdem o contato com o chão depois de o carro passar por irregularidades ou buracos
- Carroceria que aderna além do normal em curvas ou mesmo em retas
- Batidas secas de fim de curso em buracos “normais”
- Perda de estabilidade em curvas
- Desgaste irregular dos pneus
- Aumento da distância de frenagem
- Diminuição do vão livre do solo
- Poeira grudada no braço da suspensão, o que pode sugerir vazamentos
Os especialistas alertam que é importante verificar, além dos amortecedores, possíveis folgas e desgastes em toda a suspensão em revisões regulares ou dentro dos prazos já citados. A substituição de itens como coxins, batentes e coifas pode até ser necessária. Contudo, vários componentes como buchas de suspensão e de subchassi e terminais de bandeja são importantes na revisão, mas normalmente são projetados para durar 60.000 km.